Ontem, mais uma vez, cumpriu-se um costume que é conhecido desde o início do século XIX. A vezeira de Vilar da Veiga passou pela vila do Gerês. O gado vai pastar para as encostas mais altas, de 15 de Maio a 15 de Setembro.
Chama-se “vezeira” porque os pastores guardam os bois uns dos outros, “à vez”, explica-nos Miguel Teixeira, um dirigente associativo.
Um dia por cada duas cabeças de gado que possua, um pastor toma conta do gado dos outros Quem tenha de ficar cinco dias, pode ficar três dias de uma vez e dois dias de outra vez. Na preservação deste costume, juntam-se a autarquia de Terras de Bouro, os hoteleiros locais que oferecem comes e bebes em cerca de uma dezena de barracas e a associação Lírio do Gerês, que organiza. Vacas prenhas são conduzidas em grupos mais pequenos
Miguel Teixeira explica-nos que desta vez aparentemente passou menos gado porque há muitas vacas prenhas que estão a ser conduzidas em grupos pequenos. Numa estimativa por aproximação, soma os bois que ontem passaram aos que diz terem sido conduzidos no sábado e aponta que na vezeira se encontrem umas sessenta setenta cabeças de gado.
De acordo com aquele dirigente, ainda é a raça barrosã uma das que mais preferência conseguem entre os produtores de Vilar da Veiga, mas ultimamente tem vindo a notar-se um aumento da raça cachena, por se tratar de uma raça com diminuição de efectivos e para a qual estão a surgir incentivos.
No Campo do Gerês servem borrego da Nova Zelândia
Na vila do Gerês, travamos contacto com um jornalista alemão, Bernardo Markowsky a residir em Portugal há oito anos e com publicações sobre questões de ambiente, de que é exemplo o título Deixar a Terra (2009, Edições Afrontamento).
Procurando a perspectiva de quem vê com olhos de fora o que se passa cá, perguntamos-lhe o que achou da vezeira.
“Bonito, muito bonito. Mas Poucos bois, é uma pena”, observou.
Questionamos adiante se acha que no mundo em que vivemos, com empresas multinacionais envolvidas na produção alimentar ainda há na Europa condições para os pastores produzirem gado.
“Já fui mais pessimista. Agora estou optimista”, responde, explicando que agora vivemos um tempo em que “estamos a voltar a fazer coisas como se faziam há cinquenta anos”. No Campo do Gerês, acrescenta, “numa cozinha muito boa, serviram-nos carne de borrego. Como estava muito dura, chamei a empregada e ela disse-me: não podemos fazer nada, porque a carne já nos chega em pedaços de quatro quilos, vinda da Nova Zelândia”.
Fonte: Correio do Minho, em 16-05-2011
Chama-se “vezeira” porque os pastores guardam os bois uns dos outros, “à vez”, explica-nos Miguel Teixeira, um dirigente associativo.
Um dia por cada duas cabeças de gado que possua, um pastor toma conta do gado dos outros Quem tenha de ficar cinco dias, pode ficar três dias de uma vez e dois dias de outra vez. Na preservação deste costume, juntam-se a autarquia de Terras de Bouro, os hoteleiros locais que oferecem comes e bebes em cerca de uma dezena de barracas e a associação Lírio do Gerês, que organiza. Vacas prenhas são conduzidas em grupos mais pequenos
Miguel Teixeira explica-nos que desta vez aparentemente passou menos gado porque há muitas vacas prenhas que estão a ser conduzidas em grupos pequenos. Numa estimativa por aproximação, soma os bois que ontem passaram aos que diz terem sido conduzidos no sábado e aponta que na vezeira se encontrem umas sessenta setenta cabeças de gado.
De acordo com aquele dirigente, ainda é a raça barrosã uma das que mais preferência conseguem entre os produtores de Vilar da Veiga, mas ultimamente tem vindo a notar-se um aumento da raça cachena, por se tratar de uma raça com diminuição de efectivos e para a qual estão a surgir incentivos.
No Campo do Gerês servem borrego da Nova Zelândia
Na vila do Gerês, travamos contacto com um jornalista alemão, Bernardo Markowsky a residir em Portugal há oito anos e com publicações sobre questões de ambiente, de que é exemplo o título Deixar a Terra (2009, Edições Afrontamento).
Procurando a perspectiva de quem vê com olhos de fora o que se passa cá, perguntamos-lhe o que achou da vezeira.
“Bonito, muito bonito. Mas Poucos bois, é uma pena”, observou.
Questionamos adiante se acha que no mundo em que vivemos, com empresas multinacionais envolvidas na produção alimentar ainda há na Europa condições para os pastores produzirem gado.
“Já fui mais pessimista. Agora estou optimista”, responde, explicando que agora vivemos um tempo em que “estamos a voltar a fazer coisas como se faziam há cinquenta anos”. No Campo do Gerês, acrescenta, “numa cozinha muito boa, serviram-nos carne de borrego. Como estava muito dura, chamei a empregada e ela disse-me: não podemos fazer nada, porque a carne já nos chega em pedaços de quatro quilos, vinda da Nova Zelândia”.
Fonte: Correio do Minho, em 16-05-2011
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