"Esta é uma guerra familiar", ouvia-se por entre os vizinhos. O processo arrasta-se desde 1998, quando uma desavença familiar resultou no assassinato, pelo próprio pai, de José Joaquim Martins Vieira. O homicida, Manuel Joaquim Vieira, acabou por ser condenado a uma pena de prisão, pela morte do filho, mas acabou por morrer nos calabouços, sem antes deixar todos os bens entregues a uma filha, Severina da Conceição Martins Vieira. Foi deste legado que resultou, em Rio Caldo, numa acção de despejo, fruto, segundo Raquel Vieira, de decisões mal esclarecidas. "A minha tia colocou uma acção em tribunal para adquirir a casa, que está perfeitamente identificada e desocupada. O problema é que a minha tia também quer a nossa casa, que não é parte integrante da casa a que ela tem direito", disse ao JN, um dos três irmãos, que juntamente com a mãe - que sofre de doença grave -, vive numa outra casa que Severina Vieira, tia dos três irmãos, diz ser parte integrante da casa que o tribunal, após cinco anos de litígio, decidiu entregar.
"Eles vinham cá hoje obrigar-nos a sair da casa que não corresponde à casa decidida em tribunal", acrescentou Ricardo Vieira, o mais velho dos três irmãos. "Nós entendemos que a nossa casa é independente. Nós nascemos, crescemos e sempre vivemos aqui", argumentaram os irmãos, que tiveram que recorrer a um adiamento da decisão para esclarecer esta situação junto dos solicitadores, que se deslocaram ao local para proceder à ordem de despejo. "A casa que a minha tia quer está perfeitamente identificada. Tem 98 mil metros quadros, rés-do-chão e características completamente diferentes da nossa. Ela agora quer apropriar-se da nossa casa porque já deve ter a casa prometida a alguém", esclareceu Marques Vieira.
Fonte: Jornal de Notícias, em 2-12-2010
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