quinta-feira, 29 de março de 2012

Atendimento médico no Centro de Saúde sob fogo

É um problema que se arrasta há vários meses e que parece não ter solução à vista, em Terras de Bouro. As críticas dos utentes do Centro de Saúde de Moimenta multiplicam-se e dão conta de casos em que o ser humano sai quase sempre prejudicado, perante uma máquina inflexível que segue regras impessoais.
De acordo com alguns terrabourenses, as condições de atendimento aos utentes daquele concelho, no único Centro de Saúde de que dispõem “são deploráveis”. “Isto não existe, parece uma selva. As pessoas são muito mal atendidas. Mais valia colocarem uma rede de Souto para cima e considerar isto espaço selvagem”, criticava um dos queixosos.
A situação não é nova e até já motivou pedidos de esclarecimento e de atuação rápida, feitos pela própria autarquia à Direção Geral de Saúde e ao governo central. Contudo, os dias passam e são as pessoas que vão sentindo na pele os efeitos de uma política que não olha para trás, nem recua para atingir determinadas metas.
“Vamos ao centro de saúde e vemos, por exemplo, o médico recusar passar análises. Até um rapaz com problemas cardíacos já viu recusando atendimento porque, alegadamente, o médico já teria dado demasiadas consultas para um só dia”, afirmava incrédulo um utente terrabourense, garantindo que, por ali, “toda a gente tem uma história insólita e lamentável para contar”.
Os problemas parecem afetar toda a gente, miúdos e graúdos, novos e velhos. “Fui lá com a minha filha, pelas 16h30, porque a menina tinha contraído varicela. Quando lá cheguei disseram-me logo que não ia valer a pena esperar porque não ia ser atendida. Como poderiam dar-me esta resposta se o centro só fecha às 20h00?”, interrogava-se Amélia Araújo, revoltada com a resposta que ouviu pouco depois. “Procure outro médico, foi a única coisa que me disseram, mesmo sabendo que aqui não há mais médicos”, lamentou.
Por seu turno, Rita Martins teceu algumas críticas ao comportamento de um dos médicos de serviço que, perante uma grávida, afirma, “foi muito mal educado, tendo-se exaltado e recusando-se a prestar-me um serviço que está previsto no livro das grávidas”. “Eu não sei se estava mal disposto, nem quero saber. Ninguém tem culpa se não gosta do que faz. Se trabalha muitas horas, recebe bem para o fazer”, defendeu.
Fonte: Terras do Homem, em 29-03-2012

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