Carvalheira, doze anos depois. António Machado cumpre o seu terceiro e último mandato à frente dos destinos da Junta de Freguesia. Contudo quando olha para trás, assume que “dificilmente” imaginou ter este percurso, até porque não se sente “um político”.
Nasceu na Carvalheira, contudo a vida levou-o a imensas viagens. Foi oficial da Marinha e assume que a doutrina militar tornou-se disciplina para a vida, apesar de “aprender algo com as pessoas todos os dias”. O seu regresso à freguesia que o viu crescer esteve sempre no seu horizonte, mas nunca pensou assumir “uma missão em prol da comunidade”. Contudo, depois de se aposentar da vida militar, depois de imensas viagens em pleno São Gabriel, eis que o navio da vida levou-o às águas do rio Homem, ao seu primeiro porto de abrigo.
António Machado, sem imaginar, começou a tornar-se num farol para a comunidade. Primeiro foi presidente da Associação Desportiva e Recreativa de Carvalheira, a mais antiga de todo concelho de Terras de Bouro e, posteriormente, recebeu convites de vários quadrantes para assumir uma candidatura à Junta de Freguesia. “Aceitei um deles e assumi que apenas cumpria um mandato”, defende António Machado, contudo as “vicissitudes da vida”, e os “constantes apelos das pessoas” não o deixaram indiferente e António Machado avançou para mais dois. “Disponibilizei-me a tempo inteiro para o serviço da Junta de Freguesia. O trabalho que foi realizado, entendo que foi bem aplicado, justo acima de tudo, porque haviam carências que tinham que ser corrigidas”, defende António Machado, que nunca procurou um lugar no corredor da fama.
“Como é natural, neste tipo de serviço prestado em prol da comunidade, foi colocado perante algumas barreiras. Olhando para trás, possivelmente não tinha assumido algumas situações que assumi, mas tenho a consciência que dei tudo em prol das pessoas e que a obra realizada foi bem feita”, destaca o presidente da Junta de Freguesia de Carvalheira.
“Olhando para estes doze anos fica um sabor a satisfação. Procuramos nunca diferenciar lugares, nem pessoas, sabendo que existiam necessidades prioritárias”.
A partir de Outubro, a Junta de Freguesia vai ter um rosto novo na liderança. António Machado assume que nunca esteve agarrado ao poder e como tal imagina-se “facilmente” activo após este ciclo de doze anos, mas assume que “as saudades vão existir sempre”, até porque “lutar pela sua terra é uma missão” e, para além disso, “aprende-se muito neste cargo”. Mostra-se favorável à lei da limitação de mandatos, até porque “doze anos servem para mostrar trabalho” e abrem o horizonte a novas pessoas e novas ideias”, define ainda António Machado.
Fonte: Correio do Minho, em 1-03-2013
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