O gado voltou a subir à Serra do Gerês cumprindo, uma vez mais, a tradição. A vezeira da Vila do Gerês é, cada vez mais, um momento de atração turística e, este ano, contou com um programa de atividades alargado.
“A edição deste ano da subida da Vezeira correu muito bem. Alargamos as atividades para vários dias, tendo todo o evento sido um sucesso. Podemos dizer que, à partida, as expectativas eram elevadas e o que se veio a verificar é que, de certa forma, foram bastante superadas”, começou por defender Miguel Teixeira da Associação Lírio do Gerês, que organizou a atividade em parceira com o município de Terras de Bouro e várias entidades locais.
Esta é uma atividade desenvolvida por aquela estrutura há já oito anos e tem sido “melhorada, de ano para ano, com o intuito de atrair cada vez mais turistas”. “Tivemos muita gente a assistir às atividades, particularmente no domingo, durante todo o dia”, acrescentou o responsável da organização, assegurando que esta “foi a edição que contou com mais com mais público a assistir”.
O gado, esse, alheio à pressão de tantos olhos postos sobre si, seguia em direção à serra. Começam agora quatro meses intensos para os criadores, de permanência na serra, à vez, como o próprio nome da iniciativa indica.
Ao todo, mais de 140 cabeças de gado, de criadores de Rio Caldo e Vilar da Veiga, participaram na edição deste ano.
“O tempo, neste tipo de eventos que decorrem ao ar livre, é sempre fundamental para o seu sucesso. Este ano, o bom tempo e o calor que se fez sentir contribuiu muito para o sucesso desta festa”, defendeu Miguel Teixeira, que destacou ainda “a exposição relativa à vezeira, que permitiu a muitos turistas entenderem melhor a forma de funcionamento da vezeira, a caminhada de visita a alguns currais por onde passa a Vezeira, a mostra gastronómica, as chegas de bois e a atuação de todos os grupos que ajudaram a animar a festa, desde o tocadores de concertina, o Rancho Folclórico da Associação de Paradela – Valdosende e os Grupo Cantares do Minho, de Amares”.
No entender deste responsável, este tipo de tradições de índole rural “é importante para manter a atratividade turística e o encanto de uma terra como o Gerês”. A organização desta atividade iniciou com o intuito de “associar uma tradição rara e característica desta região à principal atividade do Gerês, que é o turismo”.
“Com a organização deste evento pretendemos, por um lado, colaborar com a manutenção desta tradição, dando-lhe uma maior visibilidade e incentivando não só os pastores a não vender os seus animais como também a compra de gado por parte de outras pessoas. Por outro lado, potenciar a atividade turística com recurso a uma tradição. Sabemos que os turistas que escolhem como destino para as suas férias, uma região de montanha, procuram este tipo de eventos tradicionais onde se mostre aspetos endógenos da região em questão. Deste modo, acreditamos que o fim de semana da Subida da Vezeira será, no futuro, um fim de semana de referência para o turismo no Gerês”, acreditou Miguel Teixeira.
Fonte: Terras do Homem, em 23-05-2012
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