A Comissão Concelhia de Terras do Bouro do Partido Comunista Português levou a cabo, na passada sexta-feira, mais uma acção de protesto contra o encerramento da Estação de Correios da Vila do Gerês, prevista pelos CTT.
Depois de um primeiro protesto, realizado uma semana antes, a Comissão Concelhia decidiu assinalar o dia previsto para o encerramento daquela estação com uma acção de protesto, em frente às instalações dos CTT naquela Vila, na Avenida D. João V.
Contudo, uma vez chegados ao local, os dirigentes do PCP terrabourense deparam-se com um comunicado da Câmara Municipal em que era afirmado que a Estação iria permanecer em funcionamento, à responsabilidade dos CTT, até Setembro próximo, sendo que, posteriormente, a própria autarquia asseguraria a funcionalidade da mesma.
Ora, não satisfeitos com as explicações, nem dirigentes partidários, nem as dezenas de populares que marcaram presença arrendaram pé das imediações das instalações da Estação dos Correios da Vila do Gerês, prometendo nossas acções de protesto para o futuro.
De acordo com João Frazão, membro da Comissão Política do PCP, o protesto acabou por ser “positivo”, uma vez que contou com uma “forte mobilização popular”. Falando aos presentes, João Frazão considerou que o Gerês é uma “terra única e deve ser defendida como tal”. “Esta terra é a jóia da coroa do distrito de Braga. No entanto, não se preocupam e criam dificuldades às pessoas de uma terra que merecia era ser promovida e incentivada. No entanto, já me apercebi que há aqui gente para resistir, por isso que não nos vendam a ideia de que se manterão os mesmos serviços, mas com outro nome”, avisou o representante do PCP, lembrando que aquele posto “presta serviços muito importantes aos geresianos”.
Também Alexandre Silva, da Comissão Política Concelhia do PCP de Terras de Bouro, se mostrava revoltado com a possibilidade da retirada do posto dos CTT do Gerês, lembrando que a verificar-se, isso iria privar “uma população envelhecida e isolada, de serviços muito importantes”.
“Os postos de correios mais próximos ficam bem longe o que impede o acesso à maioria das pessoas que aqui habitam, que é idosa”, lembrou, reforçando a ideia de que o seu partido e os geresianos não aceitarão “a prestação do serviço por parte de um qualquer privado, da Junta de Freguesia ou da Câmara Municipal”. “Os privados nunca prestarão os mesmos serviços. Para além disso, não estão legalmente sujeitos a obrigações a que os CTT estavam. Até agora, um idoso poderia vir aqui levantar a sua reforma, ou então esperar simplesmente pelo carteiro ao pé de sua própria casa. Agora, os serviços prestados ficarão reduzidos a um terço”, prevê Alexandre Silva.
Em resposta ao comunicado da Câmara Municipal de Terras de Bouro, que assegurava a continuidade do funcionamento daquele posto, ao encargo da própria autarquia, o responsável da Comissão Política Concelhia do PCP local garantiu que “as acções de protesto continuarão” e que não aceitam a solução apresentada.Câmara garante continuidade da “maioria dos serviços prestados”
Na mesma tarde em que o PCP terrabourense protestava em frente à Estação de Correios da Vila do Gerês, pelo seu eventual encerramento, a Câmara Municipal de Terras de Bouro distribuía um comunicado em que garantia que “os Serviços de Correio na Vila do Gerês, ao contrário do que esteve a ser divulgado pelos próprios CTT, não encerrarão nem serão transferidos de local”. “Até ao próximo mês de Setembro, o serviço será assegurado pelos CTT. A partir daí, a Câmara Municipal de Terras de Bouro colocará um funcionário na actual estação de Correio que passará a posto de Correio. Todos os serviços e produtos serão mantidos, exceptuando a subscrição de produtos financeiros (certificados de aforro)”, garantia a missiva da autarquia, explicando que a Câmara Municipal, a Junta de Freguesia de Vilar da Veiga e os CTT chegaram a um entendimento, no dia 11 de Agosto.
Ainda segundo fonte da autarquia, os CTT “tencionavam encerrar a actual estação de correios na Vila do Gerês e transferir os serviços para uma loja de uma entidade privada, situada no Centro de Animação Termal daquela localidade”. Quase todos os serviços e produtos “seriam mantidos”, só que passariam a ser geridos por um privado.
