sexta-feira, 5 de março de 2010

Em 1971, o Padre Domingos da Silva Araújo escrevia


O padre Domingos da Silva Araújo, na qualidade de director do diário do Minho, em 16-10-1971, escrevia:
“Terras de Bouro não é um concelho qualquer. Destaca-se dos demais pela beleza paisagística do Gerês, onde foi criado recentemente o primeiro Parque Nacional de Metrópole; pelo ineditismo bucólico de Vilarinho das Furnas, a aldeia a que uma barragem condenou à morte, pela intensa vida religiosa em torno do santuário do S. Bento, um dos mais concorridos centros de peregrinação do Norte do País; pela nova fisionomia que os diversos aproveitamentos hidroeléctricos vieram dar à região.”

Concordo com as palavras desta insigne personalidade, que na época afirmou que os diversos aproveitamentos vieram dar à região uma nova fisionomia, contudo os nossos benefícios nunca satisfizeram os desejos dos nossos avós e dos nossos pais.
De facto, Terras de Bouro pagou uma pesada factura para que o nosso País beneficiasse dos aproveitamentos hidroeléctricos. O desaparecimento de Vilarinho das Furnas foi talvez a factura maior que tivemos de pagar. O que recebemos em troca?
Pouco! Muito pouco!...
A nossa população foi diminuindo e, actualmente, somos um concelho desertificado porque muitos dos terrabourenses tiveram de partir para outras paragens e lugares. Que saudades dos nossos emigrantes de há umas décadas atrás!
Muitos Terrabourenses estão por este mundo fora, mas a emigração deixou de ser o que foi. As remessas enviadas para a nossa Terra emagreceram e muitos dos que partiram já não querem regressar, mesmo na idade da reforma.

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