A elite do PSD demitiu-se de fazer campanha por Marques Mendes sendo com um sabor amargo a fel que alguns dos notáveis sociais-democratas foram reagindo à eleição de Luís Filipe Menezes para a liderança do partido. Leonor Beleza e Manuela Ferreira Leite foram algumas das insignes figuras de topo do PSD que estiveram ausentes da campanha de Marques Mendes e que, certamente, não gostaram da vitória de Luís Filipe Menezes.
Para Pacheco Pereira, a vitória de Menezes significou o regresso do santanismo ao partido e a perda da credibilidade. Com a liderança de Marques Mendes o PSD tinha uma crise de afirmação, mas estava a atenuar a crise de credibilidade. Agora, com a eleição de Luís Filipe Menezes “o PSD voltará em pleno à crise de credibilidade, e vai continuar a ter a crise de afirmação".
Marcelo Rebelo de Sousa, na RTP, considerou que a vitória de Luís Filipe Menezes nas directas do PSD representa “o reatar do santanismo”. Para o professor, o partido escolheu a linha populista de Santana, se bem que agora não seja ele, mas uma figura menos mediática, mas mais trabalhadora. A maioria dos militantes do PSD acredita que Luís Filipe Menezes ganhará as eleições europeias, as eleições autárquicas e as eleições legislativas o que ajuda a compreender, em parte, este resultado eleitoral.
Com ou sem regresso do santanismo e do populismo ao partido, Luís Filipe Menezes prometeu mudar profundamente o estilo de Oposição ao Governo e está determinado a vencer a batalha eleitoral prevista para 2009. Contudo, antes de pensar nas batalhas eleitorais de 2009, Luís Filipe Menezes deverá vencer primeiramente a batalha interna. Marques Mendes começou por dar o seu contributo quando desejou votos de sucesso ao seu sucessor e ao partido. "Espero que o PSD possa alcançar, no futuro, o sucesso que sempre desejei".
Para que o desejo de Marques Mendes seja possível, deve o PSD repensar toda a sua reorganização interna e surgir como uma força mobilizadora capaz de ser alternativa ao Partido Socialista.
Durante a campanha para as directas, Luís Filipe Menezes foi avisando que um voto em si seria "perigoso para o PS”. De facto, juntou muitos votos e venceu, mas por enquanto ainda não conseguiu mudar as intenções de voto dos Portugueses. Se o Autarca de Gaia não o conseguir fazer e vier a perder tudo em 2009, sofrendo o PSD uma derrota semelhante à de 2005, o partido ficará, obviamente, destruído e sem qualquer alento.
Actualmente, de acordo com as sondagens, se os Portugueses fossem chamados às urnas José Sócrates e o partido da rosa obteriam novamente a maioria absoluta.
Se Luís Filipe Menezes não conseguir alterar este cenário político, pelo jeito, continuaremos a ter, nos próximos anos, um primeiro-ministro triunfante, com uma imagem excelente, vá-se lá perceber porquê!
Publicado no jornal o "Geresão" em 20 de Outubro de 2007.
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