Para o presidente da Câmara, Joaquim Cracel, “o serviço de correios deve ser prestado por uma entidade pública, com mais capacidade para responder às exigências das pessoas”, manifestando, contudo, “a certeza de que a entidade privada que estava prevista para gerir os serviços de correio também prestaria um óptimo serviço à população”.O acordo entre a autarquia e os CTT prevê “custos para a Câmara Municipal de Terras de Bouro”, uma vez que terá de colocar no posto dos CTT do Gerês um funcionário. Mas também prevê receitas para o Município, pois “terá uma comparticipação na venda de produtos e serviços”. “Entre os custos e as receitas, prevemos que a autarquia fique a perder cerca de 500,00 euros por mês. Tratando-se de um serviço à comunidade que deve ser prestado por uma entidade pública, os custos podem considerar-se reduzidos”, entendeu o edil.
População apoia acções de protesto
Numa acção de forte mobilização popular, facilmente se percebia qual a posição da maioria dos habitantes da Vila do Gerês. Todos os presentes eram peremptórios em afirmarem-se contra o encerramento da Estação dos Correios da Vila do Gerês e a favor das acções de protesto.
Abílio Sousa, de 39 anos, começou por referir que apoiava “a 100%” a manifestação em questão, lembrando que um eventual encerramento daquele serviço “afectaria demasiado as pessoas do Gerês, principalmente os mais idosos”. “Já com o posto de turismo quiseram fazer o mesmo, mas não conseguiram”, lembrou o geresiano.Por seu turno, Manuel Ribeiro, com 38 anos de idade, lembrou que “muita gente se dirige ao posto para realizar todo o tipo de serviços, desde pagamentos, a levantamentos de reformas”. “Acho que este tipo de protestos pode travar o encerramento. Esperemos que assim seja, porque para quem não tem meio de transporte fica muito complicado. Os postos mais próximos que passaríamos a ter era o de Vieira ou o de Terras de Bouro”, analisou.
Com 63 anos de idade, Maria Branco puxou pela memória para lembrar que aquela Estação dos CTT era já “centenária”. “Isto influencia até a vida dos turistas que cá vêm. Queremos fazer um telefonema ou enviar uma carta onde nos dirigimos daí em diante?”, interroga-se esta geresiana, considerando que “todos os importantes serviços que foram desaparecendo do Gerês, ao longo dos tempos, foram afastando turistas e tornaram a Vila numa localidade desertificada”.
Fonte: Terras do Homem, em 22-08-2011
Depois de um primeiro protesto, realizado uma semana antes, a Comissão Concelhia decidiu assinalar o dia previsto para o encerramento daquela estação com uma acção de protesto, em frente às instalações dos CTT naquela Vila, na Avenida D. João V.
Contudo, uma vez chegados ao local, os dirigentes do PCP terrabourense deparam-se com um comunicado da Câmara Municipal em que era afirmado que a Estação iria permanecer em funcionamento, à responsabilidade dos CTT, até Setembro próximo, sendo que, posteriormente, a própria autarquia asseguraria a funcionalidade da mesma.
Ora, não satisfeitos com as explicações, nem dirigentes partidários, nem as dezenas de populares que marcaram presença arrendaram pé das imediações das instalações da Estação dos Correios da Vila do Gerês, prometendo nossas acções de protesto para o futuro.
De acordo com João Frazão, membro da Comissão Política do PCP, o protesto acabou por ser “positivo”, uma vez que contou com uma “forte mobilização popular”. Falando aos presentes, João Frazão considerou que o Gerês é uma “terra única e deve ser defendida como tal”. “Esta terra é a jóia da coroa do distrito de Braga. No entanto, não se preocupam e criam dificuldades às pessoas de uma terra que merecia era ser promovida e incentivada. No entanto, já me apercebi que há aqui gente para resistir, por isso que não nos vendam a ideia de que se manterão os mesmos serviços, mas com outro nome”, avisou o representante do PCP, lembrando que aquele posto “presta serviços muito importantes aos geresianos”.
Também Alexandre Silva, da Comissão Política Concelhia do PCP de Terras de Bouro, se mostrava revoltado com a possibilidade da retirada do posto dos CTT do Gerês, lembrando que a verificar-se, isso iria privar “uma população envelhecida e isolada, de serviços muito importantes”.
