Manuel António Lima Rocha, o Nelinho, nasceu em Gilbarbedo – Cibões - no dia 12 de Fevereiro de 1957. De todos os terrabourenses, o Nelinho é aquele que tem a estatura mais baixa. Mede, apenas, um metro e seis centímetros. É portador de nanismo, um problema que se caracteriza por um atraso significativo no crescimento.
Para além da sua reduzida estatura, este terrabourense só consegue caminhar com a ajuda do seu pau. Mas nem a sua reduzida altura nem as suas dificuldades de movimentação lhe retiram um grande sorriso que traz sempre estampado no rosto. Graças à sua empatia, o Nelinho é daquelas pessoas com quem se simpatiza sempre.
Este anão, que não foi estigmatizado pela sua baixa estatura, nunca teve dificuldades de relacionamento interpessoal. É um “homem de palmo e meio” respeitado por todos e que conta com o reconhecimento e a amizade de todos nós.
Para além da sua reduzida estatura, este terrabourense só consegue caminhar com a ajuda do seu pau. Mas nem a sua reduzida altura nem as suas dificuldades de movimentação lhe retiram um grande sorriso que traz sempre estampado no rosto. Graças à sua empatia, o Nelinho é daquelas pessoas com quem se simpatiza sempre.
Este anão, que não foi estigmatizado pela sua baixa estatura, nunca teve dificuldades de relacionamento interpessoal. É um “homem de palmo e meio” respeitado por todos e que conta com o reconhecimento e a amizade de todos nós.
Desde criança que este “grande homem” sente o conforto, o apoio e o carinho de todos os terrabourenses.
Na escola primária, em Gilbarbedo, como era “o mais pequeno”, punham-no nos lugares da frente. “Todos os meus colegas da escola me tratavam bem. Nunca fui prejudicado ou descriminado pelo facto de ser baixo. As pessoas sempre me aceitaram bem e respeitaram.”
Mas ser anão não significa que se tem um QI inferior ao das outras pessoas. No exame da quarta classe feito na escola de Moimenta, perante um júri formado por um professor do Pico de Regalados e pelas professoras D. Venuzina e D. Glória, o Nelinho foi o aluno melhor classificado.
Para o Nelinho, o seu atraso no crescimento deveu-se “a um descuido dos seus pais”. Garante que o Dr. Arantes, o médico dos pobres, disse à sua mãe que se o tivessem levado a tempo ele tê-lo-ia ajudado. Mas há cinquenta anos atrás não era fácil levarem-no de Gilbarbedo a S. Pedro Valbom.
Recorda que esteve internado durante nove meses no hospital de S. Marcos em Braga. “No hospital, chegaram a pensar em retirar-me os ossos das pernas e pôr-me outros”. Contudo, este internamento não lhe resolveu o problema das suas pernas e para caminhar autonomamente precisa da ajuda de um pau. Consegue deslocar-se, por exemplo, do Cais Novo à Toca do Caçador, mas isto só é possível com a ajuda do seu pau/bengala onde se apoia. “Se este falhar, não consigo andar. Caio logo! Para me mover sem pau, tenho de me agarrar às coisas. Se não me agarrar, caio de imediato!”
O Nelinho não se separa do seu pau por si fabricado. “Este, por exemplo, fi-lo de marmeleiro em 2005. Faço as minhas bengalas de pau rijo para que estas suportem o meu peso. Com a ponta de uma navalha, gravo as minhas bengalas e outros objectos em madeira por mim fabricados.”
Na escola primária, em Gilbarbedo, como era “o mais pequeno”, punham-no nos lugares da frente. “Todos os meus colegas da escola me tratavam bem. Nunca fui prejudicado ou descriminado pelo facto de ser baixo. As pessoas sempre me aceitaram bem e respeitaram.”
Mas ser anão não significa que se tem um QI inferior ao das outras pessoas. No exame da quarta classe feito na escola de Moimenta, perante um júri formado por um professor do Pico de Regalados e pelas professoras D. Venuzina e D. Glória, o Nelinho foi o aluno melhor classificado.
Para o Nelinho, o seu atraso no crescimento deveu-se “a um descuido dos seus pais”. Garante que o Dr. Arantes, o médico dos pobres, disse à sua mãe que se o tivessem levado a tempo ele tê-lo-ia ajudado. Mas há cinquenta anos atrás não era fácil levarem-no de Gilbarbedo a S. Pedro Valbom.
Recorda que esteve internado durante nove meses no hospital de S. Marcos em Braga. “No hospital, chegaram a pensar em retirar-me os ossos das pernas e pôr-me outros”. Contudo, este internamento não lhe resolveu o problema das suas pernas e para caminhar autonomamente precisa da ajuda de um pau. Consegue deslocar-se, por exemplo, do Cais Novo à Toca do Caçador, mas isto só é possível com a ajuda do seu pau/bengala onde se apoia. “Se este falhar, não consigo andar. Caio logo! Para me mover sem pau, tenho de me agarrar às coisas. Se não me agarrar, caio de imediato!”
O Nelinho não se separa do seu pau por si fabricado. “Este, por exemplo, fi-lo de marmeleiro em 2005. Faço as minhas bengalas de pau rijo para que estas suportem o meu peso. Com a ponta de uma navalha, gravo as minhas bengalas e outros objectos em madeira por mim fabricados.”
Ainda criança começou a trabalhar. Depois da escola, ia com as vacas, as cabras e ajudava os seus pais. “Já passei muito. Mas a minha vida complicou-se muito quando faleceu a minha mãe. O meu pai, infelizmente, não tinha capacidade para me apoiar e por isso vim parar ao lar”.
