O único Parque Nacional português, na Peneda-Gerês, comemora este ano 40 anos da sua criação, mas o reconhecimento internacional, de que é exemplo a atenção dada pela revista National Geographic, continua a conviver com as críticas dos autarcas locais.
"Depois de vários títulos atribuídos ao longo dos anos, como em 2009 o de Reserva da Biosfera, esta publicação tornará o parque conhecido em todo o mundo", explicou à Lusa Lagido Domingos, director do Parque Natural da Peneda-Gerês (PNPG), salientando que uma equipa de fotógrafos e colaboradores da revista está no terreno há várias semanas.
"Estamos a falar de um património de grande valor, que parece ser preciso vir gente de fora para o reconhecer", afirmou, mostrando-se satisfeito com a "linha de rumo dos últimos 40 anos" da instituição.
No entanto, ainda bem vivas estão as críticas locais ao novo Plano de Ordenamento, nomeadamente sobre a necessidade de autorizações para pequenas obras, o estatuto de residente no parque ou a proibição de aproveitamentos eólicos.Vassalo Abreu, autarca de Ponte da Barca, município que tem 52 por cento do seu território em área do parque, é um dos mais críticos: "Sou presidente da Câmara e quase tenho que ter um passaporte para entrar no parque".
A proibição de instalação das torres eólicas é a crítica mais dura: "Entramos no PNPG e vemos postes enormes de Alta Tensão, antenas das televisões e telemóveis. E não podemos ter eólicas na periferia, quando as melhores zonas que temos estão ali", diz o autarca socialista.
No concelho vizinho de Arcos de Valdevez, o autarca social-democrata Francisco Araújo critica as "restrições" que o parque tem imposto às populações ao longo dos anos.
"O parque é um território humanizado e para cumprir a sua missão precisa de ganhar as populações, o que não acontece", acusa.
Para Francisco Araújo, "a proibição é a política da protecção em Portugal e as populações estão contra este tipo de ordenamento do território, que só perspectiva o despovoamento".
Em resposta a estas críticas, o director minimiza os problemas: "Devemos estar orgulhosos daquilo que foi possível conservar, em termos de património natural e cultural".
No entanto, "também sabemos que por vezes as relações não são fáceis com populações e autarquias", admite Lagido Marques.
Constituído a 8 de Maio de 1971, o PNPG abrange cinco concelhos dos distritos de Viana do Castelo, Braga e Vila Real, em mais de 70 mil hectares de área protegida, habitada por oito a nove mil pessoas.
Da área total, apenas cinco mil hectares pertencem ao Estado. A maior parte dos terrenos são baldios, o que obriga a um processo de articulação com a direcção do parque. "O Estado tem que ajudar a gerir, mas a ideia não é a de impor, contrariamente a algumas ideias que se criam", afirma Lagido Domingos.
Actualmente, o PNPG tem cerca de 240 espécies de fauna vertebrada identificadas no território e 1100 de flora, além de 500 sítios de interesse histórico e arqueológico.
Fonte: I-informação, em 7-05-2011
"Depois de vários títulos atribuídos ao longo dos anos, como em 2009 o de Reserva da Biosfera, esta publicação tornará o parque conhecido em todo o mundo", explicou à Lusa Lagido Domingos, director do Parque Natural da Peneda-Gerês (PNPG), salientando que uma equipa de fotógrafos e colaboradores da revista está no terreno há várias semanas.
"Estamos a falar de um património de grande valor, que parece ser preciso vir gente de fora para o reconhecer", afirmou, mostrando-se satisfeito com a "linha de rumo dos últimos 40 anos" da instituição.
No entanto, ainda bem vivas estão as críticas locais ao novo Plano de Ordenamento, nomeadamente sobre a necessidade de autorizações para pequenas obras, o estatuto de residente no parque ou a proibição de aproveitamentos eólicos.Vassalo Abreu, autarca de Ponte da Barca, município que tem 52 por cento do seu território em área do parque, é um dos mais críticos: "Sou presidente da Câmara e quase tenho que ter um passaporte para entrar no parque".
A proibição de instalação das torres eólicas é a crítica mais dura: "Entramos no PNPG e vemos postes enormes de Alta Tensão, antenas das televisões e telemóveis. E não podemos ter eólicas na periferia, quando as melhores zonas que temos estão ali", diz o autarca socialista.
No concelho vizinho de Arcos de Valdevez, o autarca social-democrata Francisco Araújo critica as "restrições" que o parque tem imposto às populações ao longo dos anos.
"O parque é um território humanizado e para cumprir a sua missão precisa de ganhar as populações, o que não acontece", acusa.
Para Francisco Araújo, "a proibição é a política da protecção em Portugal e as populações estão contra este tipo de ordenamento do território, que só perspectiva o despovoamento".
Em resposta a estas críticas, o director minimiza os problemas: "Devemos estar orgulhosos daquilo que foi possível conservar, em termos de património natural e cultural".
No entanto, "também sabemos que por vezes as relações não são fáceis com populações e autarquias", admite Lagido Marques.
Constituído a 8 de Maio de 1971, o PNPG abrange cinco concelhos dos distritos de Viana do Castelo, Braga e Vila Real, em mais de 70 mil hectares de área protegida, habitada por oito a nove mil pessoas.
Da área total, apenas cinco mil hectares pertencem ao Estado. A maior parte dos terrenos são baldios, o que obriga a um processo de articulação com a direcção do parque. "O Estado tem que ajudar a gerir, mas a ideia não é a de impor, contrariamente a algumas ideias que se criam", afirma Lagido Domingos.
Actualmente, o PNPG tem cerca de 240 espécies de fauna vertebrada identificadas no território e 1100 de flora, além de 500 sítios de interesse histórico e arqueológico.
Fonte: I-informação, em 7-05-2011
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