Dentre os vultos que fizeram parte das primeiras gerências da Empresa das Águas do Gerês, cuja resenha histórica agora retomamos por, em antes, não termos disposto de espaço adequado para o efeito, destaca-se a prestigiada figura do capitalista portuense Eduardo Honório de Lima.
A sua passagem pela gerência dessa empresa, nos anos 20/30 do século passado, marcou uma época de elevado fulgor na vida da EAG, um período áureo consubstanciado nas inaugurações da colunata, do parque das termas e do "Bairro dos Pobres", na Assureira.
Os projectos da colunata, tal como os do parque e do bairro social, faziam parte, aliás, das cláusulas constantes no primeiro contrato de concessão da exploração termal, em 1896, onde era explícita a indicação de que para fazer face aos encargos avultados dessas obras, deveria a empresa destinar anualmente uma percentagem de 20% do produto dos bilhetes de águas computados em mil reis cada um, o que era equivalente a 10% do produto desses bilhetes ao preço de dois mil reis.A sua passagem pela gerência dessa empresa, nos anos 20/30 do século passado, marcou uma época de elevado fulgor na vida da EAG, um período áureo consubstanciado nas inaugurações da colunata, do parque das termas e do "Bairro dos Pobres", na Assureira.
Inaugurada em 1926, à colunata ser-Ihe-ia dado o nome do seu dinâmico impulsionador, Honório de Lima, que ainda hoje se mantém numa lápide instalada logo no início do "passeio coberto", designação com que este "ex-Iibris" geresiano aparece mencionado nos primeiros alvarás de concessão, mesmo defronte à "buvete" termal. No Parque das Termas, onde além de árvores exóticas de grande porte, seleccionadas pelo então Regente Florestal, Tude de Sousa, viria a ser-Ihe atribuído pela empresa proprietária, o nome daquele conceituado técnico florestal, alentejano de nascimento, em reconhecimento dos relevantes serviços por ele prestados ao Gerês e à sua serra, durante 15 anos, foi construído um lago com barcos de recreio, cujo porto de embarque é feito a partir de umas monumentais grutas artificiais de belo efeito.
De salientar, entretanto, que a acção de Honório de Lima no Gerês não se quedou apenas à sua actividade empresarial. Nascido no Maranhão, Brasil, em 21 de Novembro de 1856, veio para o Porto, terra dos seus antepassados, ainda jovem, onde passou a viver numa quinta de Cedofeita.
Cedo começou a revelar, na Cidade Invicta, a sua propensão para as actividades culturais, para além de comerciante de créditos firmados que lhe granjearam enorme prestígio e reputação. Em 26 de Abril de 1884 consorciou-se com O. Elisa Adelaide de Bessa Cardoso (1861-1947), senhora de grande estrutura moral e elevado espírito solidário que em muito ajudou os pobres do Gerês naqueles tempos difíceis. Habituais frequentadores desta estância termal, hospedavam-se, habitualmente, no Hotel Universal, sendo o quarto preferido deste benemérito casal, o último do 1° andar, voltado para a Avenida Manuel Francisco da Costa, no topo norte, paredes meias com o balneário de 1.ª classe.
Distinguiu-se este casal nas suas estadias no Gerês pelas suas generosas acções de benemerência….
Pode continuar a leitura deste belíssimo texto assinado pelo Dr. Agostinho Moura, na edição do jornal Geresão, de 20-09-2010.
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