Manuel Dias tem 53 anos e é casado. Com dois filhos, este assistente técnico do Centro de Saúde de Terras de Bouro concluiu, há pouco tempo atrás, com recurso a um Centro de Novas Oportunidades, o 12º ano de escolaridade. Nos tempos livres, o presidente da Junta de Freguesia prefere dedicar-se à caça e pesca, bem como a alguns trabalhos agrícolas nos seus terrenos. Isto quando a ausência de trabalho na Junta assim o permite.
À mesa, Manuel Dias privilegia "uma boa lampreia", acompanhada de um vinho verde ou cerveja, bebida mais usada "para refrescar". As suas férias de sonho são passadas em território português, nomeadamente no Algarve, pelo especial gosto pela praia. Madeira também o encantou, enquanto as ilhas açoreanas continuam a ser outro dos atractivos que apelam a uma visita.
À mesa, Manuel Dias privilegia "uma boa lampreia", acompanhada de um vinho verde ou cerveja, bebida mais usada "para refrescar". As suas férias de sonho são passadas em território português, nomeadamente no Algarve, pelo especial gosto pela praia. Madeira também o encantou, enquanto as ilhas açoreanas continuam a ser outro dos atractivos que apelam a uma visita.
"Uma das maiores carências do concelho é o fraco incentivo à fixação dos jovens"
A cumprir o seu terceiro e último mandato à frente dos destinos da freguesia de Moimenta, Manuel Dias – que sempre foi eleito como independente – pretende ver concretizadas algumas obras de grande envergadura que ficaram já prometidas pela autarquia, depois de um esforço em trabalhar, nos primeiros anos e com menos meios, no apoio social à população da freguesia e em obras de menor dimensão. Assim, a construção de uma sede da Junta capaz de responder às necessidades actuais, bem como a edificação do Complexo das Godeiras ou a conclusão da remodelação das piscinas municipais estão entre as prioridades. A abertura de novas variantes na vila sede de concelho, que facilitem o desbloqueamento de terrenos, para que os jovens possam construir a baixos custos, é outra das medidas que Manuel Dias quer por em prática, antes do final do mandato, que poderá não significar necessariamente um adeus à Junta de Freguesia de Moimenta.
Terras do Homem: Qual será a grande prioridade para Moimenta, no mandato em curso?
Manuel Dias: A grande prioridade para a freguesia de Moimenta, neste mandato, será, efectivamente, a edificação de uma sede para a Junta de Freguesia. Apesar de sermos a freguesia sede de concelho, ainda não dispomos de um espaço com as condições ideias para o tipo de funcionamento que queremos incutir na nossa sede de Junta.
Há uns anos, foi concedido, pelo Ministério da Administração Interna, um montante de cerca de dois mil contos, para que as Juntas de Freguesia construíssem as suas sedes. No nosso caso, esse dinheiro foi cedido à Câmara Municipal para levar a cabo a instalação de um Centro Cultural aqui em Moimenta, mas que não dispõe das melhores condições para aí nos instalarmos.
Hoje em dia as exigências das populações e as atribuições de uma Junta de Freguesia são muito mais alargadas, pelo que as valências de sede de Junta devam ser mais abrangentes. Queremos que nesse espaço seja levada a cabo uma política social mais eficaz, abrangendo e acolhendo nesse local, os idosos e os jovens de toda a freguesia, que queiram usufruir desse espaço e aí levar a efeito uma série de actividades.
Há uns anos a esta parte, começamos por realizar um convívio de fim de ano, bem como um passeio com as pessoas da freguesia que resolvam aderir, algo que tem tido um bom acolhimento junto da população. Agora, fruto das dificuldades que afectam muitas pessoas da freguesia, ponderamos até vir a servir algumas refeições às pessoas mais carenciadas. Pessoas essas que, naturalmente, não se sentem bem em admitir que passam algumas dificuldades, mas que nós sabemos que devemos ajudar.
Essa grande prioridade deverá envolver uma verba na ordem dos 250 mil euros, pelo que dependerá, essencialmente, do apoio financeiro da autarquia.
