“Preservar o estado social é o maior desafio dos europeus”, afirmou ontem, em Terras de Bouro, o eurodeputado José Manuel Fernandes.
O antigo presidente da Câmara Municipal de Vila Verde falava na escola secundária, numa sessão em que participou também o presidente da autarquia terrabourense, Joaquim Cracel. Por que motivo está o Estado social a desabar? perguntara uma aluna. “O que levou a isto”, respondeu ainda, “foi o peso da dívida. Porém, o eurodeputado desafiou que alguém lhe demonstrasse que há fora da Uniao Europeia, com excepções como o Canadá, a Suíça e a Noruega, países com melhor Estado social do que o europeu. Por outro lado, vincou que a Europa é o bloco económico com maior PIB mundial, à frente dos Estados Unidos e da China, e admitiu como natural que outros países “emergentes” estejam, agora, a crescer mais.
Mas vincou preferir que sejam esses países a melhorar o seu Estado social do que os europeus a degradar o que têm. Questionado pelos alunos por que razão optou pela política, José Manuel Fernandes revelou que, quando tinha 29 anos, concorreu nas eleições autárquicas ao executivo vilaverdense porque duas outras pessoas, entre as quais o actual presidente da Assembleia Municipal, João Lobo, declinaram o convite para encabeçar a lista do PSD àquele concelho.
“Joaquim Cracel: estávamos mais perto do terceiro mundo”
Dar a conhecer o trabalho desenvolvido pelos eurodeputados e a vida de José Manuel Fernandes “que tem orgulho em se intitular como o representante do Minho” era um dos objectivos enunciados pela organização da mesa redonda.
Outro propósito era conhecer a articulação “ou falta dela” entre eurodeputados e representantes políticos locais. Sobre esta perspectiva, interveio o presidente da Câmara de Terras de Bouro, Joaquim Cracel, que chamou a atenção para a elevada quantidade de investimentos públicos tornados possíveis com a adesão de Portugal às comunidades europeias, em domínios como escolas, instalações desportivas, saneamento básico, ambiente ou preservação do património.
“Antes, estávamos mais próximos do terceiro mundo do que da Europa”, afirmou, revelando que mantém contacto regular com o eurodeputado José Manuel Fernandes sobre questões locais mas manifestando preocupações com as quedas das taxas de natalidade.
Fonte: Correio do Minho, em 3-05-2013
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