terça-feira, 2 de abril de 2013

Lagar de Azeite da Devesa rendeu mais «uns cobres» aos amigos do alheio

Em 27 de Março de 2010 escrevíamos neste blogue que o Lagar de Azeite da Devesa se localiza na freguesia de Chorense e que era propriedade da família Vieira, freguesia da Balança, e da família Machado, freguesia de Chorense. Afirmávamos que conforme as fotografias o documentam, este Lagar de Azeite está no mais completo abandono. Entregue às silvas, sem telhado este local está a degradar-se. Actualmente, já não se colhe a azeitona e, muitas vezes, nem os tordos aparecem para a comer!
Outrora, a maior parte da azeitona produzida nesta região era trazida para este lagar e transformada em azeite. E o fio de ouro, tão desejado ao longo dos tempos, foi produzido, neste local, através do método tradicional, utilizando-se a força motriz da água para sua produção. Na sua essência, o processo consistia simplesmente em apanhar a azeitona das oliveiras, triturá-la, espremer a massa assim obtida e proceder depois à separação e decantação do azeite. Ainda me lembro, em miúdo, de ouvir dizer a muitos terrabourenses que o azeite deste lagar era divinal.
Na altura da apanha da azeitona, os carros de bois das freguesias circunvizinhas carregaram durante décadas, para este local, centenas e centenas de quilos de azeitona. Nessa época, todos os terrabourenses sabiam, que para se obter azeite com qualidade, a azeitona devia estar em muito bom estado de maturação: ser sadia, não ter defeitos, estar isenta de resíduos, recolher-se com cuidado para que se não estragasse.
Entretanto, se nada for feito, o Lagar de Azeite da Devesa, desaparecerá definitivamente. No entanto, convém lembrar aos terrabourenses que este lagar faz parte integrante do nosso património e da nossa história local.
Hoje, infelizmente, noticiamos que o cobre existente neste lagar de azeite foi todo “desviado”. Amigos do alheio ter-se-ão, recentemente, apoderado de todos os objectos em cobre deste engenho, nomeadamente da caldeira que por ser a mais pesada foi a que rendeu mais “cobres” aos larápios deste cobiçado metal…

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