Neste blogue, já escrevi que o Museu da Imagem inaugurou, no dia 21 de Maio, a exposição "Vilarinho das Furnas", da autoria do Grupo IF. Lembro que esta exposição estará aberta ao público até ao próximo dia 11 de Julho.
O Grupo IF (Ideia e Forma) surgiu em 1976 e é actualmente composto por: António Drumond, J. P. Sotto Mayor, Henrique Araújo e Manuel Magalhães.
"Vilarinho das Furnas" mostra o olhar único de cada um destes fotógrafos sobre a aldeia submersa pela barragem com o mesmo nome.
Vale a pena visitar!
Entretanto, deixo-vos com um texto de João Rosado Correia.
O Grupo IF (Ideia e Forma) surgiu em 1976 e é actualmente composto por: António Drumond, J. P. Sotto Mayor, Henrique Araújo e Manuel Magalhães.
"Vilarinho das Furnas" mostra o olhar único de cada um destes fotógrafos sobre a aldeia submersa pela barragem com o mesmo nome.
Vale a pena visitar!
Entretanto, deixo-vos com um texto de João Rosado Correia.
A consideração da ambiência e a interpretação da sua importância com o "habitat" de Vilarinho das Furnas, conduz a incidências sensoriais de dramaticidade, resultantes de juízos espaço -temporais.
Se no seu passado presente, Vilarinho era revalorização permanente, resultante de processos crítico-sociais-ambientais-históricos, hoje sob nova actividade crítica é abstracção.
Ali, olhando as ruínas em profundidade, não há nada ou quase nada da Alma das Gentes que para além foram destroçadas.
Mas, penetrando ao acaso na primeira casa que estava aberta. É a casa de um trabalhador braçal, igual a todas as outras. A cama, com mantas caseiras, está meia de feita. O escano encontra-se perpendicular à lareira, mesa posta, broa, chouriço e vinho, caldo de couves. Os móveis são raros. A gente é serrana. O Homem e a Mulher falam com desassombro e violência de coisas insignificantes, do tempo, dos animais e da vizinhança.
Anos passados, sentimo-nos unidos às pessoas, lugar e coisas, ali naquele lugar todos sabiam ler, mostravam os jornais de 1910, relatavam os factos, falavam as pessoas importantes.
Hoje, ali, olhando as ruínas em profundidade, não há nada da "comunidade" organizada. Do corno que chamava à vezeira ou à reunião.
Restam as ruínas que atestam toda a força duma arquitectura vernácula, verdadeira e original. Arquitectura simples, ligada intimamente a uma necessidade funcional e que na simplicidade de encarar os seus problemas, ou nas soluções que sempre soube encontrar, reflecte exemplos de vivência em comunidade.
Ali, os valores culturais, sociais e estéticos, opunham-se a u dinamismo de produção económica, apresentando-se como finalidades antagónicas, que se enfrentavam. O espaço (massa líquida) saiu organizado, em relação com a utilização económica conduzi à dispersão duma população, à destruição de um "habitat" e está influindo nas condições de uma flora, una e clima, como consequência das modificações de parâmetros que intervêm nas condições estéticas, culturais, geológicas e biogeográficas.
Assim:
VILARINHO -era revalorização permanente.
VILARINHO -é dramaticidade.
VILARINHO EM FUTURAS IMAGENS - é problema Global, a nível da totalidade da "Sociedade" e
de suas opções fundamentais.
Texto de João Rosado Correia
Se no seu passado presente, Vilarinho era revalorização permanente, resultante de processos crítico-sociais-ambientais-históricos, hoje sob nova actividade crítica é abstracção.
Ali, olhando as ruínas em profundidade, não há nada ou quase nada da Alma das Gentes que para além foram destroçadas.
Mas, penetrando ao acaso na primeira casa que estava aberta. É a casa de um trabalhador braçal, igual a todas as outras. A cama, com mantas caseiras, está meia de feita. O escano encontra-se perpendicular à lareira, mesa posta, broa, chouriço e vinho, caldo de couves. Os móveis são raros. A gente é serrana. O Homem e a Mulher falam com desassombro e violência de coisas insignificantes, do tempo, dos animais e da vizinhança.
Anos passados, sentimo-nos unidos às pessoas, lugar e coisas, ali naquele lugar todos sabiam ler, mostravam os jornais de 1910, relatavam os factos, falavam as pessoas importantes.
Hoje, ali, olhando as ruínas em profundidade, não há nada da "comunidade" organizada. Do corno que chamava à vezeira ou à reunião.
Restam as ruínas que atestam toda a força duma arquitectura vernácula, verdadeira e original. Arquitectura simples, ligada intimamente a uma necessidade funcional e que na simplicidade de encarar os seus problemas, ou nas soluções que sempre soube encontrar, reflecte exemplos de vivência em comunidade.
Ali, os valores culturais, sociais e estéticos, opunham-se a u dinamismo de produção económica, apresentando-se como finalidades antagónicas, que se enfrentavam. O espaço (massa líquida) saiu organizado, em relação com a utilização económica conduzi à dispersão duma população, à destruição de um "habitat" e está influindo nas condições de uma flora, una e clima, como consequência das modificações de parâmetros que intervêm nas condições estéticas, culturais, geológicas e biogeográficas.
Assim:
VILARINHO -era revalorização permanente.
VILARINHO -é dramaticidade.
VILARINHO EM FUTURAS IMAGENS - é problema Global, a nível da totalidade da "Sociedade" e
de suas opções fundamentais.
Texto de João Rosado Correia
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