Postamos entrevista feita por José Guimarães Antunes a António Soares, Técnico dos juvenis do Terras de Bouro.
“É preciso valorizar mais os jovens da terra”
António Soares, mais conhecido por Tero, para além de treinador da equipa de juvenis do Terras de Bouro, acumulou funções de Secretário da Direcção durante quatro anos. Aliás, o seu percurso directivo no clube terrabourense iniciou-se na temporada, como vice-presidente, tendo assumido no ano seguinte a presidência do clube. Depois, na época 1994/95 e 1995/97 assumiu a pasta de tesoureiro.
O seu percurso futebolístico foi sempre no futebol amador e, em 2000, iniciou a carreira de treinador como coordenador da Escola de Futebol de Formação Municipal. Depois, passou pelos diversos escalões de formação do Terras de Bouro e conseguiu chegar à final do Torneio Internacional ST. Arnout (França).
Este terrabourense, que se confessa admirador de José Mourinho e também aprecia o trabalho de Arsène Wenger, treinador do Arsenal, é funcionário da Câmara de Terras de Bouro, onde exerce a sua actividade na Divisão da Cultura e Desporto.
DVH: O seu percurso como dirigente no Terras de Bouro foi importante na sua formação?
António Soares: É muito importante conciliarmos com a experiência que já temos aquilo que aprendemos como director, jogador e treinador. Por exemplo, na área da formação como treinador tive a oportunidade de acompanhar de perto, ao longo de vários anos, treinadores que passaram pelo clube. Graças a eles aprendi diversos métodos de treino e de jogo.
DVH: Que relação estabelece com o seu grupo de trabalho?
António Soares: Após sete meses de convivência com este grupo de trabalho, posso assegurar que é muito positiva. Tenho um grupo excelente. Mas todos sabemos que não é fácil liderar jovens nestas idades. Contudo, gosto de dialogar regularmente com o grupo. Partilham comigo as suas ideias e os seus pensamentos, tanto do futebol como da vida "normal". Procuro ser um amigo, mas mantenho o distanciamento necessário para não perder a "chefia". Os treinadores demasiados permissivos acabam por ser brandos e não auxiliam os jovens jogadores na sua formação.
DVH: Os atletas comparecem regularmente aos treinos?
António Soares: Conciliar a actividade escolar com os treinos é difícil porque a maior parte dos jogadores tem aulas até às 18:30, o que obriga os treinos a começar muito tarde. Por isso, tive de reduzir ao tempo programado de treino. A direcção deverá rever esta situação juntamente com a Câmara Municipal porque a maior parte dos pais não tem transporte próprio.Maior proximidade entre pais, treinador e direcção
DVH: Os pais interessam-se pelo percurso desportivo dos filhos?
António Soares: Os pais deviam apoiá-los e incentivá-los mais. É importante que perguntem aos filhos, após um jogo, se jogaram bem ou se aplicaram as técnicas trabalhadas durante os treinos. Acho que se deve criar uma relação mais próxima entre o treinador, a direcção e os pais permite um maior encorajamento ao jovem atleta.
DVH: Os apoios que recebe são os necessários?
António Soares: Tenho as condições que o clube me pode dar. Contudo, se queremos dar mais qualidade à formação é crucial dar condições bem melhores. Prevejo que o clube, em articulação com a Câmara, esteja com vontade de dar mais e melhores condições aos treinadores e aos atletas da terra.
DVH: Que balanço faz do desempenho da equipa no campeonato?
António Soares: O balanço é positivo. A nível de classificação podíamos ter mais pontos. Nos últimos jogos, verifiquei um desgaste físico, mental, psicológico e até algumas lesões derivadas do excesso de actividades desportivas. Os atletas mais influentes na manobra da equipa, participaram nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março num torneio na Escola Padre Martins Capela. A participação neste torneio afectou o rendimento da equipa, mas é uma situação que eu não posso controlar. Para reverter esta situação é necessária uma maior articulação entre o clube, os pais e a escola.
DVH: Considera a vossa série competitiva?
