António Príncipe admite cumprir último mandato à frente dos destinos de Vilar da Veiga
Há cinco anos à frente dos destinos da Junta de Freguesia de Vilar da Veiga, António Príncipe aceitou o desafio do Terras do Homem e traçou um balanço do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos quatro anos, desvendando ainda os grandes projectos para este que será, ao que tudo indica, o seu último mandato enquanto presidente da Junta. Depois de ter sido eleito, há quatro anos, com as cores socialdemocratas, António Príncipe viu a confiança no seu trabalho reforçada na reeleição do passado dia 11 de Outubro, já como independente. Em oito anos, considera, terá cumprido a missão que traçou quando assumiu o comando do futuro de Vilar da Veiga.
Terras do Homem: Quais as grandes prioridades para Vilar da Veiga nestes próximos quatro anos, sendo que ainda não está pressionado pela lei da limitação de mandatos?
António Príncipe: Não estou limitado, ainda, no número de mandatos, mas estes serão, em princípio, os meus últimos quatro anos. Foi mera opção pessoal. Mas, respondendo à questão, antes de mais, as prioridades passarão por uma melhoria das acessibilidades, pela contínua aposta nos cemitérios da freguesia e pela criação de uma eficiente rede de água e saneamento básico.
Assim, procuraremos concluir uma série de acessibilidades a diversos pontos da freguesia, levar a cabo a criação de diversas capelas mortuárias e o alargamento do cemitério de Pereiró. Paralelamente, procuraremos lutar pelo desenvolvimento do turismo na freguesia.
No fundo, estes quatro anos servirão para complementar parte das medidas que haviam já sido iniciadas ou, até mesmo, para concluir, na quase totalidade, o projecto a que me propus.
TH: Que empreendimentos pretende ver concretizados até final do mandato?
AP: Desde logo, pretendemos ver melhorados diversos caminhos um pouco por toda a freguesia, asfaltá-los e, nalguns casos, alargá-los também. Além disso, carenciamos a 100% de uma rede de saneamento, em alta.
A estrada da Lage ao Pontido, com financiamento garantido por parte do Estado, também será muito importante para a freguesia, bem como a construção de um bairro social, em Pereiró, que também será uma prioridade.
Por outro lado, temos ainda a questão da variante Zaganho - Batoca que queremos continuar.
Por outro lado, o Gerês necessita de uma limpeza constante, que queremos promover.
Finalmente, este ano, realiza-se a terceira edição da Feira Romana. Trata-se de uma iniciativa que se realiza, anualmente, no terceiro fim-de-semana de Julho (este ano entre os dias 16 e 18) e que desta vez já deverá atingir uma boa dimensão. Decorrerá no Parque das Termas, por se tratar de um espaço com forte concentração de árvores e verdura.
TH: Qual a maior obra que considera ter feito na sua freguesia?
AP: Penso que foi o cemitério do Gerês. Foi, sem dúvida, a obra mais marcante. Era um espaço já demasiado pequeno.
Por outro lado, destaco a melhoria, na Ermida, do caminho da Poça de Riba (Campo de Futebol). Em Vilar da Veiga, melhorámos também o caminho da Meia Légua. Penso que foram três obras marcantes.
Mas houve outras. Como a concretização do caminho e Adeprópeixe e de Edmeus de Baixo.
Aumentámos também, ao nível da água e saneamento, as condições na zona do Vidoeiro. Em Arnaçó, também fizemos intervenção ao nível do saneamento e também num caminho. Era um caminho em que nem a pé lá alguém se deslocava e agora já passam carros.
No fundo, penso que fizemos um excelente mandato.
TH: Admite ter cometido algum erro enquanto presidente da Junta? Qual?
AP: Tudo aquilo em que apostei, apostei com convicção. Se não apostasse com tanta convicção, era impossível levar a cabo uma obra de tal envergadura. Se assim não fosse, não era possível seguir em frente. Foi um trabalho constante e muito pressionado. Só com muita convicção se poderia dar termo a estas obras.
