Onze minutos chegaram para 30 encomendas de livros escolares arranjarem boleia do Porto para Lisboa, com um alfacinha que foi passar o fim-de-semana ao Gerês e não se importou de fazer um pequeno desvio no regresso. Henrique Cunha, explicador de Matemática e Geometria Descritiva e mentor do projecto Banco do Livro Escolar, dá o exemplo de ontem à tarde - quando pôs o pedido de ajuda no Facebook e recebeu resposta em menos de nada - para mostrar como a iniciativa vai de vento em popa. Em menos de 15 dias de divulgação já há 14 bancos a funcionar em todo o país. O princípio é simples: qualquer um pode dar ou receber, desde que não se pague nada - nem portes de envio. Os livros viajarão portanto à boleia, com a ajuda do Facebook. Henrique lançou o primeiro banco há dois anos no seu centro de estudos, depois de ter percebido que os alunos que recorriam às explicações entravam e saíam com os livros praticamente novos. Começou a incentivá-los a trocar livros com amigos e familiares, mas a verdade é que nunca imaginou que a iniciativa local viesse a ganhar dimensão nacional. "Tinha a indicação do projecto na minha página pessoal do Facebook e sem saber muito bem porquê este ano correu o mundo. Comecei a receber telefonemas de várias pessoas solidárias e empreendedoras que queriam fazer o mesmo." Henrique elogia sobretudo o papel de mulheres: são 10 em 14 dos fundadores dos bancos. Em centros de explicações só há mais um, em Linda-a-Velha, e os restantes nasceram em sítios tão inesperados como um gabinete de arquitectura, em Coimbra, ou um restaurante vegetariano e uma clínica em Lisboa. O banco de Henrique, no Porto, recebe centenas livros por dia mas mesmo os mais recentes estão a ter grande adesão: o da Almirante Reis, em Lisboa, abriu há uma semana e recebeu 400 livros no sábado.
"Recebemos mais do que entregamos, há pessoas que aproveitam para doar os livros que tinham em casa. Os que já não forem usados nas escolas vão ser entregues a instituições com missões no estrangeiro", adianta o responsável. Este ano muitas escolas optaram por só pagar os livros escolares às famílias com apoio social depois da sua aquisição. Um estudo do Observatório dos Recursos Educativos concluiu que o Estado gastaria 104 milhões de euros para arrancar com um sistema de empréstimo de manuais escolares.
Fonte: iinformação, em 12-09-2011
"Recebemos mais do que entregamos, há pessoas que aproveitam para doar os livros que tinham em casa. Os que já não forem usados nas escolas vão ser entregues a instituições com missões no estrangeiro", adianta o responsável. Este ano muitas escolas optaram por só pagar os livros escolares às famílias com apoio social depois da sua aquisição. Um estudo do Observatório dos Recursos Educativos concluiu que o Estado gastaria 104 milhões de euros para arrancar com um sistema de empréstimo de manuais escolares.
Fonte: iinformação, em 12-09-2011
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