Nos dias 7, 8 e 9 de Novembro, realizou-se na Vila de Terras de Bouro a VIII Feira-Mostra “S. Martinho nas Terras do Gerês”. Este certame, que já vai na oitava edição, propõe-se divulgar o artesanato, os produtos agrícolas e a gastronomia do nosso concelho.
Este ano, tal como vem sendo habitual, esta Feira-Mostra não foi muito diferente das anteriores. Exceptuou-se a “Corrida de Cavalos” que costuma atrair “um mar de gente”, mas não teve, talvez por culpa de S. Pedro, a multidão do ano transacto. Deste evento quero realçar, pela positiva, a divulgação do Curso Profissional de Técnico de Turismo Ambiental e Rural e, pela negativa, a “Chega de Bois”.
A Escola EB 2,3/S Padre Martins Capela apresentou um “stand” para a divulgação do Curso de Técnico de Turismo Ambiental e Rural que tem por finalidade formar técnicos intermédios de nível III altamente qualificados para participar na aplicação de medidas de valorização do turismo em espaço rural, executando serviços de recepção em alojamento rural e de informação, organização e animação de eventos. O aluno que conclua toda a formação com aproveitamento obterá um Certificado de Qualificação Profissional nível III que lhe dará a equivalência ao 12.º ano, permitindo-lhe o ingresso no mercado do trabalho ou o acesso ao ensino superior.
Esta oferta formativa possibilitará aos formandos as seguintes saídas profissionais: gestão de unidades de turismo em espaço rural; departamentos sócio-culturais das câmaras municipais; atendimento nos serviços de turismo, agências de viagem; parques de campismo, pousadas de juventude, parques naturais e marinas; e empresas ou associações de acompanhamento e animação cultural e/ou desportivas.
De facto, para a sobrevivência do nosso concelho temos de apostar no turismo em espaço rural para criarmos um novo fôlego no desenvolvimento local e evitarmos a desertificação. Precisamos de criar cada vez mais serviços e actividades relacionadas com a natureza como, por exemplo, os trilhos pedestres (uma boa aposta), para atrairmos cada vez mais turistas.
A “Chega de Bois”, no dia 9 de Novembro, atraiu muita gente, mas os bois, caprichosamente, não quiseram colaborar. A pequena multidão, concentrada no campo do senhor Paulo Antunes, esperou em vão para ver as cabeças dos bois a marrar estrondosamente. Mas estes bois foram frouxos e contrariaram a regra geral: sempre que são colocados frente a frente, os bois concorrentes iniciam "uma dança" que se prolonga mais ou menos no tempo, dependendo da força de cada animal, e durante a qual investem, enfrentando-se com violência, entrelaçando os chifres, afastando-se e voltando ao confronto. Mas para frustração dos espectadores, as bestas “não se pegaram”. O público que não arredava pé esperou, pacientemente, pela luta mais de uma hora. Os “chegadores” tudo fizeram para consumar a “chega”. E com a impiedosa força das varas de marmeleiro, dispuseram os bois, no “campo de batalha”, primeiro aos pares e por fim juntaram os três bois lutadores. Mas nada! Quem já assistiu a eventos semelhantes sabe que estas lutas poderão atingir contornos imprevisíveis. Felizmente, neste "chegódromo" improvisado e sem condições de segurança, a assistência não teve de “fugir a sete pés”. Infelizmente, há somente a registar a queda da roda traseira de um dos camiões de transporte das bestas num enorme buraco, na Rua da Rêga. O camião que transportava dois dos bois ficou imobilizado e encostado a uma árvore e com o semi-eixo apoiado no chão. Mas sem retroescavadora e graças à ajuda de populares e de um “todo terreno” lá se conseguiu retirar o camião. Este aqueduto, onde já caíram alguns motoristas incautos, espera uma tampa desde que foi feita a obra de calcetamento da rua, já lá vão cerca de oito anos! É caso para dizer que desta vez os bois não ganharam para o susto! Esperemos que este aqueduto, por desleixo, não pregue qualquer dia a partida de “engolir” uma criança!
Publicado no jornal o "Geresão" em 20 de Novembro de 2008.
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