Lindíssimo texto do Dr. Agostinho Moura.
Nos tempos áureos desta vila termal, celebravam-se aqui três festividades religiosas anuais: as de S.to António, em Junho; a da padroeira, S.ta Eufêmia, em Agosto e a de Nossa Senhora de Fátima, em 12 e 13 de Setembro. Hoje, como é sabido, dessas três festividades, apenas se mantém a da padroeira.
A festa de S.to António que durante muitos anos tinha uma substancial fonte de receita nas arrematações das carnes de fumeiro que, no período de Inverno, eram leiloadas, pelo saudoso "tio" António Perneta, no final da missa dominical das 10 h, à porta da capela de S.ta Eufêmia, deixou de ser feita há relativamente pouco tempo. Com o decorrer dos tempos e o abandono da criação daqueles animais pela maior parte das famílias geresianas, essa festa entrou em declínio até ser suprimida há poucos anos, por decisão do pároco, Pe. Armando Vaz, por entender que sendo esse santo o padroeiro da freguesia de Vilar da Veiga, onde é festejado, não se justificava, liturgicamente, a repetição, na mesma paróquia, de tal festividade.
A homenagem à padroeira nem sempre mereceu, como deveria, a melhor das atenções por parte dos geresianos e ocasiões houve, nas décadas de 50/60 do século passado, em que as comissões nomeadas se mostraram desinteressadas e as festividades limitaram-se, por vezes, à Missa Solene e sermão, suportadas, quase sempre, pelo sr. Armando Espada, grande devoto da nossa padroeira. Curiosamente, e apesar de não se realizar há bastantes vários, a Festa da Senhora de Fátima, foi nos anos 50/60, a de maior referência no Gerês.
Num tempo em que a categoria das bandas filarmónicas era o "barómetro" das festividades, por aqui passaram, nesses tempos, algumas das mais afamadas bandas musicais do país, como as das Minas do Pejão, Freamunde, Revelhe, Golães, Trofa e Vale de Cambra, entre outras. A pouco e pouco, porém, foi decaindo até deixar de se realizar. Fez no passado dia 13 de Setembro precisamente 60 anos que, em 1950, por iniciativa do saudoso pároco, Pe. Ernesto Amorim Guimarães, aqui se rea1izou uma festividade única de que muitas pessoas ainda se recordam. Foi a célebre Parada Infantil da Cruzada Eucarística, participada por 300 crianças da catequese de toda a freguesia que, a partir de junto ao antigo hospital, desfilaram pela avenida fora até à Capela entoando hossanas de alegria. Assistiram à Missa Solene, a grande instrumental, sob a presidência do arcipreste de Amares, que representava o Arcebispo de Braga. Após a cerimónia religiosa, foi servido às 300 crianças um lauto almoço na Colunata Honório de Lima (gravura), em que foram consumidos uma vitela, 20 Kg de arroz, 4 cântaros de vinho e 5 alqueires de milho, tudo isso oferecido pelo pároco; a sobremesa foi constituída por carradas de uvas fornecidas pelos lavradores de Vilar da Veiga. As pensões da Ponte, Geresiana, Central Jardim e Hotel Ribeiro confeccionaram a refeição, com a ajuda dalgumas catequistas; a Junta de Turismo cedeu as bancadas para as crianças se acomodarem e a Empresa Hoteleira forneceu a madeira para as mesas.Nos tempos áureos desta vila termal, celebravam-se aqui três festividades religiosas anuais: as de S.to António, em Junho; a da padroeira, S.ta Eufêmia, em Agosto e a de Nossa Senhora de Fátima, em 12 e 13 de Setembro. Hoje, como é sabido, dessas três festividades, apenas se mantém a da padroeira.
A festa de S.to António que durante muitos anos tinha uma substancial fonte de receita nas arrematações das carnes de fumeiro que, no período de Inverno, eram leiloadas, pelo saudoso "tio" António Perneta, no final da missa dominical das 10 h, à porta da capela de S.ta Eufêmia, deixou de ser feita há relativamente pouco tempo. Com o decorrer dos tempos e o abandono da criação daqueles animais pela maior parte das famílias geresianas, essa festa entrou em declínio até ser suprimida há poucos anos, por decisão do pároco, Pe. Armando Vaz, por entender que sendo esse santo o padroeiro da freguesia de Vilar da Veiga, onde é festejado, não se justificava, liturgicamente, a repetição, na mesma paróquia, de tal festividade.
A homenagem à padroeira nem sempre mereceu, como deveria, a melhor das atenções por parte dos geresianos e ocasiões houve, nas décadas de 50/60 do século passado, em que as comissões nomeadas se mostraram desinteressadas e as festividades limitaram-se, por vezes, à Missa Solene e sermão, suportadas, quase sempre, pelo sr. Armando Espada, grande devoto da nossa padroeira. Curiosamente, e apesar de não se realizar há bastantes vários, a Festa da Senhora de Fátima, foi nos anos 50/60, a de maior referência no Gerês.
A meio da tarde, saiu uma imponente procissão eucarística das crianças, nela se incorporando inúmeros vizinhos galegos que aqui vinham, nesse tempo, cumprir as promessas feitas a S.ta Eufêmia. Ao palio, iam o Dr. Celestino Maia, director clínico; Dr. Fernando de Sousa, adjunto do balneário termal; Dr. Xavier de Araújo, médico municipal, da Seara, Rio Caldo; Dr. Emídio Ribeiro, professor na Faculdade de Medicina do Porto; Conde Cabral; e o Tenente da Secção da Guarda Fiscal. Foi, sem dúvida, um acontecimento inesquecível que ainda hoje é recordado por todos quantos nele participaram ou a ele assistiram.
Fonte: Jornal Geresão, em 20-10-2010
Sem comentários:
Enviar um comentário