sábado, 2 de janeiro de 2010

Informações erradas

Quando pesquisámos na “Diciopédia 2004”, da Porto Editora, a expressão “Terras de Bouro” deparámos com informações paupérrimas e completamente erradas sobre o nosso concelho.
Passo a citar à letra parte significativa da “Diciopédia” para que o leitor possa detectar os erros clamorosos e também as omissões:
“História e Monumentos
Os principais monumentos do concelho são o Cruzeiro de S. João do Campo, o marco milenário de Covide/Campo, o Cruzeiro de Covide, a sepultura da Serra do Gerês/Campa do Frade na Serra do Gerês e as Pontes de Pergoim, de Rodas/Ponte dos Eixões, de Cabaninhas e de Carvalheira. Referência também para a Estação Arqueológica do Chelo.
Tradições, Lendas e Curiosidades
A feira semanal é à sexta-feira.
A 15 de Agosto realiza-se a Festa da Senhora da Abadia.
O feriado municipal tem lugar no 24 de Junho, no dia de S. João.
Do artesanato local são característicos vários produtos como as colchas de linho, as mantas de burel, os bordados, a cestaria, as rendas, o calçado fabricado à mão, os artigos de cerâmica, as escadas e os bonecos de madeira.”
Pode-se comprovar que nós terrabourenses, de acordo com a “Diciopédia”, não temos História nem “histórias” (lendas). Sendo, tal como é referido, “a feira semanal à sexta-feira”, pergunto como se denomina o encontro de feirantes que se realiza, à segunda-feira, de quinze em quinze dias?
Será razoável permitir que milhares de pessoas consultem incorrecções e até disparates?!
Espero que os utilizadores da “Diciopédia” não tenham pensado que o nosso artesanato possa rivalizar com o de Barcelos ou com o de Felgueiras!
É bem provável que no futuro algum intelectual estouvado seja bem capaz de escrever na “Diciopédia” que nós temos os tapetes de Arraiolos, os bonecos das Caldas, as “honras mirandesas”, os meiotes de lã de ovelha da Estrela ou, quiçá, que o nosso Centro Cívico é Monumento Nacional.
De acordo com Goethe “nada se pode desenvolver com base no erro, porque o erro limita-se a envolver-nos no erro”.
Felizmente, hoje sempre que a ignorância escandaliza o entendimento, pode-se recorrer à Internet e desfazer os malentendidos e os absurdos.
Publicado no jornal o "Geresão" em 20 de Dezembro de 2005.

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