Tendo em vista a potenciação de um dos sectores mais exportadores de Portugal e com uma importância estratégica cada vez mais relevante no contexto global face à problemática das alterações climáticas, o Eurodeputado José Manuel Fernandes considera que é urgente uma aposta determinada na investigação científica para ajudar na valorização das florestas e da sua gestão.
«Temos que chamar as universidades e promover a investigação científica, devidamente estruturada e planeada para a realidade do nosso território, de forma a encontrar as respostas mais adequadas aos problemas e ao impacto das alterações climáticas, ajudando a definir as melhores opções para valorizar as potencialidades da floresta», desafiou o eurodeputado, no encerramento do seminário sobre “A Sustentabilidade da Floresta do Minho”, em Ponte de Lima.
No seminário, que juntou técnicos e responsáveis das diferentes associações florestais do Minho e organizações do sector – como a Autoridade Florestal Nacional, a Forestis e a Direcção Regional das Florestas do Norte –, ficou patente o estado de deterioração e de desvalorização a que tem sido votado ao longo das últimas décadas um sector que é o terceiro maior exportador em Portugal, chegando a superar os têxteis.
O sector florestal representa mais de 3% do PIB nacional e 10,2% das exportações portuguesas (mais de 3,5 mil milhões de euros), compreendendo ainda 260 mil postos de trabalho. «É um capital que ganha ainda maior importância face à actual situação do país e que é determinante para o equilíbrio da balança comercial», sublinhou José Manuel Fernandes, que, em contraponto, lamentou a inexistência de um cadastro florestal.
«Sem saber o que temos, não podemos ir longe. Não é por acaso que na Europa, entre os países que não têm cadastro florestal, estão Portugal e Grécia», denunciou o eurodeputado. E alertou que é preciso trabalhar rapidamente para um futuro concorrencial muito forte neste sector, porque está a merecer as maiores atenções nos países mais desenvolvidos, desde o Norte da Europa a EUA, Canadá e países asiáticos.
José Manuel Fernandes frisou ainda que «a UE tem obrigação de monitorizar e coordenar acções, designadamente ao nível do ordenamento florestal face à necessidade de adaptação às alterações climáticas e também no combate às doenças que atacam as florestas, nomeadamente o Nemátodo». Áreas onde aponta como de importância crucial a investigação coordenada.
José Manuel Fernandes destacou também o papel estratégico do Minho, face às características climatéricas que favorecem a região para o desenvolvimento das florestas. «Temos de tirar partido dos nossos recursos e aproveitar o trabalho de quem está no terreno e trabalha árdua e diariamente, como são as associações e as suas equipas de técnicos e sapadores, para vencer todas as dificuldades e criar riqueza para o país», desafiou, manifestando-se a favor da criação de centrais de biomassa de pequena dimensão, que favoreceriam a gestão mais eficiente das florestas, sobretudo ao nível da limpeza de mata e produção de energia.
Fonte: Vilaverdense, em 17-10-2011
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