A câmara municipal de Terras de Bouro vai assumir, a partir de Setembro, a gestão dos correios na vila do Gerês, cumprindo um acordo que o presidente da autarquia, Joaquim Cracel, estabeleceu quinta-feira com responsáveis dos CTT. Nos últimos dias a população e os empresários da vila termal estavam a preparar-se para a contingência de a estação postal ser encerrada, por decisão da empresa que tem a seu cargo aquele serviço.
Alegando falta de movimento principalmente na época baixa, os CTT tencionavam encerrar a actual estação de correios e transferir os serviços para uma loja de uma entidade privada, situada no Centro de Animação Termal do Gerês. Quase todos os serviços e produtos seriam mantidos, só passariam a ser geridos por um privado, refere o presidente da autarquia, Joaquim Cracel.“Não consigo prever com exactidão o impacto do encerramento da estação dos CTT. Julgo que o serviço de correios deve ser prestado por uma entidade pública, com mais capacidade para responder às exigências das pessoas, mas tenho a certeza de que a entidade privada que estava prevista para gerir os serviços de correio também prestaria um óptimo serviço à população”, reconhece, frisando que a estação agora vai ser reduzida a “posto”, pois deixa de ter um funcionário dos CTT com o cargo de chefe de estação.
“Contudo, todos os serviços e produtos serão mantidos, exceptuando a subscrição de produtos financeiros (certificados de aforro), que é uma imposição do Banco de Portugal”, realça Joaquim Cracel.
Depois de Setembro câmara coloca funcionário no posto
“Não ficou definido um prazo, mas a certeza de que os serviços de correio serão mantidos por muitos mais anos. É essa a garantia que a câmara municipal pode dar neste momento. De imediato, até ao próximo mês de Setembro, o serviço será assegurado pelos CTT. A partir daí, a Câmara Municipal de Terras de Bouro colocará um funcionário no futuro posto de Correios, que entretanto irá receber formação”, esclarece o edil, frisando que o município vai assumir custos, “uma vez que terá de colocar no posto dos CTT um funcionário”. “Mas também prevê receitas para o Município, pois terá uma comparticipação na venda de produtos e serviços. Entre os custos e as receitas, prevemos que a autarquia fique a perder cerca de 500,00 € por mês. Mas trata-se de um serviço à comunidade que deve ser prestado por uma entidade pública e, nesse sentido, os custos podem considerar-se reduzidos”, sublinha.
Por sua vez, António Príncipe, o presidente da Junta de Freguesia de Vilar da Veiga, em que se insere o Gerês, contactado pelo CM, frisou que “não queríamos perder o funcionário Rui Antunes. É um trabalhador excelente, em quem as pessoas depositam confiança”.
O presidente da junta realça que chegou a ser colocada a possibilidade de uma entidade privada assumir aquele serviço.
“Seriam pessoas idóneas, mas a câmara municipal e a junta de freguesia assumiram desde o início a posição de manter um serviço de qualidade pública”, adianta.
Ontem de manhã, a generalidade da população da vila termal ignorava o acordo entre a autarquia e os responsáveis dos CTT e mantinha-se anunciada uma manifestação de protesto, organizada pelo PCP.
Foi com surpresa que o empresário hoteleiro Carvalho Araújo, interpelado pelo CM, registou a notícia de que os correios iriam prosseguir, mas sob a responsabilidade da câmara municipal. “Para a actividade hoteleira, o mas grave seria a degradação da imagem da vila”, observa. “O Gerês ficaria visto como uma vila que nem correios tinha”, acrescenta. Carvalho Araújo salienta mesmo o valor simbólico do gesto dos turistas que gostam de enviar postais. “É óptimo que se mantenham os correios”, considera.
Outro geresiano contactado, Daniel Antunes, também se manifesta satisfeito por a autarquia assegurar a distribuição postal, colocando no entanto em questão a qualidade do serviço e suscitando a formação de quem trabalha nos correios, tendo em conta a prestação de um serviço para uma população que na sua maior parte sofre de falta de escolaridade.
Rosário Van Zeller, da Empresa Águas do Gerês, detentora das termas, de um spa, de um parque e de uma unidade hoteleira, confessa a apreensão que lhe suscitaria uma eventual supressão dos serviços postais naquela vila.
“Nós já nos sentimos muito prejudicados, no interior, que está cada vez mais desabitado e se já falham médicos e serviços de saúde pior ficaria ainda se retirassem os correios, serviços que são também essenciais”, salienta.
Frisando “que nós aqui também pagamos impostos” e que e o Gerês “vive muito do turismo”, a empresária chama a atenção para a necessidade que os correios causam não apenas para as actividades económicas, mas ainda em termos sociais, tendo ainda em consideração que grande parte da população residente é envelhecida, em grande medida sem acesso a meios electrónicos.
“E mesmo os meios electrónicos falham muito, por escassez de rede”, realça, frisando que por vezes “estamos dias inteiros sem internet”. Rosário Van Zeller confessa-se surpreendida pela solução assumida pela autarquia mas realça que a câmara municipal “também tem limitações, não vai poder suportar sempre tudo”.
