«Lá, mais acima, deixado o vale onde se acoitava Vilarinho, as máquinas ruidosas, que nos entontecem os sentidos,ruminam terra, escavando-a sempre. São os trabalhos para a construção da barragem num bom aproveitamento da bacia hidrográfica do rio Homem, cujas afluências alimentam directamente a albufeira, numa área de 59 Km2. Outro pormenor: mediante obras de derivação adequadas, a albufeira é ainda alimentada pelas afluências às seguintes bacias hidrográficas secundárias:
-Bacia do Brufe, afluente da margem direita do Homem, com 6 Km2;
-Bacia de Gemesura, afluente da margem direita do Homem, 2 Km ;
-Bacia do Campo do Gerês, afluente da margem esquerda do Homem, com 8 Km2;
-Bacia do Freitas, na cabeceira do ribeiro de Freitas, afluente do Cávado, com 2 Km2 (chamado
rio Caldo no seu troço inferior).
Com estas bacias secundárias o total da barragem interessada no aproveitamento de Vilarinho ficará a somar 77 Km2.
Feitos os reconhecimentos geológicos, demonstraram estes que o melhor local para a construção da barragem era a 600 metros a montante da confluência com o ribeiro de Gemesura.
Entre as soluções previstas a melhor é aquela de uma cúpula assimétrica, de dupla curvatura, com arcos horizontais parabólicos, adaptada à forma as simétrica do perfil de implantação no vale, dado que a espessura aumenta desde o fecho para os encontros segundo a mesma lei. Assim foi possível adaptar a barragem ao vale sem recorrer a encontros artificiais do tipo gravidade e sem prejuízo de uma boa curvatura para os arcos e de uma boa inserção destes nas encostas.
(…) Deste modo poderemos anunciar as suas características principais:-Bacia do Brufe, afluente da margem direita do Homem, com 6 Km2;
-Bacia de Gemesura, afluente da margem direita do Homem, 2 Km ;
-Bacia do Campo do Gerês, afluente da margem esquerda do Homem, com 8 Km2;
-Bacia do Freitas, na cabeceira do ribeiro de Freitas, afluente do Cávado, com 2 Km2 (chamado
rio Caldo no seu troço inferior).
Com estas bacias secundárias o total da barragem interessada no aproveitamento de Vilarinho ficará a somar 77 Km2.
Feitos os reconhecimentos geológicos, demonstraram estes que o melhor local para a construção da barragem era a 600 metros a montante da confluência com o ribeiro de Gemesura.
Entre as soluções previstas a melhor é aquela de uma cúpula assimétrica, de dupla curvatura, com arcos horizontais parabólicos, adaptada à forma as simétrica do perfil de implantação no vale, dado que a espessura aumenta desde o fecho para os encontros segundo a mesma lei. Assim foi possível adaptar a barragem ao vale sem recorrer a encontros artificiais do tipo gravidade e sem prejuízo de uma boa curvatura para os arcos e de uma boa inserção destes nas encostas.
-Altura máxima, 94 metros;
-Desenvolvimento total, 384,5 metros;
-Raio de curvatura do arco do coroamento no fecho, 145 metros;
-Espessura do coroamento no fecho, 3 metros;
-Espessura máxima no perfil do fecho, 15,85 metros;
-Espessura na base do perfil de fecho, 13 metros;
-Volume total de betão, 275000 metros cúbicos.
Parece-nos interessante dar mais outros pormenores de ordem técnica tais como:
A descarga de fundo da albufeira, localizada na zona inferior da cúpula será constituída por uma conduta metálica de 2,80 metros de diâmetro, e está equipada a montante, com uma comporta de lagartas e a jusante com uma válvula dispersora. A sua capacidade da vazão com a albufeira ao nível máximo é de 180 m3/seg. Como a albufeira domina as afluências de uma bacia hidrográfica apenas com 77 Km2, e tem uma área de 3,4 Km2 à cota de pleno enchimento, o valor do caudal máximo a descarregar, durante a cheia, é relativamente pequeno, 280 m3/seg. O descarregador das cheias, instalado na margem direita e completamente independente da barragem, é constituído por dois orifícios, obturados por comportas Taintor, que comunicam com uma galeria com cerca de 17 metros. O caudal evacuado escoa-se nesta galeria com superfície livre. Na extremidade de jusante da galeria instala-se um dispositivo que permite dispersar a água em altura lançando-a com um mínimo de energia no leito do ribeiro de Gemesura.
Destes dados técnicos fornecidos pela entidade competente da HICA, esclareceu-nos ainda quanto a obras importantes de derivação, que passamos agora a referir e que nos parece de grande interesse».
Fonte: A. Lopes de Oliveira
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