sábado, 17 de julho de 2010

Direcção da ADRC Terras de Bouro quer estabilizar o clube na honra

ADRC Terras de Bouro está de regresso à Divisão de Honra da Associação de Futebol de Braga.
A subida do Esposende aos nacionais abriu mais uma vaga na elite do futebol regional que foi ocupada pelos terrabourenses, pelo facto terem conseguido melhor pontuação que a equipa da série B. Um facto que enche de orgulho toda a direcção do clube que tinha um projecto de três anos para voltarem a pisar os palcos mais altos do futebol regional.
Na sua primeira grande entrevista após a subida, o presidente do Terras de Bouro, abriu o livro ao Desportivo Vale do Homem e abordou todos os temas do clube sem tabus. Miguel Rodrigues não esqueceu a conturbada saída de Jorge Maia e as polémicas declarações do técnico à comunicação social. Quem também não ficou sem resposta foi o clube vizinho do Gerês, que recentemente cortou relações com os terrabourenses. O líder de Terras de Bouro garante que não vai «mexer uma palha» para reatar as relações e diz que foi enxovalhado» pelos dirigentes do clube serrano.
Há quatro anos ia cadeira presidencial, o líder do Terras de Bouro, não sonha com a subida aos nacionais de futebol. Primeiro diz que é necessário estabilizar o clube na honra para depois pensar noutros voos.
VH: Prometeu levar o clube à honra em três anos. Acabou por subir logo no primeiro?
Miguel Rodrigues: É verdade que o projecto da direcção passava por colocar o clube na divisão
de honra durante as próximas três anos, mas acabamos por ser felizes logo no primeiro ano. Durante o campeonato não partimos com esse objectivo, mas com o decorrer do mesmo, e feita a analise das outras equipas, sentimos que era possível ficar nos primeiros lugares. Quero lembrar que, em 24 jornadas, andamos sempre nos dois primeiros lugares e sentimos que este ia ser o ano da subida.
DVH: Mas estava à espera de um final de época tão turbulenta?
M.R: Quem anda no futebol sabe que estas situações são normais. A equipa estava oscilante e sentíamos que se não fizéssemos alguma coisa não íamos subir. Não podíamos perder uma temporada por causa de meia dúzia de jogos.
Fizemos um grande investimento e não podia estragar uma época por uma amizade com uma pessoa. Não podemos confundir amizade com trabalho.
DVH: ficou surpreendido com as declarações de Jorge Maia?
M.R: Fiquei, aliás, como toda a direcção. Toda a gente sabe, e ele principalmente, que se não fosse a direcção do Terras Bouro nunca iria treinar uma equipa com esta dimensão. Achamos que devíamos dar esta oportunidade ao Maia, por isso demos-lhe todos os jogadores que ele pediu, porque também queríamos construir uma equipa forte para ele ter condições para triunfar. Se hoje está a treinar deve-o ao Terras de Bouro.

DVH: O Maia acusou-o de tentar denegrir o plantei?
M.R.: Penso que se fosse hoje não dizia isso. O presidente sempre esteve com os jogadores.
DVH: Continuam tensas as relações com o GD Gerês?
M.R: Quando me referi ao Gerês falei no clube e não na Vila. No entanto, as pessoas interpretaram tudo ao contrário. Umas porque lhes interessava e outras porque não sabem ler.
Fomos enxovalhados durante todo o jogo e não podia ficar indiferente. Quando são os adeptos temos de aguentar. Mas foram os próprios dirigentes e pessoas dos quadros do Gerês que nos maltrataram.
DHV: Mas não foi uma reacção fora do tempo?
M.R.: Não, porque as provocações foram sempre no sentido de não subirmos de divisão. Do género: "Vão subir o São Bento da Porta Aberta"; "a vossa subida vai ser a serra até Terras de Bouro", ou "não tendes condições para estar na I divisão que fará na honra". Claro que tive de esperar pela subida de divisão para reagir. Ainda por cima um clube do concelho que devia era estar feliz por ter uma equipa na honra.
DVH: Continuam de relações cortadas?
M.R.: Não vou mexer uma palha para restabelecer essa relação. Estou aqui há quatro temporadas e nunca precisei do Gerês para nada. Tenho a certeza que não vai ser agora que vamos precisar deles. Fico triste pelo corte de relações, mas não posso fazer mais nada.
Se eles quiserem conversar estou aberto ao diálogo. Se não quiserem é o problema deles, pois foram eles que provocaram esta situação.
Desportivo Vale do Homem, em 15-07-2010

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