António Soares: É a série mais competitiva de todas as séries da 2ª Divisão. Temos o Palmeiras FC, o FC Amares, o GDB Misericórdia, O CCT Nogueirense, o Ass. Merelim S. Paio e o GD Porto D`Ave que são candidatas aos primeiros lugares.
DVH: Aspira a treinar uma equipa sénior?
António Soares: Acho que tenho feito um bom trabalho. Tenho subido gradualmente. Quando surgir a oportunidade de treinar uma equipa sénior ou um projecto de formação juvenil sério eu estarei preparado para isso. Se me derem a oportunidade de fazer parte de um projecto de uma equipa sénior com estrutura de organização sérias e com uma boa prospecção de jogadores, obviamente, aceitarei.
DVH: A sua equipa tem jogadores talentosos?
António Soares: Neste grupo, temos alguns atletas de elevada qualidade. Alguns deles já foram referenciados por "olheiros" do F.C. Porto e pelo S.C. Braga: o Rui Nogueira "G.R." e Partick "Avançado".
DVH: Espera ver, futuramente, alguns dos juvenis na equipa sénior da ADR?
António Soares: Perspectivo um futuro risonho para alguns destes jovens atletas na equipa sénior, desde que se altere a actual situação. É preciso valorizar mais os jovens da terra, criando uma planificação e estrutura sólida no sentido de se continuar a dar o melhor seguimento ao trabalho desenvolvido na formação
Futuro da formação da ADR Terras de Bouro
“Faltam atletas e transporte”
António Soares considera que a falta de atletas e de transportes é dos maiores entraves ao crescimento do futebol jovem no concelho de Terras de Bouro. “A Autarquia, o Terras de Bouro e e as Juntas devem planificar um projecto que permita a todas as crianças e jovens do concelho a prática do desporto. Nestes últimos anos, não tem sido fácil formar equipas em alguns dos escalões por falta de atletas. As freguesias estão muito dispersas umas das outras e há falta de transporte. Espero que esta situação seja revista, para bem dos jovens terrabourenses”, disse.
Fonte: Jornal Desportivo Vale do Homem, em 21-04-2011
“É preciso valorizar mais os jovens da terra”
António Soares, mais conhecido por Tero, para além de treinador da equipa de juvenis do Terras de Bouro, acumulou funções de Secretário da Direcção durante quatro anos. Aliás, o seu percurso directivo no clube terrabourense iniciou-se na temporada, como vice-presidente, tendo assumido no ano seguinte a presidência do clube. Depois, na época 1994/95 e 1995/97 assumiu a pasta de tesoureiro.
O seu percurso futebolístico foi sempre no futebol amador e, em 2000, iniciou a carreira de treinador como coordenador da Escola de Futebol de Formação Municipal. Depois, passou pelos diversos escalões de formação do Terras de Bouro e conseguiu chegar à final do Torneio Internacional ST. Arnout (França).
Este terrabourense, que se confessa admirador de José Mourinho e também aprecia o trabalho de Arsène Wenger, treinador do Arsenal, é funcionário da Câmara de Terras de Bouro, onde exerce a sua actividade na Divisão da Cultura e Desporto.
DVH: O seu percurso como dirigente no Terras de Bouro foi importante na sua formação?
António Soares: É muito importante conciliarmos com a experiência que já temos aquilo que aprendemos como director, jogador e treinador. Por exemplo, na área da formação como treinador tive a oportunidade de acompanhar de perto, ao longo de vários anos, treinadores que passaram pelo clube. Graças a eles aprendi diversos métodos de treino e de jogo.
DVH: Que relação estabelece com o seu grupo de trabalho?
António Soares: Após sete meses de convivência com este grupo de trabalho, posso assegurar que é muito positiva. Tenho um grupo excelente. Mas todos sabemos que não é fácil liderar jovens nestas idades. Contudo, gosto de dialogar regularmente com o grupo. Partilham comigo as suas ideias e os seus pensamentos, tanto do futebol como da vida "normal". Procuro ser um amigo, mas mantenho o distanciamento necessário para não perder a "chefia". Os treinadores demasiados permissivos acabam por ser brandos e não auxiliam os jovens jogadores na sua formação.