A cumprir o seu terceiro e último mandato à frente dos destinos da freguesia de Moimenta, Manuel Dias – que sempre foi eleito como independente – pretende ver concretizadas algumas obras de grande envergadura que ficaram já prometidas pela autarquia, depois de um esforço em trabalhar, nos primeiros anos e com menos meios, no apoio social à população da freguesia e em obras de menor dimensão. Assim, a construção de uma sede da Junta capaz de responder às necessidades actuais, bem como a edificação do Complexo das Godeiras ou a conclusão da remodelação das piscinas municipais estão entre as prioridades. A abertura de novas variantes na vila sede de concelho, que facilitem o desbloqueamento de terrenos, para que os jovens possam construir a baixos custos, é outra das medidas que Manuel Dias quer por em prática, antes do final do mandato, que poderá não significar necessariamente um adeus à Junta de Freguesia de Moimenta.
Terras do Homem: Qual será a grande prioridade para Moimenta, no mandato em curso?
Manuel Dias: A grande prioridade para a freguesia de Moimenta, neste mandato, será, efectivamente, a edificação de uma sede para a Junta de Freguesia. Apesar de sermos a freguesia sede de concelho, ainda não dispomos de um espaço com as condições ideias para o tipo de funcionamento que queremos incutir na nossa sede de Junta.
Há uns anos, foi concedido, pelo Ministério da Administração Interna, um montante de cerca de dois mil contos, para que as Juntas de Freguesia construíssem as suas sedes. No nosso caso, esse dinheiro foi cedido à Câmara Municipal para levar a cabo a instalação de um Centro Cultural aqui em Moimenta, mas que não dispõe das melhores condições para aí nos instalarmos.
Hoje em dia as exigências das populações e as atribuições de uma Junta de Freguesia são muito mais alargadas, pelo que as valências de sede de Junta devam ser mais abrangentes. Queremos que nesse espaço seja levada a cabo uma política social mais eficaz, abrangendo e acolhendo nesse local, os idosos e os jovens de toda a freguesia, que queiram usufruir desse espaço e aí levar a efeito uma série de actividades.
Há uns anos a esta parte, começamos por realizar um convívio de fim de ano, bem como um passeio com as pessoas da freguesia que resolvam aderir, algo que tem tido um bom acolhimento junto da população. Agora, fruto das dificuldades que afectam muitas pessoas da freguesia, ponderamos até vir a servir algumas refeições às pessoas mais carenciadas. Pessoas essas que, naturalmente, não se sentem bem em admitir que passam algumas dificuldades, mas que nós sabemos que devemos ajudar.
Essa grande prioridade deverá envolver uma verba na ordem dos 250 mil euros, pelo que dependerá, essencialmente, do apoio financeiro da autarquia.
TH: Para além dessa obra, que outras medidas gostaria de ver aplicadas no terreno, antes de abandonar o cargo de presidente de Junta?
MD: Outra das obras que pretendemos ver executada até final deste mandato é o designado Complexo das Gordeiras, que ficará instalado ligeiramente acima do campo de futebol, na Avenida D. Manuel I. Aí pretendemos instalar um circuito de manutenção ao ar livre. Esta ideia surgiu-me dos momentos em que fazia tratamentos nas Termas do Gerês, em que, no intervalo dos tratamentos, utilizava o circuito de manutenção local e achei que seria uma valência importante para as pessoas. Esse investimento, que deverá rondar o meio milhão de euros, contemplará a instalação do referido circuito de manutenção, bem como de uma infra-estrutura para a prática de outros desportos para os jovens.
Por outro lado, existe a questão da piscina municipal, que está a ser levada a efeito pela Câmara Municipal. A remodelação total deverá estar concluída até final do ano. Trata-se de uma piscina com 25 metros de comprimento, coberta e climatizada.
Ao nível dos acessos, existe uma série de questões que gostaríamos também de ver resolvidas. Falo de ruas que ainda estão em calçada à portuguesa e que gostaríamos de ver alcatroadas. É o caso de Pesqueiras de Cima, que já está prometida pela Câmara Municipal. Além disso, gostaríamos de ver o mesmo acontecer no Bairro de Andrías e na Rua da Rega, bem como o Gondoneiro, no Cavacadouro, entre outras situações pontuais.
No que concerne à rede de saneamento, ainda há alguns lugares por cobrir, como é o caso do lugar da Costa. Sinto que há, nesse caso em concreto, um envolvimento da Câmara Municipal, no sentido de se resolverem rapidamente essa questão. Além disso, existem ainda os casos de Moimenta-a-Velha e da Portela, situações mais complicadas, devida a localização daqueles lugares.
