Francesinha nasceu para as mulheres
Casa do Infante organiza passeios gastronómicos em que o prato inventado em 1953 é rei e se explica as origens.
A iguaria foi criada para as mulheres. Daniel David da Silva, o criador, queria que as portuguesas fossem tão "picantes" como as francesas e por isso chamou ao prato de francesinha. Mas, inicialmente, eram os homens quem as comia, pois quem do sexo feminino se arriscasse ficava mal-afamado. Nasceu no Porto, mas é servida em restaurantes de todo o País e também no estrangeiro. O Serviço Educativo da Casa do Infante, no Porto, está a organizar um Ciclo de Circuitos Gastronómicos com percursos pedonais pelos locais onde este prato ficou para sempre ligado.
Apesar da preocupação do criador da francesinha com a evolução dos costumes, foram os homens, sobretudo os solteiros, que inicialmente se tornaram os principais apreciadores. Era servida ao lanche, a meio da tarde, ou noite dentro, após as sessões de cinema, após as 23.30, quando na Baixa portuense ainda existiam grandes salas dedicadas à Sétima Arte. Não era considerada um prato, e por isso era servida sem grandes luxos, em mesas sem toalha ou ao balcão. Como era picante e, por a sabedoria popular achar que tal condimento provocava alterações comportamentais, as mulheres nunca a pediam. "As mulheres começaram a gostar de comer francesinhas quando lhes foi permitido", explicou ao DN Graça Lacerda, que ao longo do percurso conduziu os curiosos pela história do famoso petisco. E foi só na década de 70 que as mulheres começaram a aderir em força ao prato criado cerca de 20 anos antes.
O seu criador foi Daniel David da Silva, natural de Terras de Bouro, que imigrou ainda jovem para Lisboa, onde trabalhou no Restaurante As Berlengas.
Esteve depois na Bélgica e mais tarde em França e foi aí que terá recebido inspiração para o prato que futuramente iria criar. Existe a tese de que as origens da francesinha estão associadas às Invasões Francesas, pois já as tropas de Napoleão comiam pão de forma com vários tipos de carne e muito queijo. Mas esta versão tem merecido pouco crédito por parte dos historiadores.Casa do Infante organiza passeios gastronómicos em que o prato inventado em 1953 é rei e se explica as origens.
A iguaria foi criada para as mulheres. Daniel David da Silva, o criador, queria que as portuguesas fossem tão "picantes" como as francesas e por isso chamou ao prato de francesinha. Mas, inicialmente, eram os homens quem as comia, pois quem do sexo feminino se arriscasse ficava mal-afamado. Nasceu no Porto, mas é servida em restaurantes de todo o País e também no estrangeiro. O Serviço Educativo da Casa do Infante, no Porto, está a organizar um Ciclo de Circuitos Gastronómicos com percursos pedonais pelos locais onde este prato ficou para sempre ligado.
Apesar da preocupação do criador da francesinha com a evolução dos costumes, foram os homens, sobretudo os solteiros, que inicialmente se tornaram os principais apreciadores. Era servida ao lanche, a meio da tarde, ou noite dentro, após as sessões de cinema, após as 23.30, quando na Baixa portuense ainda existiam grandes salas dedicadas à Sétima Arte. Não era considerada um prato, e por isso era servida sem grandes luxos, em mesas sem toalha ou ao balcão. Como era picante e, por a sabedoria popular achar que tal condimento provocava alterações comportamentais, as mulheres nunca a pediam. "As mulheres começaram a gostar de comer francesinhas quando lhes foi permitido", explicou ao DN Graça Lacerda, que ao longo do percurso conduziu os curiosos pela história do famoso petisco. E foi só na década de 70 que as mulheres começaram a aderir em força ao prato criado cerca de 20 anos antes.
O seu criador foi Daniel David da Silva, natural de Terras de Bouro, que imigrou ainda jovem para Lisboa, onde trabalhou no Restaurante As Berlengas.
Foi Abrantes Jorge, proprietário do Restaurante Reboleira, na Rua do Bonjardim, quem convenceu Daniel David da Silva a vir para Portugal confeccionar o prato que o deixava deliciado. Deu-lhe sociedade no restaurante, e assim a francesinha começou a sua história no Porto, em 1953. Na altura, Daniel era já bem conhecedor da cozinha francesa e na base da francesinha terão estado as receitas de croque-madame (uma espécie de tosta mista), de croque-monsieur (outra tosta mista mas servida com molho branco e mostarda dijon) e, sobretudo, o molho welsh rarebit, conhecido por ser picante. Quase a totalidade dos ingredientes, como o pão bijou, o fiambre, a salsicha fresca, a linguiça, a perna assada fina e o queijo eram adquiridos no Mercado do Bolhão.
"A mulher mais picante que conheço é a francesa", dizia Daniel, e de francesinha baptizou o petisco. Mulherengo, nunca se casou e, já com 60 anos, fugiu com uma rapariga de 20. Após a sua morte, um empregado abandonou a Regaleira e levou a receita para o Restaurante Mucaba, em Gaia, em 1963. Era o início da expansão de um prato que, a par das tripas e do bacalhau à Gomes de Sá, torna famosa a gastronomia do Porto.
O seu sucesso é grande, sobretudo junto dos jovens. Em 2000 foi criada a Confraria da Francesinha e todos os anos, no Verão, realiza-se o Festival da Francesinha.
Fonte: Diário de Notícias, em 20-11-2010
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