Foi num ambiente efusivo que Joaquim Cracel deu ontem início ao seu segundo mandato como presidente da câmara de Terras de Bouro. Perante um auditório repleto, o autarca, que consolidou a maioria socialista, elencou os objectivos para o seu novo mandato, objectivos transversais a praticamente todas as áreas, com destaque especial para o campo social onde os problemas do desemprego e acção social se apresentam como cruciais.
Joaquim Cracel começou e acabou praticamente o seu discurso de tomada de posse com as mesmas palavras. “As pessoas e instituições vão continuar a ser o centro das nossas decisões políticas”. O autarca prometeu trabalhar num projecto que procurará resolver ou oferecer solu- ções nos vários domínios, quer seja no âmbito social, no turismo, agricultura, comércio, educação, desporto, ambiente e qualidade de vida.
Perante as dificuldades impostas pela actual conjuntura, Joaquim Cracel refere que a situação exige decisões políticas e financeiras equilibradas e ajustadas à realidade “de forma a atenuar as dificuldades das pessoas que deven ser o centro das nossas preocupações”.
Um dos compromissos assumido pelo presidente da câmara prende-se com o empenho na promoção do emprego, medida que visa também fixar as populações de Terras de Bouro, factor essencial também para o seu desenvolvimento económico e social.
“Apoiaremos a instalação de estruturas económicas que criem postos de trabalho e fomentaremos o emprego através de contratos e estágios profissionais para jovens, pois graças a esta nossa preocupação muitas famílias carenciadas estão a conseguir aguentar a actual crise”, disse.
Ainda para combater a perda de população no concelho, a câmara de Terras de Bouro promete promover incentivos à fixação de jovens e apoio à natalidade.
No domínio da acção social, Joaquim Cracel garantiu a dinamização e ampliação das ofertas do Centro Municipal de Valências de Apoio à Comunidade, que será também alargado ao Vale do Cávado e que presta apoios no âmbito da saúde, enfermagem, terapia da fala e psicologia, desenvolvendo também actividades culturais, lúdicas e desportivas para todas as idades.
“Manteremos a delegação da câmara municipal em Rio Caldo e abriremos uma delegação na vila do Gerês onde o presidente da câmara continuará a dialogar com os munícipes”, diz Joaquim Cracel, garantindo também apoios no sector da habitação e no combate à pobreza.
A oferta de manuais escolares é uma medida para continuar no âmbito da educação, assim como a promoção de actividades de ocupação de tempos livres para as crianças do concelho. Outra medida que transita do anterior mandato é o apoio económico a alunos do ensino superior.
Tendo consciência que o desenvolvimento económico do concelho assenta em dois sectores produtivos- o turismo e a agricultura - o reeleito presidente da câmara de Terras de Bouro promete também medidas que incentivem estes dois domínios.
No turismo, Joaquim Cracel quer, entre outros pontos, reforçar a dinâmica do Conselho Municipal do Turismo e promover o concelho em vários órgãos de comunicação nacionais e estrangeiros. Tudo com o objectivo de fazer de Terras de Bouro uma referência turística valorizando todo o seu potencial.
Na agricultura, que continua a sustentar muitas famílias do concelho, a autarquia pretende continuar a dinamizar o Gabinete de Apoio à Agricultura, medida que obteve grande êxito proporcionando aos agricultores vários serviços de forma gratuita, entre os quais candidaturas a financiamento.
Guilherme Alves sucede a Ricardo Gonçalves na mesa da assembleia
Guilherme José Alves, secretário da assembleia municipal no anterior mandato, assume agora a presidência deste órgão deliberativo, cargo ocupado nos últimos quatro anos pelo também socialista Ricardo Gonçalves.
Vítor Alves e Marinha Esteves, eleitos pelo PS, assumem o cargo de primeiro e segundo secretário, respectivamente.
Guilherme Alves deu as boas-vindas aos novos membros da assembleia pedindo-lhes que assumam as suas funções com dedicação, capacidade de discutir mas também “saber ouvir as diversas sensibilidades e opiniões”.
Ao executivo da câmara que tomou posse deixou um apelo para que consiga criar todas as condições de estabilidade e oportunidades para que os mais jovens “não tenham de sair do nosso concelho” sem nunca esquecer a estabilidade financeira.
“Defendam com unhas e garras os interesses do nosso município e não se afastem, no seu dia-a-dia, das expectativas e das ambições de que os elegeu”, prossegue.
“Esse esforço será também solicitado a todas as forças vivas deste concelho, empresários, sociedade civil e aos jovens para que este órgão seja um local onde se debata com profundidade e análise os problemas do concelho”, acrescenta.
O presidente cessante, Ricardo Gonçalves, desejou felicidades ao executivo, especialmente ao presidente da câmara, antevendo muitas dificuldades no seu percurso.
“O próximo orçamento de Estado vai retirar verbas às autarquias. O concelho de Terras de Bouro vai perder 3,5% do Fundo de Equilíbrio Financeiro, para além de ter de diminuir 2% dos funcionários”, diz o socialista, acrescentando que a estes cortes acresce aquilo que significa a inflação no próximo ano e, portanto “a câmara acaba por perder verbas directas de mais 5%”.
“A única coisa que peço é que não percam a esperança. Terras de Bouro é um concelho que tem potencialidades maravilhosas”, adianta, defendendo que “as câmaras têm de atrair privados que canalizem os fundos comunitários para o concelho no sentido de criarem emprego e fixarem população que é o nosso maior problema”, remata.
Fonte: Correio do Minho - Paula Maia - em 21-10-2013
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