segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

GD Gerês quer conquistar sintético com recurso ao sucesso desportivo

Com uma vitória no fim-de-semana que antecedeu o Natal, no terreno do Águias de Alvelos, o GD Gerês relançou o seu próprio campeonato, aproximando-se dos lugares cimeiros, da I Divisão da Associação de Futebol de Braga. Apesar dos sete pontos que o separam da liderança é justo dizer que a formação geresiana tem o 3º lugar, ocupado pelo Celeirós, à distância de apenas três pontos.
Na próxima jornada, que se realiza apenas a dia 9 de Janeiro, o GD Gerês tem mais uma oportunidade de encurtar diferenças, uma vez que recebe a formação do Carreira.
Ainda assim, o presidente do Grupo Desportivo do Gerês, Carlos Guimarães, salienta que “os objectivos passam, em primeira instância, por continuar a lutar pela afirmação enquanto clube de I Divisão da AF Braga”, garantindo, no entanto, não descurar “a luta pela subida, caso os resultados para isso apontem”. “Até ao momento não acho que estejamos descolados do grupo da frente, por isso tudo é possível. A desvantagem é recuperável, tanto mais que ainda não vi nenhuma equipa que fosse assim tão superior à do Grupo Desportivo do Gerês”, analisou.
“Na época passada fizemos uma primeira volta muito pior que esta e depois, na segunda, fomos a equipa que mais pontuou, tendo ficado a sete pontos da subida, por isso este ano as possibilidades ainda estão todas em cima da mesa. Infelizmente temos falhado nos jogos em casa, mas procuraremos corrigir esse aspecto. Isto apesar de considerar que também temos tido algum azar nas partidas, porque nos últimos encontros temos mandado nas partidas mas as barras e os postes não querem nada connosco”, continuou Carlos Guimarães.
Subir para garantir sintético
Com menos de um ano de mandato para cumprir à frente dos destinos do clube, o presidente do GD Gerês lamenta que o sonho do sintético continue por cumprir. O sintético continua por instalar e “as respostas são sempre as mesmas”. “O país está em crise e as Câmaras não têm dinheiro, é o que nos dizem”, afirma o dirigente.

“A minha luta passa por continuar no grupo da frente e lutar pela subida. Se o conseguíssemos tentaríamos, com os resultados desportivos, pressionar a autarquia a realizar obras neste recinto, porque se subirmos à honra a Câmara será, por assim dizer, ‘forçada’ a colocar o relvado sintético”, acredita Carlos Guimarães.
Mas se o sintético é uma obra necessária à boa prática desportiva, as bancadas são fundamentais para atrair mais público ao Campo de Futebol do Gerês. “As bancadas serão instaladas no âmbito do mesmo projecto. Se não tivéssemos o sonho do sintético, poderiam as bancadas ser construídas separadamente, assim não vale a pena pensarmos nas duas coisas isoladamente”, recordou o presidente do Gerês.
Camadas jovens
Também as camadas jovens terão que ficar uma vez mais adiadas em função da não intervenção no campo de jogos do GD Gerês. Isto porque, de acordo com o presidente do clube, “é uma medida que acarreta muitas dificuldades de trabalho”. “Só quem anda com as crianças é que sabe. Estou convencido que, com o aparecimento de um sintético, mais pessoas apareceriam motivadas para trabalhar e ajudar o clube”, defende.
“Eu já sonhei com vários projectos para o GD Gerês. No entanto, começo a ficar desiludido quando vejo que as pessoas não se interessam. Sinto-me triste porque, se a Câmara deixar de apoiar o GD Gerês, isto acaba, porque financeiramente não é viável”, lamenta Carlos Guimarães.
Recandidatura fora de questão
Quando terminar o actual mandato – no final da corrente época – Carlos Guimarães não se vê a reassumir um projecto em que poucos acreditam e ao qual muitos, “de fora”, criticam. “Efectivamente não é essa [a recandidatura] a minha perspectiva. Com ou sem sintético não deverei continuar. Mas o que mais me entristece é que não vejo ninguém interessado em continuar com o trabalho. No futebol, há mais gente interessada em deitar abaixo do que ajudar”, acusou o dirigente.
No seu entender, se não houver candidatos, “o clube ficará seguramente entregue a uma Comissão Administrativa”, porque Carlos Guimarães não se volta a candidatar.
Treinador lamenta pontos perdidos com erros próprios e de arbitragem
Com cerca de meia época cumprida, o técnico da formação geresiana, Roger Bastos, acredita que a sua formação poderia estar melhor classificada, não obstante o bom campeonato que está a fazer, aliás superior ao realizado na época transacta. “Apesar de ainda estarmos há uma época e meia nesta divisão, sinceramente, acho que poderíamos estar melhor classificados um pouco, não fossem algumas condicionantes terem-nos levado a perder pontos como não era previsto”, avalia.
Apesar de sublinhar que não gosta muito de “falar de arbitragens”, vai defendendo que, desde o jogo frente ao Águias da Graça, “o Gerês tem perdido pontos com erros clamorosos das equipas de arbitragem”. “Contudo admito que não é só isso. Por vezes também cometemos alguns erros e somos afectados pela falta sorte”, acrescentou.
No entanto, no geral, o GD Gerês “está melhor que o ano passado”. Passando os olhos pelos adversários, Roger Bastos não duvida que a sua equipa seja capaz de “lutar até final pelos lugares da subida”. Até porque, até ao momento, “dos cinco primeiros classificados, o GD Gerês já defrontou quatro deles nos seus próprios redutos”. “Com o devido respeito, o GD Gerês não foi nem é, em nada, inferior a essas equipas”, garantiu o técnico.
“Estamos bem, estamos fortes, estamos melhores que o ano passado. Se poderíamos estar melhores classificados? Poderíamos, se nos tivessem deixado”, criticou.
Roger Bastos congratula-se por trabalhar com um “grupo motivado”, que conta com o auxílio e “o apoio da direcção”. Isto apesar das condições não serem as melhores, nomeadamente ao nível do piso do terreno de jogo.
No seu entender, “estes jogadores, estes treinadores, estes adeptos, esta vila, estes dirigentes, mereciam um sintético, sem sombra de dúvidas”. “Os piores jogos do Gerês têm sido em casa”, lembra Roger Bastos.
A finalizar o técnico defendeu que a ausência de um sintético talvez venha mesmo a prejudicar o GD Gerês no plano desportivo, mas não pelo futebol praticado. “Tenho dúvidas que o facto de não haver um sintético venha a ser um motivo para alguém não nos querer na divisão de Honra, isto até tendo em conta o que se vai verificando nos nossos encontros. Porque ninguém vai querer ver as equipas da Honra a jogar num pelado destes. É apenas a minha opinião pessoal”, suspeitou.
Quatro reforços para “equilibrar” o plantel
Com vista a prossecução dos seus objectivos, o GD Gerês reforçou, no início deste mês, o seu plantel, com a entrada de quatro novos jogadores.

Roger Bastos manifesta-se “bastante agradado” com o grupo que tem à disposição e salienta que só houve necessidade de recorrer aos agora recém-chegados porque se “conheceram contrariedades com três atletas” por motivos profissionais.
Assim, entraram na formação geresiana: Nélson, lateral ex-Terras de Bouro; Hélio, central ex-Tirsense; Veríssimo, avançado ex-Soarense; e Ramos, médio-centro ex-Celeirós.
Tratam-se de quatro entradas que “dão garantias de equilíbrio” numa época em que o técnico acredita numa luta pelos lugares cimeiros.
Fonte: “Terras do Homem”, em 27-12-2010

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