quarta-feira, 25 de maio de 2011

A culpa é minha

Ouvi, há dias, uma afirmação que me deixou perplexo. Eu, um simples cidadão, também sou culpado pelo estado caótico a que chegou o nosso País.
Mas não pensem que a acusação era só para mim. Não, é para todos os portugueses que, durante estes seis anos, NÃO estiveram no Governo!
Soa um pouco a anedota, é verdade, mas a afirmação, proferida por um analista político, mesmo a brincar, pode ser levada a sério. Como? Basta só ouvir os nossos políticos, sobretudo, esses mesmos que durante seis anos estiveram no poder.
Ora, se foi durante esse período que o País resvalou para esta crise profunda, e se eles não têm culpa de nada, é evidente que a culpa só pode ser minha... ou sua!
Pela minha parte, já o afirmei noutras alturas, estou perfeitamente à vontade para dizer que, em nada, contribuí para esta crise. Tal como eu, também a maior parte dos portugueses pode dizer o mesmo. Sendo assim, há-de haver alguém a quem possamos chamar de “culpados”. Sim, porque também aqui, a culpa não pode morrer solteira. O País foi mesmo “ao charco”, e eles andam por aí!
Andaram, durante os dois primeiros anos, a dizer que o País estava mal devido à acção dos Governos anteriores, e passaram os restantes quatro a dizer que os culpados da crise são os partidos que estão na oposição!.Vamos lá então entender-nos. Não seria mais aconselhável a quem esteve no Governo, admitir que falhou, mas que está disponível para uma nova oportunidade, em vez de afirmar que quer continuar no poder para dar sequência à sua obra? Mas qual?
É por questões como estas que, seguramente, o “presidente” do partido da “abstenção” arrisca mais uma rotunda vitória no acto eleitoral que aí vem. É que ainda há gente que não acreditando “nestes”, também diz que os “outros” não têm experiência para governar....
De certo, foi por não terem experiência na governação que os nossos actuais governantes nos levaram a um beco sem saída. Mesmo assim, querem continuar com a sua obra, e há muito boa gente disposta a dar-lhe uma mãozinha.
Fonte: Diário do Minho, em 25-05-2011

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