quinta-feira, 29 de julho de 2010

Braval ‘circula’ a biodiesel

Começou ontem a ser utilizado o biodiesel produzido na unidade de produção da Braval, “mais um passo importante” na história do ecoparque da empresa multimunicipal, que ontem recebeu os presidentes de câmara e vereadores dos seis municípios accionistas (Braga, Vila Verde, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Amares e Vieira do Minho), naquela que foi a inauguração oficial da unidade

“O dia de hoje é sem dúvida, do ponto de vista ambiental, muitíssimo importante para a Braval”, disse aos jornalistas o director geral executivo, Pedro Machado, garantindo que nesta primeira fase o biodiesel será utilizado apenas nas viaturas da Braval, que passam a abastecer em posto próprio instalado no ecoparque da Serra do Carvalho, na Póvoa de Lanhoso.
“Só há uma semana é que a unidade está legalizada para produzir e abastecer as viaturas municipais”, salientou Pedro Machado, justificando que a “unidade já funciona há um ano mas nunca foi utilizado o biodiesel”, devido à inexistência de certificado de pequeno produtor autorizado, com isenção de imposto sobre produtos petrolíferos.
A Unidade de Produção de Biodiesel é a primeira em Portugal a tratar resíduos de óleos alimentares usados, um projecto que foi apoiado pelo Feder.
O projecto que custou 600 mil euros, financiado em 79 por cento pela União Europeia, foi, de acordo com Pedro Machado, “considerado de excelência ambiental porque visa a recolha de óleos alimentares usados porta a porta nos seis municípios accionistas da Braval”.
A capacidade de produção é de 1 milhão e 500 mil litros por ano, sendo que neste momento só estão licenciados 200 mil litros por ano.
“Esperamos chegar, o mais tardar, daqui a sete/oito anos a 1 milhão e 500 mil litros, sinal de que a população dos seis municípios colocam o óleo no oleão”, desejou o director geral executivo da empresa multimunicipal.
Neste momento, por cada litro de gasóleo 10 por cento é biodiesel, explicou o responsável, afirmando que “o excelente seria por cada litro de gasóleo termos um litro de biodiesel”.

Apetrechar as viaturas
Nesta altura, um dos principais obstácu los são as viaturas, que “ainda não estão apetrechadas para receber, neste rácio, o biodiesel”, referiu Pedro Machado, assegurando que “quando se atingir a meta dos 500 mil litros, o biodiesel passará também a ser utilizado pelas viaturas municipais das seis câmaras accionistas da Braval”, uma meta que deve ser atingida no próximo ano, apontou Pedro Machado.
Para continuar a sensibilizar a população

para a recolha de óleos alimentares usados, a Braval está a estudar a colocação de mais uma linha verde para as populações se poderem inscrever. Para além das mais-valias em termos ambientais, o biodiesel permite a redução dos custos em termos da utilização de combustível.
De salientar que a inauguração da Unidade de Produção de Biodiesel ficou, ontem, também marcada pela atribuição da certificação dos sistemas em Gestão da Qualidade, Gestão Ambiental e Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho.

Braval insiste na renovação da licença para tratar resíduos industriais
À margem da cerimónia de inauguração da Unidade de Produção de Biodiesel, o director geral executivo da Braval, Pedro Machado, lamentou a falta de abertura do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território para renovar a licença de recolha de resíduos industriais.
“A Braval licenciou o único ecocentro em Portugal de resíduos industriais num sistema multimunicipal” e “o nosso objectivo é valorizar ao máximo os resíduos provenientes da indústria” garantiu Pedro Machado, sublinhando que a empresa tem “a tarifa mais barata em Portugal, desde sempre, para o tratamento de resíduos industriais”.
“É lamentável que quando abre um privado a 60 quilómetros, os empresários tenham de pagar mais do dobro” pelo tratamento dos resíduos, criticou o director executivo da Braval, afirmando que “alguma coisa tem que estar aqui oculta” porque a empresa “sempre deu lucro equilibrado”.
“Este é um projecto que está na eminência de não continuar e isto vai penalizar os nossos industriais e os nossos munícipes”, lamentou Pedro Machado, convencido de que “a nossa maior força é que temos a razão”.
Fonte: “Correio do Minho”, em 29-07-2010

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