“Os postos de correios mais próximos ficam bem longe o que impede o acesso à maioria das pessoas que aqui habitam, que é idosa”, lembrou, reforçando a ideia de que o seu partido e os geresianos não aceitarão “a prestação do serviço por parte de um qualquer privado, da Junta de Freguesia ou da Câmara Municipal”. “Os privados nunca prestarão os mesmos serviços. Para além disso, não estão legalmente sujeitos a obrigações a que os CTT estavam. Até agora, um idoso poderia vir aqui levantar a sua reforma, ou então esperar simplesmente pelo carteiro ao pé de sua própria casa. Agora, os serviços prestados ficarão reduzidos a um terço”, prevê Alexandre Silva.
Em resposta ao comunicado da Câmara Municipal de Terras de Bouro, que assegurava a continuidade do funcionamento daquele posto, ao encargo da própria autarquia, o responsável da Comissão Política Concelhia do PCP local garantiu que “as acções de protesto continuarão” e que não aceitam a solução apresentada.Câmara garante continuidade da “maioria dos serviços prestados”
Na mesma tarde em que o PCP terrabourense protestava em frente à Estação de Correios da Vila do Gerês, pelo seu eventual encerramento, a Câmara Municipal de Terras de Bouro distribuía um comunicado em que garantia que “os Serviços de Correio na Vila do Gerês, ao contrário do que esteve a ser divulgado pelos próprios CTT, não encerrarão nem serão transferidos de local”. “Até ao próximo mês de Setembro, o serviço será assegurado pelos CTT. A partir daí, a Câmara Municipal de Terras de Bouro colocará um funcionário na actual estação de Correio que passará a posto de Correio. Todos os serviços e produtos serão mantidos, exceptuando a subscrição de produtos financeiros (certificados de aforro)”, garantia a missiva da autarquia, explicando que a Câmara Municipal, a Junta de Freguesia de Vilar da Veiga e os CTT chegaram a um entendimento, no dia 11 de Agosto.
Ainda segundo fonte da autarquia, os CTT “tencionavam encerrar a actual estação de correios na Vila do Gerês e transferir os serviços para uma loja de uma entidade privada, situada no Centro de Animação Termal daquela localidade”. Quase todos os serviços e produtos “seriam mantidos”, só que passariam a ser geridos por um privado.
Para o presidente da Câmara, Joaquim Cracel, “o serviço de correios deve ser prestado por uma entidade pública, com mais capacidade para responder às exigências das pessoas”, manifestando, contudo, “a certeza de que a entidade privada que estava prevista para gerir os serviços de correio também prestaria um óptimo serviço à população”.O acordo entre a autarquia e os CTT prevê “custos para a Câmara Municipal de Terras de Bouro”, uma vez que terá de colocar no posto dos CTT do Gerês um funcionário. Mas também prevê receitas para o Município, pois “terá uma comparticipação na venda de produtos e serviços”. “Entre os custos e as receitas, prevemos que a autarquia fique a perder cerca de 500,00 euros por mês. Tratando-se de um serviço à comunidade que deve ser prestado por uma entidade pública, os custos podem considerar-se reduzidos”, entendeu o edil.
População apoia acções de protesto
Numa acção de forte mobilização popular, facilmente se percebia qual a posição da maioria dos habitantes da Vila do Gerês. Todos os presentes eram peremptórios em afirmarem-se contra o encerramento da Estação dos Correios da Vila do Gerês e a favor das acções de protesto.
Abílio Sousa, de 39 anos, começou por referir que apoiava “a 100%” a manifestação em questão, lembrando que um eventual encerramento daquele serviço “afectaria demasiado as pessoas do Gerês, principalmente os mais idosos”. “Já com o posto de turismo quiseram fazer o mesmo, mas não conseguiram”, lembrou o geresiano.Por seu turno, Manuel Ribeiro, com 38 anos de idade, lembrou que “muita gente se dirige ao posto para realizar todo o tipo de serviços, desde pagamentos, a levantamentos de reformas”. “Acho que este tipo de protestos pode travar o encerramento. Esperemos que assim seja, porque para quem não tem meio de transporte fica muito complicado. Os postos mais próximos que passaríamos a ter era o de Vieira ou o de Terras de Bouro”, analisou.
Com 63 anos de idade, Maria Branco puxou pela memória para lembrar que aquela Estação dos CTT era já “centenária”. “Isto influencia até a vida dos turistas que cá vêm. Queremos fazer um telefonema ou enviar uma carta onde nos dirigimos daí em diante?”, interroga-se esta geresiana, considerando que “todos os importantes serviços que foram desaparecendo do Gerês, ao longo dos tempos, foram afastando turistas e tornaram a Vila numa localidade desertificada”.
Fonte: Terras do Homem, em 22-08-2011
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