Confessa à reportagem do “Geresão” que gostava de ser mais alto. Apesar de ter o problema das pernas, garante-nos que “de mãos e cabeça vai onde quer”. Lembra-se de que durante a sua infância e mocidade subia aos ninhos. E subia bem. Até trepava pelos ferros das latadas. “Das mãos sempre fui bom”, garante.
O Nelinho é daqueles que aprende rapidamente a executar qualquer coisa. “Vejo fazer um objecto e aprendo rapidamente como se faz. Aos dezoito anos aprendi pela minha cabeça a trabalhar de sapateiro e passei a consertar calçado: colocava tacões, capas e meias solas. Cosia à mão e não à máquina”.
Trabalhou nesta arte em Lisboa, na casa da sua tia num espaço que esta lhe tinha arranjado, mas quando ela mudou para Almada regressou novamente a Gilbarbedo.
Nessa altura, pediu apoio à Câmara para a construção de “um barraco” em Gilbarbedo para aí poder trabalhar de sapateiro. “Eu fiz um pedido ao senhor presidente. Queria um quiosque que daria para eu sobreviver. Eu tenho talento, foi pena não me terem aproveitado. Lá em cima, há pouca gente, mas eu tinha a minha clientela”.
Actualmente, o Nelinho quase já não conserta calçado. É um artesão genial que se dedica a revestir garrafões e garrafas utilizando corda de sisal e fio plástico. Também constrói com madeira, arame e corda objectos tais como suportes para revistas e cabazes.
Os objectos por si fabricados são quase todos feitos por encomenda porque, por um lado, os materiais estão caros e, por outro, não tem espaço para armazenar as peças por si produzidas.
Muito do seu artesanato vai para o estrangeiro. As garrafas, por exemplo, servem para os nossos emigrantes levarem aguardente.
Confessa à reportagem do “Geresão” que gostava de ser mais alto. Apesar de ter o problema das pernas, garante-nos que “de mãos e cabeça vai onde quer”. Lembra-se de que durante a sua infância e mocidade subia aos ninhos. E subia bem. Até trepava pelos ferros das latadas. “Das mãos sempre fui bom”, garante.
O Nelinho é daqueles que aprende rapidamente a executar qualquer coisa. “Vejo fazer um objecto e aprendo rapidamente como se faz. Aos dezoito anos aprendi pela minha cabeça a trabalhar de sapateiro e passei a consertar calçado: colocava tacões, capas e meias solas. Cosia à mão e não à máquina”.
Trabalhou nesta arte em Lisboa, na casa da sua tia num espaço que esta lhe tinha arranjado, mas quando ela mudou para Almada regressou novamente a Gilbarbedo.
Nessa altura, pediu apoio à Câmara para a construção de “um barraco” em Gilbarbedo para aí poder trabalhar de sapateiro. “Eu fiz um pedido ao senhor presidente. Queria um quiosque que daria para eu sobreviver. Eu tenho talento, foi pena não me terem aproveitado. Lá em cima, há pouca gente, mas eu tinha a minha clientela”.
Actualmente, o Nelinho quase já não conserta calçado. É um artesão genial que se dedica a revestir garrafões e garrafas utilizando corda de sisal e fio plástico. Também constrói com madeira, arame e corda objectos tais como suportes para revistas e cabazes.
Os objectos por si fabricados são quase todos feitos por encomenda porque, por um lado, os materiais estão caros e, por outro, não tem espaço para armazenar as peças por si produzidas.
Muito do seu artesanato vai para o estrangeiro. As garrafas, por exemplo, servem para os nossos emigrantes levarem aguardente.
O Nelinho costuma expor os seus trabalhos “nas feirinhas que se realizam na nossa vila”. São elas que ajudam a divulgar as suas criações. “A minha reforma vai quase toda para o Lar da Cruz Vermelha onde sou muito bem tratado. Com os meus trabalhos, ganho uns extras para as minhas estravagâncias. Gosto de ir às nossas festas, de conversar e de conviver. Gosto de ver os ranchos, concertinas e dos cantares ao desafio. Os cantares ao desafio são bonitos porque se tem de puxar pela cabeça”.
Entretanto, o Nelinho tem dois desejos difíceis de satisfazer. Gostava de ter o seu cantinho: uma oficina onde pudesse trabalhar na arte de sapateiro e na produção artesanal. Também gostava de poder ensinar aos jovens a sua arte artesanal. “Já cheguei a partilhar os meus conhecimentos com alunos da Escola Padre Martins Capela. Gostava de poder deixar a minha arte a alguém”.
Para este homem bom e simples “há muitos que podem e não querem trabalhar e há outros que não podem e querem trabalhar”. Mas ter um cantinho para poder sorrir e trabalhar será pedir muito?
Fonte: Edição de Fevereiro do Geresão (José Guimarães Antunes)
Entretanto, o Nelinho tem dois desejos difíceis de satisfazer. Gostava de ter o seu cantinho: uma oficina onde pudesse trabalhar na arte de sapateiro e na produção artesanal. Também gostava de poder ensinar aos jovens a sua arte artesanal. “Já cheguei a partilhar os meus conhecimentos com alunos da Escola Padre Martins Capela. Gostava de poder deixar a minha arte a alguém”.
Para este homem bom e simples “há muitos que podem e não querem trabalhar e há outros que não podem e querem trabalhar”. Mas ter um cantinho para poder sorrir e trabalhar será pedir muito?
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