Apesar dos incêndios de 2010, que consumiram mais de 10 mil hectares de área verde, o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) apresenta já importantes sinais de regeneração, admitiu hoje a direcção da instituição.
“Sempre acreditei que haveria uma grande capacidade de regeneração. Mas será preciso fazer alguma condução dessa recuperação porque os ritmos são diferentes”, começou por admitir Lagido Domingos, director do PNPG.
O responsável falava durante uma visita com jornalistas por algumas das áreas ardidas em 2010 e que, como se constatou no local, apresentam agora sinais de recuperação.
“Mostra sobretudo uma capacidade grande da natureza em resistir aos atentados que vai sofrendo. Mas sabia-se que seria assim nos povoamentos arbustivos. A recuperação dos povoamentos arbóreos será mais demorada”, admitiu ainda.
Segundo o levantamento do Instituto para a Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), em Julho e agosto os incêndios consumiram cerca dez mil hectares de área verde do PNPG, ou seja 11,7 por cento do parque.
Entre as zonas perdidas para o fogo contam-se 1.528 hectares de área de conservação da natureza, com reduzida presença humana.
Ainda assim, o ICNB aponta para a perda de 2.797 hectares classificados como de Protecção Total, essencialmente na zona da Mata do Cabril, em Ponte da Barca.A situação foi proporcionada, sobretudo, por quatro incêndios, todos com início fora da área do PNPG, nomeadamente um que durante quinze dias lavrou entre a Serra Amarela e a Mata do Cabril, destruindo 3.529 hectares.
Há ainda o incêndio em Arcos de Valdevez, no Soajo, que chegou a obrigar à evacuação de uma aldeia, e que durante dez dias destruiu 2.465 hectares.
Um cenário que Lagido Domingos, à passagem do quadragésimo aniversário do parque, admite ter sido “mau” e que se deve a um “problema da articulação do homem com o território”. Como a falta de um “sistema para consumir a biomassa que é produzida” nos seus cerca de 70 mil hectares.
“Assim, vamos ter sempre risco de catástrofe. Podemos mobilizar os meios todos, possíveis e imaginários, mas o problema [dos fogos florestais] é mais vasto”, sublinhou.
Para 2011 está prevista a instalação de dois pontos de vigilância permanente, nos locais mais afastados do parque, para incrementar a primeira intervenção.
“Serão equipas de vigilância com capacidade de primeira intervenção para evitar a propagação de incêndios. Resolvem os problemas cá dentro, mas não quando os fogos começam fora do parque”, concluiu.
Entretanto, na limpeza de mato e criação de linhas de defesa, os técnicos do parque já promoveram intervenções preventivas, este ano, em mais de 430 hectares.
Fonte: Lusa, em 9-05-2011
“Sempre acreditei que haveria uma grande capacidade de regeneração. Mas será preciso fazer alguma condução dessa recuperação porque os ritmos são diferentes”, começou por admitir Lagido Domingos, director do PNPG.
O responsável falava durante uma visita com jornalistas por algumas das áreas ardidas em 2010 e que, como se constatou no local, apresentam agora sinais de recuperação.
“Mostra sobretudo uma capacidade grande da natureza em resistir aos atentados que vai sofrendo. Mas sabia-se que seria assim nos povoamentos arbustivos. A recuperação dos povoamentos arbóreos será mais demorada”, admitiu ainda.
Segundo o levantamento do Instituto para a Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), em Julho e agosto os incêndios consumiram cerca dez mil hectares de área verde do PNPG, ou seja 11,7 por cento do parque.
Entre as zonas perdidas para o fogo contam-se 1.528 hectares de área de conservação da natureza, com reduzida presença humana.
Ainda assim, o ICNB aponta para a perda de 2.797 hectares classificados como de Protecção Total, essencialmente na zona da Mata do Cabril, em Ponte da Barca.A situação foi proporcionada, sobretudo, por quatro incêndios, todos com início fora da área do PNPG, nomeadamente um que durante quinze dias lavrou entre a Serra Amarela e a Mata do Cabril, destruindo 3.529 hectares.
Há ainda o incêndio em Arcos de Valdevez, no Soajo, que chegou a obrigar à evacuação de uma aldeia, e que durante dez dias destruiu 2.465 hectares.
Um cenário que Lagido Domingos, à passagem do quadragésimo aniversário do parque, admite ter sido “mau” e que se deve a um “problema da articulação do homem com o território”. Como a falta de um “sistema para consumir a biomassa que é produzida” nos seus cerca de 70 mil hectares.
“Assim, vamos ter sempre risco de catástrofe. Podemos mobilizar os meios todos, possíveis e imaginários, mas o problema [dos fogos florestais] é mais vasto”, sublinhou.
Para 2011 está prevista a instalação de dois pontos de vigilância permanente, nos locais mais afastados do parque, para incrementar a primeira intervenção.
“Serão equipas de vigilância com capacidade de primeira intervenção para evitar a propagação de incêndios. Resolvem os problemas cá dentro, mas não quando os fogos começam fora do parque”, concluiu.
Entretanto, na limpeza de mato e criação de linhas de defesa, os técnicos do parque já promoveram intervenções preventivas, este ano, em mais de 430 hectares.
Fonte: Lusa, em 9-05-2011
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