No caso do concelho de Terras de Bouro, acresce uma grande dificuldade, que se prende com o enorme distanciamento entre todos os lugares, por si, muito pouco numerosos, no que toca a habitantes.
Por outro lado, a autarquia está a pensar levar a cabo uma Variante, directa à estrada que vai para Cibões, até à curva da Rega, o que poderá constituir um incentivo à auto-construção, uma vez que desbloqueará uma série de terrenos, o que beneficiará muitos jovens que não têm possibilidades de adquirir terrenos noutras zonas. Neste caso em concreto, a construção dessa variante deverá já ser acompanhada da instalação da rede de saneamento nesse local.
TH: Acha que essa manifestação de apoio aos jovens, através desse tipo de políticas, beneficia a fixação de jovens na freguesia?
DM: Sem dúvida. Uma das maiores carências no nosso concelho é o incentivo à fixação dos jovens, nomeadamente através do apelo à auto-construção, conseguido com medidas como o desbloqueamento de determinados terrenos, através da construção de alguns arruamentos, bem como pela redução ou isenção de algumas taxas de construção, entre outras. É sabido que uma casa construída por nós próprios fica mais barata que qualquer apartamento que se possa construir aqui na freguesia, permitindo ainda aos jovens irem construindo consoante as suas posses.
Outra variante que gostaríamos de ver executada seria a que vai da zona do Barreiro, pelas Veigas de Moimenta, e que desbloquearia também alguns terrenos para construção.
TH: Qual ou quais as grandes obras que julga deixar à Freguesia de Moimenta destes 12 anos enquanto presidente da Junta?
MD: Não temos grandes obras de referência, temos isso sim, pequenas obras muito importantes. Como é fácil de verificar, a Junta de Freguesia não dispõe de meios suficientes para levar a efeito grandes obras. Conseguimos que fossem executadas as pavimentações em Moimenta e de Moimenta para o Cavacadouro, bem como a construção de passeios para peões, entre a Vila de Moimenta e Pesqueiras e na Rua do Passo, na estrada que vai para Chorense. Penso que são obras importantes para garantirmos a segurança dos peões. Neste caso, faltará ainda construir um outro, até ao Cavacadouro, na saída Norte da Freguesia, em direcção a Covide.
O saneamento, embora não esteja concluído, foi uma grande obra também executada, por exemplo, no Cavacadouro, que foi também todo repavimentado em alcatrão.
Destaco, ainda, a construção de um parque infantil que veio beneficiar as crianças da freguesia, uma valência muito importante para os mais novos que se encontra instalada na Praça de Espectáculos de Moimenta.
Problema da ligação a Braga
TH: Tendo em conta as dificuldades financeiras que limitam o raio de acção de uma Junta de Freguesia, acha que este é ainda um órgão autárquico necessário na vida política?
MD: Acho que sim, acho que ainda são necessárias, pela característica de proximidade que possuem e que permite diagnosticar, em primeiro plano, os reais problemas das pessoas, desde a falta de água, à falta de luz, entre outros. O grande problema prende-se com o elevado número de freguesias com muito poucos habitantes. No caso de Terras de Bouro, por exemplo, acho que o concelho poderia ficar dividido em cinco ou seis grandes freguesias, que detivessem um maior poder de iniciativa e acrescidas responsabilidades. Poderiam, por exemplo, ter alguns funcionários administrativos a tempo inteiro, coisa que não acontece actualmente.
TH: Se fosse presidente da Câmara, qual seria a medida que veria como mais urgente para implementar em Terras de Bouro?
MD: Antes de mais, gostaria de sublinhar que nunca tive tais pretensões. No entanto, no plano imaginário diria que talvez colocasse no topo das prioridades uma via de acesso, das melhores condições possíveis, entre a sede de concelho e a sede de distrito. Esta estrada que nos une, actualmente, a Braga é bastante sinuosa e lenta. Só com boas vias de acesso ao nosso concelho poderemos proporcionar um maior desenvolvimento económico.
Se repararmos, os concelhos vizinhos de Vila Verde ou Ponte de Lima cresceram muito mais após a instalação de modernas e eficazes vias de circulação.
Além disso, convinha criar uma via de melhores condições entre a sede de concelho e a Vila do Gerês, para aproveitar os fluxos turísticos de uma e outra zona. O Gerês é, no meu entender, e com a possível isenção de pensamento, a terra mais bonita de Portugal.
