O Congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes realiza-se de 2 e 5 de Setembro. Este evento junta o sagrado ao profano reunindo curandeiros, bruxos, adivinhos e ervanários entre muitos curiosos. Muitos terrabourenses costumam visitar este congresso. Não vão lá por causa do “licor de levanta o pau” ou por outro licor qualquer! Nós terrabourenses vamos porque a miscelânea entre o profano e o sagrado e também a bruxaria sempre fizeram parte da nossa cultura e do nosso dia-a-dia…
O padre António Fontes, que impulsiona há 27 anos o Congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes, em Montalegre, afirmou hoje que o objectivo da iniciativa mantém-se actual porque, pretende dar a conhecer às pessoas 'o valor da medicina popular e o poder das plantas para combater doenças'.
'A junção do sagrado e do profano protagonizado por um padre deu mais-valia e chamariz ao congresso. Foi como que a arte de sacralizar o profano e profanar o sagrado', acrescentou o responsável.
O Congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes realiza-se entre 02 e 05 de Setembro, juntando o sagrado ao profano e se reunindo curandeiros, bruxos, adivinhos e ervanários entre muitos curiosos.
O padre António Fontes nasceu em Cambezes do Rio, em 22 de Fevereiro de 1940, tendo ingressado no Seminário de Vila Real em 1950, de onde saiu em 1960. Foi ordenado sacerdote em 1963.
O sacerdote recordou que o congresso de Vilar de Perdizes nasceu numa altura em que as tradições e a medicina popular antiga estavam a cair em desuso devido à concorrência ou oposição da 'medicina química ou moderna'.
Em 1983, disse, 'revelaram-se Vilar de Perdizes e os seus congressos como ponto de encontro de culturas, credos, medicinas, religiões, saberes, uma feira original popular e erudita, um espaço para questionar métodos e crenças, novidades e antiguidades e uma ocasião para conhecer o país real, profundo, oculto, esquecido, marginalizado '.
Durante quatro dias, assinalou o padre, vão estar espalhados pelos stands videntes, médiuns, massagistas, videntes, astrólogos, ervanárias, bruxos e tarólogos.
Quem quiser poderá ainda comprar livros, chás, fazer visitas guiadas pelo Barroso ou provar a queimada preparada pelo próprio Padre Fontes.
Os trabalhos em Vilar de Perdizes arrancam, dia 2, com o próprio sacerdote a fazer uma retrospectiva dos 27 anos de Medicina Popular, seguindo-se uma palestra sobre curandeiros.
Sexta feira, Lurdes Fonseca vai falar sobre as “Plantas medicinais e o comunitarismo barrosão”, Jorge Lage aborda o tema “A castanha no imaginário popular” e Telma Teixeira debruça-se sobre actualidade da medicina popular.
Faustino Santos leva a “Hipnoterapia” ao congresso, Tiago Cunha vai revelar “A arte de estar quieto” e Margarida Dourado vai falar sobre a “Procura da imortalidade em Meixide”.
Sábado, David Simões vai percorrer o “Itinerário terapêutico rural e urbano”, João Sanches debruça-se sobre as “Drogas, mezinhas e lendas: verdades e mentiras sobre as curandeiras”, “Cogumelos, gastronomia e saúde” é o tema que vai ser abordado por Hélder Alvar, enquanto que Félix Vicente vai revelar as “Lendas e magias de São Cipriano”.
Fonte: Lusa, em 24-08-2010