Um incêndio destruiu parte de uma das zonas mais famosas e carismáticas da serra do Gerês, a Bouça da Mó. De acordo com Teresa Markowsky, responsável pela organização da atividade de reflorestação daquela zona, “ainda tentaram atear fogo na zona onde foram plantadas as sementes de Nengo Dango”, há pouco mais de uma semana.
Visivelmente triste e revoltada com o sucedido, a mentora da atividade que previa, inicialmente a reflorestação da Serra Amarela, lamenta que as pessoas ainda ajam “sem consciência”.
Parte do trabalho que o Movimento Terra Queimada, em parceria com a AMO Portugal, a Associação Viver Gerês e a Câmara Municipal de Terras de Bouro promoveram, foi posta em causa, depois de destruído parcialmente um dos locais que iriam sair reflorestados pelas bolas de Nendo Dango.
Recorde-se que, devido à seca generalizada que se faz sentir pelo país, a organização não pôde efetuar a sementeira na Serra Amarela. “O espaço onde se efetuou a sementeira foi-nos indicado pelo nosso amigo, José Carlos Pires, diretor do Parque de Campismo da Cerdeira e da Associação Comparte”, explicou posteriormente Teresa Markowsky, da organização.
Ora, de acordo com esta responsável poucos dias depois “pegaram fogo” naquela zona prejudicando o trabalho de dezenas de voluntários.
Sobre a catástrofe *Visivelmente triste e revoltada com o sucedido, a mentora da atividade que previa, inicialmente a reflorestação da Serra Amarela, lamenta que as pessoas ainda ajam “sem consciência”.
Parte do trabalho que o Movimento Terra Queimada, em parceria com a AMO Portugal, a Associação Viver Gerês e a Câmara Municipal de Terras de Bouro promoveram, foi posta em causa, depois de destruído parcialmente um dos locais que iriam sair reflorestados pelas bolas de Nendo Dango.
Recorde-se que, devido à seca generalizada que se faz sentir pelo país, a organização não pôde efetuar a sementeira na Serra Amarela. “O espaço onde se efetuou a sementeira foi-nos indicado pelo nosso amigo, José Carlos Pires, diretor do Parque de Campismo da Cerdeira e da Associação Comparte”, explicou posteriormente Teresa Markowsky, da organização.
Ora, de acordo com esta responsável poucos dias depois “pegaram fogo” naquela zona prejudicando o trabalho de dezenas de voluntários.
A mó partida no chão
no meio das cinzas pesadas,
arrefecidas sobre o brasido
das coisas logradas ou perdidas.
A mó da vida parada,
em vez do pó da farinha
destroços e ossos negros
erectados para o céu azul,
dedos que apontam as riscas.
A mó da vida parou,
o ventre da terra secou, endureceu.
Um dia vamos humedecê-lo
com as lágrimas nossas.
O quê, meu amigo?
Que bárbaros andam à volta
cegos para a beleza,
surdos para o som das copas,
encobertos em cobardia?
Onde fica o espírito desta comunidade
que matou a besta faminta
em devorar toda a floresta?
Vieram com paus e enchadas,
homens, mulheres e crianças,
defender o que era deles,
o bosque sagrado que continha
o incrível cheiro da terra,
os espíritos dos antigos.
O juízo deste povo desvanece,
afogando-se como a sua aldeia,
está a cair em escombros, em pedaços
como a serra, herança pedregosa?
Mas mesmo a partir do mais negro
ascende uma fagulha da vida,
move-se no caminho debaixo da terra
e forma o caminho das águias.
Todos os verdadeiros caminhos são comuns.
A águia desassossegada
está chamar por ti, por mim:
O sagrado tem caule e tem raízes
é uma presença muda e vegetal
folhas – línguas discretas.
A sombra do silêncio a revestir
os gestos rituais dos ramos,
que são braços atuais
a receber o tempo que há de vir.
Bernardo e Teresa Markowsky,
com as últimas linhas de Raúl Brandão
Fonte: Terras do Homem, em 12-04-2012
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