TH: E se fosse primeiro-ministro, que área privilegiaria?
MD: Penso que a área social é a que necessita de uma maior atenção. Isto porque, infelizmente, são sempre os nossos pobres a pagarem a crise e isso não é justo. Os idosos, por exemplo, com pensões cada vez mais curtas para o custo de vida nacional, são o sector mais vulnerável.
No plano económico, acho que há uma grande diferença de condições para as grandes empresas – que podem conseguir a melhor mão-de-obra com recurso a elevados salários – e as pequenas empresas. Seria necessária uma maior solidariedade das primeiras para com o país.
No que diz respeito à despesa, penso que há sempre aspectos a melhorar, mas penso que este governo já tem adoptado algumas boas medidas, como foi o caso da saúde.
Fonte: Terras do Homem, em 22-07-2010
MD: Outra das obras que pretendemos ver executada até final deste mandato é o designado Complexo das Gordeiras, que ficará instalado ligeiramente acima do campo de futebol, na Avenida D. Manuel I. Aí pretendemos instalar um circuito de manutenção ao ar livre. Esta ideia surgiu-me dos momentos em que fazia tratamentos nas Termas do Gerês, em que, no intervalo dos tratamentos, utilizava o circuito de manutenção local e achei que seria uma valência importante para as pessoas. Esse investimento, que deverá rondar o meio milhão de euros, contemplará a instalação do referido circuito de manutenção, bem como de uma infra-estrutura para a prática de outros desportos para os jovens.
Por outro lado, existe a questão da piscina municipal, que está a ser levada a efeito pela Câmara Municipal. A remodelação total deverá estar concluída até final do ano. Trata-se de uma piscina com 25 metros de comprimento, coberta e climatizada.
Ao nível dos acessos, existe uma série de questões que gostaríamos também de ver resolvidas. Falo de ruas que ainda estão em calçada à portuguesa e que gostaríamos de ver alcatroadas. É o caso de Pesqueiras de Cima, que já está prometida pela Câmara Municipal. Além disso, gostaríamos de ver o mesmo acontecer no Bairro de Andrías e na Rua da Rega, bem como o Gondoneiro, no Cavacadouro, entre outras situações pontuais.
No que concerne à rede de saneamento, ainda há alguns lugares por cobrir, como é o caso do lugar da Costa. Sinto que há, nesse caso em concreto, um envolvimento da Câmara Municipal, no sentido de se resolverem rapidamente essa questão. Além disso, existem ainda os casos de Moimenta-a-Velha e da Portela, situações mais complicadas, devida a localização daqueles lugares.
No caso do concelho de Terras de Bouro, acresce uma grande dificuldade, que se prende com o enorme distanciamento entre todos os lugares, por si, muito pouco numerosos, no que toca a habitantes.
Por outro lado, a autarquia está a pensar levar a cabo uma Variante, directa à estrada que vai para Cibões, até à curva da Rega, o que poderá constituir um incentivo à auto-construção, uma vez que desbloqueará uma série de terrenos, o que beneficiará muitos jovens que não têm possibilidades de adquirir terrenos noutras zonas. Neste caso em concreto, a construção dessa variante deverá já ser acompanhada da instalação da rede de saneamento nesse local.
TH: Acha que essa manifestação de apoio aos jovens, através desse tipo de políticas, beneficia a fixação de jovens na freguesia?
DM: Sem dúvida. Uma das maiores carências no nosso concelho é o incentivo à fixação dos jovens, nomeadamente através do apelo à auto-construção, conseguido com medidas como o desbloqueamento de determinados terrenos, através da construção de alguns arruamentos, bem como pela redução ou isenção de algumas taxas de construção, entre outras. É sabido que uma casa construída por nós próprios fica mais barata que qualquer apartamento que se possa construir aqui na freguesia, permitindo ainda aos jovens irem construindo consoante as suas posses.
Outra variante que gostaríamos de ver executada seria a que vai da zona do Barreiro, pelas Veigas de Moimenta, e que desbloquearia também alguns terrenos para construção.
TH: Qual ou quais as grandes obras que julga deixar à Freguesia de Moimenta destes 12 anos enquanto presidente da Junta?
