O colectivo de juízes da Vara Mista do Tribunal de Braga condenou ontem a 21 anos de prisão o homem que, em Maio de 2012, em Maximinos, assassinou a sua companheira, Maria da Luz, professora em Terras de Bouro. A indemnização a pagar é de 190 mil euros. Para a maioria de populares e familiares da vítima, provenientes de Riba de Mouro, Monção, e que voltaram ontem a encher a sala de audiências, “fez-se justiça”, havendo quem entendesse que a pena máxima (25 anos) seria a mais adequada.
O advogado Pedro Miguel Branco, em defesa do arguido, anunciou que irá recorrer da decisão condenatória para o Tribunal da Relação.
Como presidente do colectivo que julgou este caso, foi a juíza Luísa Alvoeiro que revelou a decisão, apontando os factos provados e não provados no decurso das audiências, depois de historiar a vivência de cerca de quatro anos do arguido Filipe Amorim, de 35 anos, empregado de comércio, com a vítima Maria da Luz, de 35 anos, professora na Escola Básica e Secundária de Terras de Bouro.
Por iniciativa de Filipe Amorim, o casal separou-se em Janeiro de 2012, mas ambos estiveram em contacto um com o outro.
No período entre Janeiro e princípios de Maio, Filipe Amorim ameaçou Maria da Luz que lhe tirava o filho se ela não reatasse a relação.
Noite trágica
No entanto, como as tentativas de reaproximação de Filipe Amorim incomodavam Maria da Luz, esta avançou com uma queixa à autoridade policial, dela desistindo em seguida e aceitando que o arguido voltasse a viver consigo em inícios de Maio de 2012, no apartamento que ela alugara em Maximinos e onde vivia com o filho Afonso que tinha menos de 2 anos de idade.
Cerca das 21 horas do dia 10 de Maio de 2012, no apartamento ocupado pelo casal, Maria da Luz recebeu uma chamada telefónica. Filipe desconfiou que a chamada era de um outro indivíduo, iniciou-se entre ambos uma acesa discussão, levando o arguido a cortar em pedaços o cartão do telemóvel dela.
Maria da Luz disse então ao arguido para abandonar o apartamento, mas este dirigiu-se à cozinha, pegou numa faca e desferiu oito facadas na companheira: três no pescoço, quatro no tórax e uma no braço direito. Maria da Luz não morreu logo, já que as pisadas que a investigação da Polícia Judiciária encontrou levaram a concluir que ela ainda caminhou sobre o seu próprio sangue.
No dia seguinte, o agressor deixou ficar o filho no infantário em Real e regressou ao apartamento, ali permanecendo até que, por iniciativa das colegas da vítima que estranharam a sua ausência na escola, pediram a intervenção da autoridade policial, vindo esta a arrombar, nessa noite, a porta do apartamento, encontrando o arguido na banheira. Tentara, por quatro vezes, suicidar-se. A Judiciária disse ter sido apenas simulação.
Fonte: Correio do Minho, em 25-05-2013
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