Na justiça, tudo na mesma
Uma das vítimas mortais, Carlos Alberto Alves, de Figueiras, Lousada, de 36 anos, deixou dois filhos menores, uma menina agora com 5 anos e um rapaz com 12 anos. Com ele morreram mais 4 portugueses: Carlos Duarte Campelo Marques, 23 anos, do Marco de Canaveses; Olímpio Carriço, de 45 anos, de Valpaços; António Maria Gonçalves, de Terras do Bouro; e António Ribeiro, de Vizela.
Refira-se que Carlos Alberto Alves, pouco tempo antes, tinha perdido um irmão que faleceu após doença prolongada e um sobrinho, vítima de acidente rodoviário.
Um ano depois do acidente que vitimou cinco trabalhadores portugueses no túnel dos Dos Valires, em Andorra, ainda não há uma decisão judicial que clarifique as responsabilidades e permita às famílias das vítimas serem compensadas.
Uma missa, no domingo, recordou o acidente, o mais grave de sempre numa obra em Andorra que, por outro lado, continua também sem estar concluída, bloqueada pelo processo judicial e por disputas sobre a validade de relatórios periciais então solicitados.Uma das vítimas mortais, Carlos Alberto Alves, de Figueiras, Lousada, de 36 anos, deixou dois filhos menores, uma menina agora com 5 anos e um rapaz com 12 anos. Com ele morreram mais 4 portugueses: Carlos Duarte Campelo Marques, 23 anos, do Marco de Canaveses; Olímpio Carriço, de 45 anos, de Valpaços; António Maria Gonçalves, de Terras do Bouro; e António Ribeiro, de Vizela.
Refira-se que Carlos Alberto Alves, pouco tempo antes, tinha perdido um irmão que faleceu após doença prolongada e um sobrinho, vítima de acidente rodoviário.
Um ano depois do acidente que vitimou cinco trabalhadores portugueses no túnel dos Dos Valires, em Andorra, ainda não há uma decisão judicial que clarifique as responsabilidades e permita às famílias das vítimas serem compensadas.
Depois de uma primeira peritagem judicial, a juíza de instrução do caso responsabilizou seis pessoas da RMD Kwiforrm Ibérica - a empresa responsável pela estrutura que deveria suportar o peso da construção - três da UTE responsável pela obra (Dragados, Dragases y Trabajos Públicos Armengol ) e dois outros da empresa Fernández Casado y Apoyo.
Como essa peritagem é fundamental para a sentença, a defesa já solicitou mais estudos, um geotérmico e outro topográfico que ajudem a explicar o que aconteceu há um ano.
Outros processos paralelos decorrem ainda no Tribunal Constitucional sobre os inquéritos iniciais e o relatório pericial.
Enquanto decorre a batalha judicial em pouco ou nada se altera a situação das famílias das vítimas, especialmente as de dois dos cinco trabalhadores que residiam em Andorra e que continuam sem receber a indemnização.
É uma situação idêntica à que viviam em Março, aquando da visita de Cavaco Silva ao principado dos Pirinéus.
Fontes em Andorra, judiciais e da comunidade portuguesa, asseguraram que "está quase tudo na mesma".
Em Março, uma das viúvas, explicou aos jornalistas que o não pagamento da indemnização se devia, em parte, por não existir acordo com os valores oferecidos pelas seguradoras.
"Há algum desacordo (sobre o valor da indemnização). As famílias (em Portugal) conformaram-se com o que lhes propuseram" e por isso "para elas está tudo resolvido.
"E as duas aqui ainda não, porque não concordamos com a quantia que nos ofereceram", afirmou aos jornalistas a viúva antes da cerimónia de descerramento de uma lápide em homenagem às vítimas, feita por Cavaco Silva e pelo primeiro-ministro andorrano, Jaume Bartumeu.
O processo de definição e atribuição da indemnização às famílias que residiam em Portugal foi relativamente célere mas, no caso das que residiam em Andorra, o processo continua por finalizar.
Na ocasião, o presidente do Governo andorrano, Jaume Bartumeu, prometeu à Lusa que o executivo não ia intervir para acelerar ou pressionar a justiça no âmbito da investigação sobre o acidente.
Oito meses depois, Jaume Bartumeu regressará ao local do acidente onde estará, com várias autoridades locais, familiares das vítimas e membros da comunidade portuguesa, numa missa de homenagem.
Ao lado de uma obra que teima em não estar pronta e a relembrar, diariamente a quem lá passa, o drama que ali se viveu há um ano.
Fonte: Terras do Vale do Sousa, em 18-11-2010
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