TH: Admite voltar a ser candidato?
AP: Tudo leva a crer que não. Vilar da Veiga tem gente capaz. Muito tempo no poder acaba, sobretudo, por desacreditar as pessoas. Os cidadãos gostam de pessoas novas, de caras novas. Com o tempo, qualquer direcção de Junta de Freguesia começa a sentir-se fragilizada. Quando nos dedicamos a uma causa com convicção, durante muito tempo, podemos pecar por excesso e cansaço. Há que saber sair na hora certa.
TH: Quem gostaria de ver substituí-lo no cargo?
AP: Não tenho nenhum nome em concreto. Antes de mais, deverá ser alguém com um carisma lutador. Vilar da Veiga é uma freguesia de gente reconhecedora, gente humilde, gente grata que reconhece o valor de quem trabalha. Assim, penso que temos grandes valores na freguesia e que não será difícil encontrar um bom valor para presidir aos destinos da freguesia
“O vizinho que chega sempre primeiro”
TH: Concorda com a limitação de mandatos dos presidentes de Junta?
AP: Acima de tudo, considero que foi uma lei precipitada. Uma lei que vem apenas ‘matar’ muitos parentes pobres da comunidade, nomeadamente os presidentes de Junta e de Câmaras Municipais. Contudo, os senhores deputados e ministros podem estar o tempo que quiserem.
Por outro lado, os três mandatos, à partida, chegam. As pessoas devem trabalhar para desenvolver as suas terras e não se acomodarem ao poder. Devem, por outras palavras, servir o povo e não servir-se a si próprios. Os 12 anos constituem tempo suficiente para se traçar uma linha mestra e executá-la, dando posteriormente a hipótese a outros. Assim como nós procurámos, nestes oito anos, desenvolver, cuidar e proteger os mais desfavorecidos, esquecendo os dividendos próprios.
TH: No seu entender, as Juntas de Freguesia fazem falta?
AP: As Juntas são, muitas vezes, vistas como os parentes pobres das Câmaras Municipais. No entanto, talvez sejam mesmo muito mais importantes que estas últimas. Isto porque a Junta de Freguesia é aquela que está mais perto, intervém numa primeira instância e conhece todas as carências individuais e colectivas. O presidente da Junta é, quantas vezes, o psicólogo, o amigo, o vizinho que chega sempre primeiro.
TH: Considera, então, que os poderes das Juntas deveriam ser reforçados?
AP: Não só deveriam ser reforçados, como deviam evitar de lhes retirar os poucos que têm, como vai acontecendo, por vezes, infelizmente.
TH: Se fosse presidente da Câmara, qual seria a medida que consideraria mais importante para o concelho?
AP: Provavelmente, o fomento do turismo no Gerês. O Gerês é uma zona privilegiada. Temos um cantinho que não precisa de muito para potenciar a riqueza que pode advir do turismo, porque se trata de uma zona de beleza extrema, com pessoas que sabem receber e onde temos bons restaurantes.
No entanto, o Gerês precisa de animação. Precisa de uma cooperação entre todos e da criação de um programa para que, quem chegue ao Gerês, tenha várias alternativas em carteira. Aqui, no entanto, chamo a atenção para a necessidade de se trabalhar em conjunto, com vista à criação de pacotes turísticos, que iriam desde a visitação de algumas zonas à elaboração de trilhos para os turistas.
O Gerês é uma zona conhecida mundialmente, por isso pode ser o motor de arranque de qualquer coisa. Só precisa de iniciativas. A Câmara Municipal pode promover algumas iniciativas mas, sobretudo, as unidades hoteleiras locais deverão suscitar o trabalho em conjunto, pois todos juntos seremos imbatíveis.
TH: E se fosse primeiro-ministro, que medida tomaria em primeiro lugar?
