A selecção das 7 Maravilhas Naturais de Portugal teve um enorme conjunto de virtudes: mostrou a enorme variedade paisagística do país e a sua biodiversidade, mas expôs em muitos casos as transformações penalizadoras em algumas áreas, os problemas que subsistem e que se podem agravar. Para delícia de muitos que leram, ouviram ou viram imagens das candidatas, muito se descobriu e aprendeu, e assim um amor pela preservação dos valores pode ter renascido.
A promoção de alguns exemplos que temos do nosso património é também uma forma de responsabilização por quem cuida dele: residentes, visitantes, autarquias e governo. Não podemos, em muitos casos, estar satisfeitos, e as belas imagens não devem fazer esquecer aquilo que já se destruiu ou se tem degradado irreversivelmente. Não deixa de ser curioso encontrar inúmeros autarcas que num dia enaltecem a maravilha do seu concelho, para no dia seguinte estarem contra o plano de ordenamento que impõe restrições essenciais para assegurar a conservação da natureza da mesma área.
As ameaças que existem para estas maravilhas passam muito pela necessidade imperiosa de travar uma construção dispersa e desordenada, de contrariar os incêndios, de nalguns casos se demolir ou reabilitar, de noutros investir na recuperação de áreas que foram escolhidas, mas que noutros tempos encerravam valores que apenas agora conseguimos espreitar na imaginação. Outras ameaças até globais, como as alterações climáticas, terão consequências que nos devem inquietar.
Um futuro maravilhoso para as maravilhas só é possível, se se perceber que as gerações futuras têm o direito a olhar para cada um dos locais como uma história, uma evolução e um património natural que nos oferece muito, pedindo pouco. Para tal é preciso uma vontade política que tenha essa visão tão longínqua como o horizonte de algumas paisagens que agora ficaram no leque das sete eleitas.
Vice-presidente da Quercus
A promoção de alguns exemplos que temos do nosso património é também uma forma de responsabilização por quem cuida dele: residentes, visitantes, autarquias e governo. Não podemos, em muitos casos, estar satisfeitos, e as belas imagens não devem fazer esquecer aquilo que já se destruiu ou se tem degradado irreversivelmente. Não deixa de ser curioso encontrar inúmeros autarcas que num dia enaltecem a maravilha do seu concelho, para no dia seguinte estarem contra o plano de ordenamento que impõe restrições essenciais para assegurar a conservação da natureza da mesma área.
As ameaças que existem para estas maravilhas passam muito pela necessidade imperiosa de travar uma construção dispersa e desordenada, de contrariar os incêndios, de nalguns casos se demolir ou reabilitar, de noutros investir na recuperação de áreas que foram escolhidas, mas que noutros tempos encerravam valores que apenas agora conseguimos espreitar na imaginação. Outras ameaças até globais, como as alterações climáticas, terão consequências que nos devem inquietar.
Um futuro maravilhoso para as maravilhas só é possível, se se perceber que as gerações futuras têm o direito a olhar para cada um dos locais como uma história, uma evolução e um património natural que nos oferece muito, pedindo pouco. Para tal é preciso uma vontade política que tenha essa visão tão longínqua como o horizonte de algumas paisagens que agora ficaram no leque das sete eleitas.
Vice-presidente da Quercus
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