MD: Não temos grandes obras de referência, temos isso sim, pequenas obras muito importantes. Como é fácil de verificar, a Junta de Freguesia não dispõe de meios suficientes para levar a efeito grandes obras. Conseguimos que fossem executadas as pavimentações em Moimenta e de Moimenta para o Cavacadouro, bem como a construção de passeios para peões, entre a Vila de Moimenta e Pesqueiras e na Rua do Passo, na estrada que vai para Chorense. Penso que são obras importantes para garantirmos a segurança dos peões. Neste caso, faltará ainda construir um outro, até ao Cavacadouro, na saída Norte da Freguesia, em direcção a Covide.
O saneamento, embora não esteja concluído, foi uma grande obra também executada, por exemplo, no Cavacadouro, que foi também todo repavimentado em alcatrão.
Destaco, ainda, a construção de um parque infantil que veio beneficiar as crianças da freguesia, uma valência muito importante para os mais novos que se encontra instalada na Praça de Espectáculos de Moimenta.
Evitar que as pessoas se agarrem permanentemente ao poder
TH: Acha que as Juntas de Freguesia deveriam dispor de outros meios financeiros para poderem executar mais obras de sua autoria ou o papel deste órgão autárquico deve ser cada vez mais o de reivindicar junto das Câmaras Municipais?
MD: Penso que sim. Cada vez mais, o papel das Juntas de Freguesia passa por interceder, junto das autarquias, pelas obras que querem ver executadas no espaço da sua responsabilidade, nomeadamente as infra-estruturas de grande envergadura.
TH: Admite ter cometido algum erro na execução das suas funções, ao longo destes nove anos enquanto presidente da Junta de Freguesia de Moimenta?
MD: Não me lembro de nenhum caso em especial em que isso tenha acontecido. Como se costuma dizer, errar é humano, por isso sempre pautei a minha actuação, porque julgo que é esse o dever de um Junta de Freguesia, pela defesa do interesse das pessoas, estando sempre do seu lado e atento aos seus problemas. Nesse caso, penso que temos dado uma resposta sempre pronta, em tempo útil.
Talvez nos pudéssemos, se calhar, arrepender de não termos sido, nalgumas circunstâncias, mais reivindicativos com a Câmara Municipal, mas também havia que entender, sempre, as condicionantes financeiras que afectam um concelho como o de Terras de Bouro.
TH: Concorda com a lei que limita o número de mandatos de um presidente de Junta?
MD: Eu acho que sim. Ao fim de um certo tempo, as pessoas têm tendência para deixar passar algumas coisas. Esta é uma forma, a meu ver, de evitar que as pessoas se agarrem permanentemente ao poder.
Acho que, neste novo figurino, o primeiro mandato serve para que as pessoas se envolvam e tenham conhecimento das reais necessidades da freguesia, bem como das suas características. Num segundo mandato, haverá já que trabalhar nos limites. E o terceiro servirá, essencialmente, para concluir algumas obras que não tenha sido possível concluir-se no segundo mandato.
TH: Qual o sentimento por ser este o seu último mandato? Já sabe o que irá fazer depois de 2013?
MD: Este é o meu último mandato enquanto presidente de Junta, o que não quer dizer que não venha a integrar uma equipa que continue a lutar pelo desenvolvimento da Freguesia de Moimenta. Para já ainda não ponderei sobre essa situação.
TH: Vê na freguesia de Moimenta já alguém com perfil para o substituir?
MD: Acima de tudo, acho que esta freguesia tem muito bons valores, capazes de fazer boas obras. Infelizmente, as pessoas que têm a possibilidade de me substituir nem sempre se querem assumir.
TH: Acha que as Juntas de Freguesia deveriam dispor de outros meios financeiros para poderem executar mais obras de sua autoria ou o papel deste órgão autárquico deve ser cada vez mais o de reivindicar junto das Câmaras Municipais?
MD: Penso que sim. Cada vez mais, o papel das Juntas de Freguesia passa por interceder, junto das autarquias, pelas obras que querem ver executadas no espaço da sua responsabilidade, nomeadamente as infra-estruturas de grande envergadura.
TH: Admite ter cometido algum erro na execução das suas funções, ao longo destes nove anos enquanto presidente da Junta de Freguesia de Moimenta?
MD: Não me lembro de nenhum caso em especial em que isso tenha acontecido. Como se costuma dizer, errar é humano, por isso sempre pautei a minha actuação, porque julgo que é esse o dever de um Junta de Freguesia, pela defesa do interesse das pessoas, estando sempre do seu lado e atento aos seus problemas. Nesse caso, penso que temos dado uma resposta sempre pronta, em tempo útil.
