Prisão preventiva para companheiro da vítima
O que motivou tão hediondo crime “só ele é que sabe”, disse-nos uma colega e amiga da vítima. Ele, Filipe Baltazar, de 35 anos, empregado de escritório, está desde o princípio da tarde de ontem em prisão preventiva, depois de ouvido pelo juiz de instrução criminal no Tribunal Judicial de Braga, acusado de um crime de homicídio.
Maria da Luz Leiras Fernandes, de 34 anos, professora de Geografia do Agrupamento de Escolas de Terras de Bouro nos últimos três anos, “era uma excelente profissional” — afiançou aquela colega.
Os pais da vítima, vindos de Monção, chegaram ontem à residência da filha, no número 80 da Rua Padre Armando Lira, quando eram cerca das 12 horas, escoltados num carro da PSP cujos agentes se prestaram a ajudá-los à chegada à Braga. Visíveis e compreensíveis os sinais de desespero estampados nos rostos.
Amigas da vítima receberam-nos à porta do prédio. Uma delas tinha ao colo o filho do casal que em Julho completa dois anos de idade.
O arguido e a vítima não eram casados. A relação entre ambos tornara-se conflituosa desde há algum tempo.
Na madrugada de quinta para sexta-feira, Maria da Luz não resistiu aos ferimentos das facadas que terão sido desferidas pelo seu companheiro Filipe Baltazar, no quarto do apartamento dela.
As suspeitas da autoria do homicídio avolumaram-se na sexta-feira, quando Filipe levou a uma creche de Braga o filho de ambos.
Por hábito, era Maria da Luz quem disso se encarregava.
Estranhou-se quando ninguém o foi buscar depois. Uma amiga procurou, em vão, contactar Maria da Luz. Por volta das 22,47 horas o alerta chegou aos Bombeiros Voluntários e à PSP, confirmando-se o pior: Maria da Luz já era cadáver.
Filipe Baltazar foi detido nessa residência.
O homicídio da Maria da Luz terá ocorrido na noite de quinta para sexta-feira.
Filipe deixara o lar, mas ultimamente insistira no regresso a casa, contra a vontade desta da companheira.
Maria da Luz “vivia sozinha cá em Braga, aterrorizada por esse senhor que agora deu cabo da vida dela” — recordou a colega.
Detido pela PSP, Filipe passou para a alçada da Polícia Judiciária cujos inspectores o levaram ontem ao Tribunal Judicial para interrogatório.
Fonte: Correio do Minho, em 13-05-2012
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