sábado, 2 de janeiro de 2010

Tirar pedras, nem pensar!


Se percorrermos, no concelho de Terras de Bouro, o leito do Rio Homem, desde a sua nascente até aos limites da freguesia de Souto, verificamos que as suas margens congregam uma infindável montra de riquezas naturais que deleitam os nossos olhos oferecendo-nos uma diversidade de paisagens naturais de rara beleza, mas nem sempre livres da influência nefasta dos homens como é o caso que esta fotografia ilustra. Todo o automobilista ou transeunte que atravesse o Rio Homem na denominada “Ponte Nova de Gondoriz” “verá claramente visto” que a montante da “ponte velha” a margem do rio foi profundamente alterada devido às toneladas de pedregulhos, impiedosamente, atiradas pelas retro escavadoras ao leito do “Homem”.
Esta monstruosa margem onde foram amontoados selvaticamente penedos, tornou inviável a utilização desta parte do rio por parte dos pescadores e também dos veraneantes. O local que outrora era de fácil acessibilidade tornou-se perigoso sobretudo para as crianças.
Hoje, não quero questionar o direito a que se façam obras, mas é fundamental que as entidades oficiais sejam as primeiras a dar o exemplo na defesa do Ambiente e do Património Natural. Todos sabemos que a Autarquia decidiu bem quando mandou destruir o morro que tirava a visibilidade aos automobilistas. Mas será merecedor da nossa aprovação um cenário destes?
Há dias, um terrasbourense pensou em fazer o aproveitamento destas pedras. Antes de as retirar do rio, decidiu informar-se junto dos “Verdes”. Estes foram peremptórios: não poderá tirar sequer uma única pedra! Se o fizer, sujeitar-se-á às penalizações previstas na lei. Com uma resposta destas entra-se, obviamente, em taquicardia!
Pelo jeito, esta atitude lamentável e até saloia feita há uns anos atrás é irreversível porque, actualmente, parece não ser possível remover as pedras deste local. Será que a Autarquia o poderá fazer?
O desenvolvimento em harmonia com a Natureza exige a utilização e a preservação dos recursos naturais ao serviço do concelho, mas em ruptura constante com a lógica da destruição. Muitas vezes pergunto-me como seria Terras de Bouro hoje, e quanto melhor não seria, se quem decide tivesse gasto tempo, atenção e respeito para impedir que coisas destas se consumassem!
Mais palavras para quê?!
Enfim, é tempo de se corrigirem este e todos os disparates que fazem de nós “o que realmente somos”.
E nisso, sinceramente, não acredito!
20 de Fevereiro de 2008

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