Talvez nos pudéssemos, se calhar, arrepender de não termos sido, nalgumas circunstâncias, mais reivindicativos com a Câmara Municipal, mas também havia que entender, sempre, as condicionantes financeiras que afectam um concelho como o de Terras de Bouro.
TH: Concorda com a lei que limita o número de mandatos de um presidente de Junta?
MD: Eu acho que sim. Ao fim de um certo tempo, as pessoas têm tendência para deixar passar algumas coisas. Esta é uma forma, a meu ver, de evitar que as pessoas se agarrem permanentemente ao poder.
Acho que, neste novo figurino, o primeiro mandato serve para que as pessoas se envolvam e tenham conhecimento das reais necessidades da freguesia, bem como das suas características. Num segundo mandato, haverá já que trabalhar nos limites. E o terceiro servirá, essencialmente, para concluir algumas obras que não tenha sido possível concluir-se no segundo mandato.
TH: Qual o sentimento por ser este o seu último mandato? Já sabe o que irá fazer depois de 2013?
MD: Este é o meu último mandato enquanto presidente de Junta, o que não quer dizer que não venha a integrar uma equipa que continue a lutar pelo desenvolvimento da Freguesia de Moimenta. Para já ainda não ponderei sobre essa situação.
TH: Vê na freguesia de Moimenta já alguém com perfil para o substituir?
MD: Acima de tudo, acho que esta freguesia tem muito bons valores, capazes de fazer boas obras. Infelizmente, as pessoas que têm a possibilidade de me substituir nem sempre se querem assumir.
Problema da ligação a Braga
TH: Tendo em conta as dificuldades financeiras que limitam o raio de acção de uma Junta de Freguesia, acha que este é ainda um órgão autárquico necessário na vida política?
MD: Acho que sim, acho que ainda são necessárias, pela característica de proximidade que possuem e que permite diagnosticar, em primeiro plano, os reais problemas das pessoas, desde a falta de água, à falta de luz, entre outros. O grande problema prende-se com o elevado número de freguesias com muito poucos habitantes. No caso de Terras de Bouro, por exemplo, acho que o concelho poderia ficar dividido em cinco ou seis grandes freguesias, que detivessem um maior poder de iniciativa e acrescidas responsabilidades. Poderiam, por exemplo, ter alguns funcionários administrativos a tempo inteiro, coisa que não acontece actualmente.
TH: Se fosse presidente da Câmara, qual seria a medida que veria como mais urgente para implementar em Terras de Bouro?
MD: Antes de mais, gostaria de sublinhar que nunca tive tais pretensões. No entanto, no plano imaginário diria que talvez colocasse no topo das prioridades uma via de acesso, das melhores condições possíveis, entre a sede de concelho e a sede de distrito. Esta estrada que nos une, actualmente, a Braga é bastante sinuosa e lenta. Só com boas vias de acesso ao nosso concelho poderemos proporcionar um maior desenvolvimento económico.
Se repararmos, os concelhos vizinhos de Vila Verde ou Ponte de Lima cresceram muito mais após a instalação de modernas e eficazes vias de circulação.
Além disso, convinha criar uma via de melhores condições entre a sede de concelho e a Vila do Gerês, para aproveitar os fluxos turísticos de uma e outra zona. O Gerês é, no meu entender, e com a possível isenção de pensamento, a terra mais bonita de Portugal.
TH: E se fosse primeiro-ministro, que área privilegiaria?
MD: Penso que a área social é a que necessita de uma maior atenção. Isto porque, infelizmente, são sempre os nossos pobres a pagarem a crise e isso não é justo. Os idosos, por exemplo, com pensões cada vez mais curtas para o custo de vida nacional, são o sector mais vulnerável.
No plano económico, acho que há uma grande diferença de condições para as grandes empresas – que podem conseguir a melhor mão-de-obra com recurso a elevados salários – e as pequenas empresas. Seria necessária uma maior solidariedade das primeiras para com o país.
No que diz respeito à despesa, penso que há sempre aspectos a melhorar, mas penso que este governo já tem adoptado algumas boas medidas, como foi o caso da saúde.
Fonte: Terras do Homem, em 22-07-2010
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