O jornal “Terras do Homem”, em 4 de Janeiro de 2005, anunciava as obras previstas para o Centro de Saúde de Terras de Bouro.
Volvidos todos estes anos os Terrabourenses continuam à espera das prometidas obras pela SRS-Braga, através da Administração Regional de Saúde do Norte.
Volvidos todos estes anos os Terrabourenses continuam à espera das prometidas obras pela SRS-Braga, através da Administração Regional de Saúde do Norte.
Centro de Saúde de Terras de Bouro fecha para obras em Junho de 2005
Utentes vão ser atendidos nos Bombeiros, durante um ano
As obras de remodelação do Centro de Saúde de Terras de Bouro vão arrancar em Junho de 2005. Enquanto decorrem as obras (cerca de um ano), os utentes serão atendidos no quartel dos Bombeiros Voluntários.
A Sub-Região de Saúde (SRS) de Braga está, nesta fase, a ultimar os pormenores do projecto para uma intervenção profunda no edifício. Este apresenta problemas ao nível da estrutura, devido à cedência do terreno onde se encontra construído, que tem causado abatimentos no piso e diversas fissuras de paredes e pavimento.
Os 750 mil euros necessários para a realização da obra, que deverá iniciar-se em Junho de 2005, foram conseguidos através de uma candidatura a fundos estruturais efectuada pela SRS-Braga, através da Administração Regional de Saúde do Norte.
Enquanto decorrerem as obras, pelo período aproximado de um ano, o Centro de Saúde irá funcionar nas instalações dos Bombeiros Voluntários de Terras de Bouro, cujas instalações funcionam mesmo ao lado da unidade de saúde.
O director do Centro de Saúde, Henrique Botelho, explicou que esta é uma solução perfeitamente viável já, embora tenha referido que “serão feitas algumas adaptações”. Quanto aos acesos, também parece não existir problemas já que, como salientou Henrique Botelho, o edifício dos bombeiros tem todas as condições necessárias, “nomeadamente para receber deficientes e/ou utentes em cadeiras de rodas”.
Problemas detectados em 1997
A estrutura do edifício tem vindo a registar um agravamento progressivo, pondo em risco a segurança dos utentes e pessoal, médico, de enfermagem e administrativo. Uma situação que tem vindo a gerar falta de condições de trabalho aos técnicos de saúde e de atendimento aos utentes.
O problema foi detectado em 1997 e, nessa altura, a SRS/Braga encomendou um estudo que revelou a existência de “patologias” que estavam a provocar a cedência do terreno.
“Na altura pensou-se que uma pequena intervenção consolidaria a estrutura, mas o problema persistiu”, explicou o coordenador da SRS/Braga, Carlos Moreira.
Mais um piso
Com a remodelação profunda que se avizinha, a SRS/Braga vai aproveitar para transformar o Centro de Saúde, criando novos espaços, novos gabinetes, estando mesmo prevista a construção de mais um piso.
Carlos Moreira adiantou ainda que a intervenção pretende também separar o Lar da Terceira Idade da Delegação Distrital de Braga da Cruz Vermelha, que funciona no mesmo edifício desde 1991, altura em que a SRS/Braga celebrou um acordo de cedência de instalações.
“Actualmente metade do edifício é do Centro de Saúde, a outra [metade] é gerida pela Cruz Vermelha”, acrescentou.
Na prática, o projecto prevê a criação de dois edifícios geminados, separando definitivamente o lar e o Centro de Saúde que têm mantido uma colaboração estreita.
Todos com médico de família
O Centro de Saúde de Terras de Bouro é o único do distrito de Braga em que todos os utentes inscritos têm médico de família. “É um concelho com bons indicadores, não tem problemas de médico de família, ao contrário do que acontece nos grandes centros urbanos como Braga, Guimarães e Famalicão”, notou o coordenador da Sub-Região de Saúde de Braga, Carlos Moreira.
O Centro de Saúde de Terras de Bouro tem seis mil utentes e possui a maior taxa de utilização do distrito de Braga. Para o director do Centro de Saúde, as actuais instalações já não respondem às necessidades actuais e considera que as obras são uma “oportunidade para projectar o centro para mais 20 anos”.
Henrique Botelho salientou que aquela unidade de saúde, construída na década de 80 pela Fundação Luso-Americana, vai ficar preparada para responder ao envelhecimento progressivo da população local.
Por outro lado, a construção da ponte, que vai ligar os concelhos de Terras de Bouro e Vila Verde, vai transformar o Centro de Saúde num pólo de atracção das populações que estão mais próximas mas que neste momento estão separadas pelo rio Homem. “É preciso estarmos preparados para receber estas pessoas”, notou Henrique Botelho.
Segundo o presidente da Câmara de Terras de Bouro, que liderou as negociações com os Bombeiros Voluntários para a cedência provisória de um espaço para o Centro de Saúde, as preocupações com o estado do edifício são antigas. “Batemos a várias portas durante muito tempo mas não conseguimos obter respostas”, referiu António Afonso.
Para o autarca, o atraso na resolução do problema do Centro de Saúde é só um exemplo do esquecimento do “concelho do interior do país que é relegado para último plano”.
Fonte: Jornal “Terras do Homem”, em 4-01-2005
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