Os autarcas de dois dos cinco municípios do Parque Nacional Peneda Gerês reagiram hoje com “cautela” ao anúncio de cortes nos meios de combate aos incêndios mas assinalam “preocupação” pois “mesmo com apoio aéreo o parque é sempre fustigado”. Os presidentes de câmara de Terras do Bouro e Ponte da Barca, contactados pela agência Lusa, reagiram de forma diferente às declarações do presidente da Autoridade Nacional da Protecção Civil, que no domingo admitiu cortes no orçamento para meios de combate a fogos na ordem dos 20 por cento, sendo que os meios aéreos serão os mais afectados. São cinco os municípios que compõe os PNPG - Ponte da Barca, Terras do Bouro, Melgaço, Arcos de Valdevez e Montalegre. Para o autarca de Ponte da Barca, António Abreu, estes cortes não são “alarmantes”, pois a autarquia tem “meios de combate extra-subsídios estatais”.
“Em Ponte da Barca temos três brigadas financiadas pela autarquia e que não dependem dos subsídios que julgo serem afectados nestes cortes”, revelou. Aliás, adiantou António Abreu, a época de fogos já está a “ser preparada” pois já “se está a fazer a limpeza dos terrenos afectos à autarquia”. O “problema”, segundo este autarca, diz respeito às zonas de “minifúndios”, pois “não se sabe quem são os proprietários, o que dificulta o processo de notificação para que seja feita a limpeza”. A limpeza dos terrenos que englobam o Parque Nacional Peneda Gerês (PNPG) também preocupa o autarca de Terras do Bouro, Joaquim Cracel. “Os proprietários já foram notificados mas em muitos casos são idosos sem condições económicas para fazer a limpeza”, explicou à Lusa. Sobre os anunciados cortes, Joaquim Cracel reagiu com preocupação, “até porque o ano passado, sem estes cortes, os meios aéreos também não foram muito eficazes”. “Se já com o apoio aéreo tem sido difícil fazer frente aos fogos, sem ele, ou com menos meios, é que os bombeiros estão desgraçados”, afirmou. Para “contornar de alguma forma o flagelo dos incêndios” na autarquia, Joaquim Cracel revelou à Lusa que a “estão a ser estudadas opções de vigilância do Parque à custa da autarquia, pois o parque é sempre fustigado pelos fogos florestais”. A Lusa tentou ouvir os autarcas de Melgaço, Montalegre e Arcos de Valdevez, mas até ao momento não foi possível. Fonte: Lusa, em 28-03-2011
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