Fonte: Correio do Minho, em 13-08-2011
Alegando falta de movimento principalmente na época baixa, os CTT tencionavam encerrar a actual estação de correios e transferir os serviços para uma loja de uma entidade privada, situada no Centro de Animação Termal do Gerês. Quase todos os serviços e produtos seriam mantidos, só passariam a ser geridos por um privado, refere o presidente da autarquia, Joaquim Cracel.“Não consigo prever com exactidão o impacto do encerramento da estação dos CTT. Julgo que o serviço de correios deve ser prestado por uma entidade pública, com mais capacidade para responder às exigências das pessoas, mas tenho a certeza de que a entidade privada que estava prevista para gerir os serviços de correio também prestaria um óptimo serviço à população”, reconhece, frisando que a estação agora vai ser reduzida a “posto”, pois deixa de ter um funcionário dos CTT com o cargo de chefe de estação.
“Contudo, todos os serviços e produtos serão mantidos, exceptuando a subscrição de produtos financeiros (certificados de aforro), que é uma imposição do Banco de Portugal”, realça Joaquim Cracel.
Depois de Setembro câmara coloca funcionário no posto
“Não ficou definido um prazo, mas a certeza de que os serviços de correio serão mantidos por muitos mais anos. É essa a garantia que a câmara municipal pode dar neste momento. De imediato, até ao próximo mês de Setembro, o serviço será assegurado pelos CTT. A partir daí, a Câmara Municipal de Terras de Bouro colocará um funcionário no futuro posto de Correios, que entretanto irá receber formação”, esclarece o edil, frisando que o município vai assumir custos, “uma vez que terá de colocar no posto dos CTT um funcionário”. “Mas também prevê receitas para o Município, pois terá uma comparticipação na venda de produtos e serviços. Entre os custos e as receitas, prevemos que a autarquia fique a perder cerca de 500,00 € por mês. Mas trata-se de um serviço à comunidade que deve ser prestado por uma entidade pública e, nesse sentido, os custos podem considerar-se reduzidos”, sublinha.
Por sua vez, António Príncipe, o presidente da Junta de Freguesia de Vilar da Veiga, em que se insere o Gerês, contactado pelo CM, frisou que “não queríamos perder o funcionário Rui Antunes. É um trabalhador excelente, em quem as pessoas depositam confiança”.
O presidente da junta realça que chegou a ser colocada a possibilidade de uma entidade privada assumir aquele serviço.
“Seriam pessoas idóneas, mas a câmara municipal e a junta de freguesia assumiram desde o início a posição de manter um serviço de qualidade pública”, adianta.
Ontem de manhã, a generalidade da população da vila termal ignorava o acordo entre a autarquia e os responsáveis dos CTT e mantinha-se anunciada uma manifestação de protesto, organizada pelo PCP.
Foi com surpresa que o empresário hoteleiro Carvalho Araújo, interpelado pelo CM, registou a notícia de que os correios iriam prosseguir, mas sob a responsabilidade da câmara municipal. “Para a actividade hoteleira, o mas grave seria a degradação da imagem da vila”, observa. “O Gerês ficaria visto como uma vila que nem correios tinha”, acrescenta. Carvalho Araújo salienta mesmo o valor simbólico do gesto dos turistas que gostam de enviar postais. “É óptimo que se mantenham os correios”, considera.
Outro geresiano contactado, Daniel Antunes, também se manifesta satisfeito por a autarquia assegurar a distribuição postal, colocando no entanto em questão a qualidade do serviço e suscitando a formação de quem trabalha nos correios, tendo em conta a prestação de um serviço para uma população que na sua maior parte sofre de falta de escolaridade.
Rosário Van Zeller, da Empresa Águas do Gerês, detentora das termas, de um spa, de um parque e de uma unidade hoteleira, confessa a apreensão que lhe suscitaria uma eventual supressão dos serviços postais naquela vila.
“Nós já nos sentimos muito prejudicados, no interior, que está cada vez mais desabitado e se já falham médicos e serviços de saúde pior ficaria ainda se retirassem os correios, serviços que são também essenciais”, salienta.
Frisando “que nós aqui também pagamos impostos” e que e o Gerês “vive muito do turismo”, a empresária chama a atenção para a necessidade que os correios causam não apenas para as actividades económicas, mas ainda em termos sociais, tendo ainda em consideração que grande parte da população residente é envelhecida, em grande medida sem acesso a meios electrónicos.
“E mesmo os meios electrónicos falham muito, por escassez de rede”, realça, frisando que por vezes “estamos dias inteiros sem internet”. Rosário Van Zeller confessa-se surpreendida pela solução assumida pela autarquia mas realça que a câmara municipal “também tem limitações, não vai poder suportar sempre tudo”.
Fonte: Correio do Minho, em 13-08-2011
Sem comentários:
Enviar um comentário