AP: Se reparar, nós não temos poder de compra. A classe média está prestes a rebentar, a desaparecer. Isto porque, na altura do aparecimento do euro e na conversão dos preços, houve má fé na aplicação da moeda. Baixar o IVA poderia ajudar a classe média a fazer outro tipo de investimentos. Isto porque, com a entrada do euro, os preços dispararam para o dobro. Com o IVA a 20%, as pessoas são tentadas a fugir ao fisco ou a retrair-se na compra. Caso isso não se verifique, que haja, pelo menos, uma tentativa de apoio e incentivo às PME’s.
António Príncipe: Não estou limitado, ainda, no número de mandatos, mas estes serão, em princípio, os meus últimos quatro anos. Foi mera opção pessoal. Mas, respondendo à questão, antes de mais, as prioridades passarão por uma melhoria das acessibilidades, pela contínua aposta nos cemitérios da freguesia e pela criação de uma eficiente rede de água e saneamento básico.
Assim, procuraremos concluir uma série de acessibilidades a diversos pontos da freguesia, levar a cabo a criação de diversas capelas mortuárias e o alargamento do cemitério de Pereiró. Paralelamente, procuraremos lutar pelo desenvolvimento do turismo na freguesia.
No fundo, estes quatro anos servirão para complementar parte das medidas que haviam já sido iniciadas ou, até mesmo, para concluir, na quase totalidade, o projecto a que me propus.
TH: Que empreendimentos pretende ver concretizados até final do mandato?
AP: Desde logo, pretendemos ver melhorados diversos caminhos um pouco por toda a freguesia, asfaltá-los e, nalguns casos, alargá-los também. Além disso, carenciamos a 100% de uma rede de saneamento, em alta.
A estrada da Lage ao Pontido, com financiamento garantido por parte do Estado, também será muito importante para a freguesia, bem como a construção de um bairro social, em Pereiró, que também será uma prioridade.
Por outro lado, temos ainda a questão da variante Zaganho - Batoca que queremos continuar.
Por outro lado, o Gerês necessita de uma limpeza constante, que queremos promover.
Finalmente, este ano, realiza-se a terceira edição da Feira Romana. Trata-se de uma iniciativa que se realiza, anualmente, no terceiro fim-de-semana de Julho (este ano entre os dias 16 e 18) e que desta vez já deverá atingir uma boa dimensão. Decorrerá no Parque das Termas, por se tratar de um espaço com forte concentração de árvores e verdura.
TH: Qual a maior obra que considera ter feito na sua freguesia?
AP: Penso que foi o cemitério do Gerês. Foi, sem dúvida, a obra mais marcante. Era um espaço já demasiado pequeno.
Por outro lado, destaco a melhoria, na Ermida, do caminho da Poça de Riba (Campo de Futebol). Em Vilar da Veiga, melhorámos também o caminho da Meia Légua. Penso que foram três obras marcantes.
Mas houve outras. Como a concretização do caminho e Adeprópeixe e de Edmeus de Baixo.
Aumentámos também, ao nível da água e saneamento, as condições na zona do Vidoeiro. Em Arnaçó, também fizemos intervenção ao nível do saneamento e também num caminho. Era um caminho em que nem a pé lá alguém se deslocava e agora já passam carros.
No fundo, penso que fizemos um excelente mandato.
TH: Admite ter cometido algum erro enquanto presidente da Junta? Qual?
AP: Tudo aquilo em que apostei, apostei com convicção. Se não apostasse com tanta convicção, era impossível levar a cabo uma obra de tal envergadura. Se assim não fosse, não era possível seguir em frente. Foi um trabalho constante e muito pressionado. Só com muita convicção se poderia dar termo a estas obras.
TH: Admite voltar a ser candidato?
AP: Tudo leva a crer que não. Vilar da Veiga tem gente capaz. Muito tempo no poder acaba, sobretudo, por desacreditar as pessoas. Os cidadãos gostam de pessoas novas, de caras novas. Com o tempo, qualquer direcção de Junta de Freguesia começa a sentir-se fragilizada. Quando nos dedicamos a uma causa com convicção, durante muito tempo, podemos pecar por excesso e cansaço. Há que saber sair na hora certa.