DVH: Os atletas comparecem regularmente aos treinos?
António Soares: Conciliar a actividade escolar com os treinos é difícil porque a maior parte dos jogadores tem aulas até às 18:30, o que obriga os treinos a começar muito tarde. Por isso, tive de reduzir ao tempo programado de treino. A direcção deverá rever esta situação juntamente com a Câmara Municipal porque a maior parte dos pais não tem transporte próprio.Maior proximidade entre pais, treinador e direcção
DVH: Os pais interessam-se pelo percurso desportivo dos filhos?
António Soares: Os pais deviam apoiá-los e incentivá-los mais. É importante que perguntem aos filhos, após um jogo, se jogaram bem ou se aplicaram as técnicas trabalhadas durante os treinos. Acho que se deve criar uma relação mais próxima entre o treinador, a direcção e os pais permite um maior encorajamento ao jovem atleta.
DVH: Os apoios que recebe são os necessários?
António Soares: Tenho as condições que o clube me pode dar. Contudo, se queremos dar mais qualidade à formação é crucial dar condições bem melhores. Prevejo que o clube, em articulação com a Câmara, esteja com vontade de dar mais e melhores condições aos treinadores e aos atletas da terra.
DVH: Que balanço faz do desempenho da equipa no campeonato?
António Soares: O balanço é positivo. A nível de classificação podíamos ter mais pontos. Nos últimos jogos, verifiquei um desgaste físico, mental, psicológico e até algumas lesões derivadas do excesso de actividades desportivas. Os atletas mais influentes na manobra da equipa, participaram nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março num torneio na Escola Padre Martins Capela. A participação neste torneio afectou o rendimento da equipa, mas é uma situação que eu não posso controlar. Para reverter esta situação é necessária uma maior articulação entre o clube, os pais e a escola.
DVH: Considera a vossa série competitiva?
António Soares: É a série mais competitiva de todas as séries da 2ª Divisão. Temos o Palmeiras FC, o FC Amares, o GDB Misericórdia, O CCT Nogueirense, o Ass. Merelim S. Paio e o GD Porto D`Ave que são candidatas aos primeiros lugares.
DVH: Aspira a treinar uma equipa sénior?
António Soares: Acho que tenho feito um bom trabalho. Tenho subido gradualmente. Quando surgir a oportunidade de treinar uma equipa sénior ou um projecto de formação juvenil sério eu estarei preparado para isso. Se me derem a oportunidade de fazer parte de um projecto de uma equipa sénior com estrutura de organização sérias e com uma boa prospecção de jogadores, obviamente, aceitarei.
DVH: A sua equipa tem jogadores talentosos?
António Soares: Neste grupo, temos alguns atletas de elevada qualidade. Alguns deles já foram referenciados por "olheiros" do F.C. Porto e pelo S.C. Braga: o Rui Nogueira "G.R." e Partick "Avançado".
DVH: Espera ver, futuramente, alguns dos juvenis na equipa sénior da ADR?
António Soares: Perspectivo um futuro risonho para alguns destes jovens atletas na equipa sénior, desde que se altere a actual situação. É preciso valorizar mais os jovens da terra, criando uma planificação e estrutura sólida no sentido de se continuar a dar o melhor seguimento ao trabalho desenvolvido na formação
Futuro da formação da ADR Terras de Bouro
“Faltam atletas e transporte”
António Soares considera que a falta de atletas e de transportes é dos maiores entraves ao crescimento do futebol jovem no concelho de Terras de Bouro. “A Autarquia, o Terras de Bouro e e as Juntas devem planificar um projecto que permita a todas as crianças e jovens do concelho a prática do desporto. Nestes últimos anos, não tem sido fácil formar equipas em alguns dos escalões por falta de atletas. As freguesias estão muito dispersas umas das outras e há falta de transporte. Espero que esta situação seja revista, para bem dos jovens terrabourenses”, disse.
Fonte: Jornal Desportivo Vale do Homem, em 21-04-2011
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