quarta-feira, 4 de abril de 2012

Braval: a recolha de resíduos da recolha selectiva

Rentabilização de recursos
Numa altura em que muito se fala de rentabilização de recursos, racionalização de custos, vou abordar um tema que muitas dúvidas costuma suscitar: a recolha de resíduos da recolha selectiva.
Efectivamente, na maior parte dos locais, a Braval recolhe, com o mesmo camião, Papelões e Embalões, o Vidrão é sempre recolhido por outro camião, pois não necessita de triagem prévia para envio para reciclagem. Isto acontece, precisamente, por termos em vista uma rentabilização dos meios disponíveis, logo, uma recolha selectiva mais eficiente, ou pelo menos, mais eficaz.
Se a recolha fosse feita separadamente, corríamos o risco de termos um camião a recolher só embalagens, com dois funcionários que, para que o camião enchesse, necessitaria de percorrer muitos kms e, provavelmente, poderia estar uma manhã ou tarde fora e não vir cheio. Não podemos esquecer que a Braval abrange concelhos como Terras de Bouro ou Vieira do Minho, que têm pouca população, os ecopontos está muito distantes uns dos outros e não enchem com frequência, pois são zonas muito rurais.
Assim, recolhendo os dois conjuntamente, estamos a maximizar os recursos: viaturas, combustível, funcionários e tempo disponíveis.
Porque é que isto não traz problemas? Porque tudo o que é recolhido nos ecopontos é transportado para a estação de triagem, onde se procede a uma separação rigorosa dos vários tipos de papel e embalagens, em cerca de 11 fileiras de materiais diferentes.
Por exemplo, separa-se o papel branco do jornal, do cartão, das embalagens; separam-se as garrafas de plástico das embalagens de detergente, das latas, da esferovite, das embalagens tetra pack®, entre outros. Mesmo que Papelões e Embalões fossem recolhidos separadamente, ainda assim, teriam de passar pela linha de triagem.
Ora, a Estação de Triagem já funciona 24 horas por dia, logo não há outra forma de conseguir enviar tudo o que é recolhido para reciclagem, sem que seja feita a triagem de papel e embalagens simultaneamente. Por exemplo, caso fosse triado o papel separadamente, só era necessário 1/5 do espaço do tapete de triagem bem como de funcionários, desperdiçando-se o espaço disponível e a energia necessária ao funcionamento de toda a estação de triagem.
A situação económica que vivemos tornou a racionalização de recursos fundamental. Isto só veio dar razão àquilo que sempre defendi, em termos de reco-lha selectiva. O que é importante é que vá tudo o que é recolhido para reciclar, esse é aliás o objectivo final de todo o processo de recolha selectiva. Se o podemos fazer de forma mais eficaz, em termos de rentabilização dos recursos disponíveis, porque não o fazermos?
Chamo a atenção para o fato de não termos sido nós a idealizar os ecopontos, já que segundo o meu prisma, os ecopontos deveriam ser constituídos pelos seguintes contentores: um para o vidro, um segundo passaria a ser para papel e embalagens e o terceiro passaria a ser para colocação de todo o tipo de resíduos não orgânicos, como por exemplo: roupas, calçado, chaves, telemóveis, e todo o tipo de outros objectos, não passíveis nem de reciclagem. Ao lado do ecoponto deveria passar a existir um quarto contentor para recolha exclusiva de resíduos orgânicos.
O que é fato é que a Braval, passou da recolha de 1000 toneladas de material reciclável, em 1999, para as 17000 toneladas, em 2011.
É necessário fazer bem, mas fazer bem empregando os recursos da melhor forma possível.
Fonte: Correio do Minho, em 4-04-2012

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