TH: Quem gostaria de ver substituí-lo no cargo?
AP: Não tenho nenhum nome em concreto. Antes de mais, deverá ser alguém com um carisma lutador. Vilar da Veiga é uma freguesia de gente reconhecedora, gente humilde, gente grata que reconhece o valor de quem trabalha. Assim, penso que temos grandes valores na freguesia e que não será difícil encontrar um bom valor para presidir aos destinos da freguesia
“O vizinho que chega sempre primeiro”
TH: Concorda com a limitação de mandatos dos presidentes de Junta?
AP: Acima de tudo, considero que foi uma lei precipitada. Uma lei que vem apenas ‘matar’ muitos parentes pobres da comunidade, nomeadamente os presidentes de Junta e de Câmaras Municipais. Contudo, os senhores deputados e ministros podem estar o tempo que quiserem.
Por outro lado, os três mandatos, à partida, chegam. As pessoas devem trabalhar para desenvolver as suas terras e não se acomodarem ao poder. Devem, por outras palavras, servir o povo e não servir-se a si próprios. Os 12 anos constituem tempo suficiente para se traçar uma linha mestra e executá-la, dando posteriormente a hipótese a outros. Assim como nós procurámos, nestes oito anos, desenvolver, cuidar e proteger os mais desfavorecidos, esquecendo os dividendos próprios.
TH: No seu entender, as Juntas de Freguesia fazem falta?
AP: As Juntas são, muitas vezes, vistas como os parentes pobres das Câmaras Municipais. No entanto, talvez sejam mesmo muito mais importantes que estas últimas. Isto porque a Junta de Freguesia é aquela que está mais perto, intervém numa primeira instância e conhece todas as carências individuais e colectivas. O presidente da Junta é, quantas vezes, o psicólogo, o amigo, o vizinho que chega sempre primeiro.
TH: Considera, então, que os poderes das Juntas deveriam ser reforçados?
AP: Não só deveriam ser reforçados, como deviam evitar de lhes retirar os poucos que têm, como vai acontecendo, por vezes, infelizmente.
TH: Se fosse presidente da Câmara, qual seria a medida que consideraria mais importante para o concelho?
AP: Provavelmente, o fomento do turismo no Gerês. O Gerês é uma zona privilegiada. Temos um cantinho que não precisa de muito para potenciar a riqueza que pode advir do turismo, porque se trata de uma zona de beleza extrema, com pessoas que sabem receber e onde temos bons restaurantes.
No entanto, o Gerês precisa de animação. Precisa de uma cooperação entre todos e da criação de um programa para que, quem chegue ao Gerês, tenha várias alternativas em carteira. Aqui, no entanto, chamo a atenção para a necessidade de se trabalhar em conjunto, com vista à criação de pacotes turísticos, que iriam desde a visitação de algumas zonas à elaboração de trilhos para os turistas.
O Gerês é uma zona conhecida mundialmente, por isso pode ser o motor de arranque de qualquer coisa. Só precisa de iniciativas. A Câmara Municipal pode promover algumas iniciativas mas, sobretudo, as unidades hoteleiras locais deverão suscitar o trabalho em conjunto, pois todos juntos seremos imbatíveis.
TH: E se fosse primeiro-ministro, que medida tomaria em primeiro lugar?
AP: Se reparar, nós não temos poder de compra. A classe média está prestes a rebentar, a desaparecer. Isto porque, na altura do aparecimento do euro e na conversão dos preços, houve má fé na aplicação da moeda. Baixar o IVA poderia ajudar a classe média a fazer outro tipo de investimentos. Isto porque, com a entrada do euro, os preços dispararam para o dobro. Com o IVA a 20%, as pessoas são tentadas a fugir ao fisco ou a retrair-se na compra. Caso isso não se verifique, que haja, pelo menos, uma tentativa de apoio e incentivo às PME’s.
Fonte: Jornal “Terras do Homem” - Autor: Terraimagem, em 2010/03/04
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