José Dias tem 34 anos, é casado e tem um filho. Nos seus tempos livres, este professor terrabourense dedica o seu tempo à prática de desportos muito apreciados na região, como a caça e pesca. Amantes do cozido à portuguesa, regado com um “bom vinho verde da região”, José Dias elege, como destino de férias de sonho, o Egipto e a Jordânia. Quanto às leituras, este autarca debruça-se, essencialmente sobre os temas da geografia e da ciência arqueológica.
“Só se pode travar a desertificação das aldeias criando-se postos de trabalho”
Terras do Homem: Qual é a grande prioridade para Chorense para o que resta cumprir do actual mandato?
José Dias: A grande prioridade para esta freguesia passa pela conclusão da rede de saneamento. Apesar da freguesia já estar coberta, em grande parte, pelo saneamento básico, ainda há muito a fazer nesta área, principalmente nos lugares de Emaus, Real, Devesa e Cruzes. Para além disso, há que concluir a instalação das estações elevatórias nos lugares de Aldeia e Casal, pois sem elas não é possível concluir esta infra-estrutura, depois do grande investimento já ter sido realizado.
TH: Que outros empreendimentos, para além desse, pretende ver concretizados nos próximos anos?
JD: Na rede viária, um dos grandes empreendimentos prende-se com a pavimentação, em tapete betuminoso, do acesso a muitos lugares. Principalmente, aqueles que se encontram pavimentados em calçada à portuguesa.
No plano desportivo e cultural, uma obra que gostaria de ver concretizada era a construção de um polidesportivo, junto à sede da junta e da Associação Desportiva desta freguesia, para que os nossos jovens possam ter as mínimas condições para a prática de desporto.
Por último, elejo como grande prioridade a construção de um novo Centro Social. Mesmo não sendo uma competência da junta, seria de extrema importância a sua construção. Nós, enquanto Junta, apoiaremos, dentro do nosso limitado orçamento, a referida construção.TH: Qual a maior obra que considera ter feito na sua freguesia, até ao momento?
JD: Sem dúvida que foi a instalação da rede de saneamento em parte da freguesia e a requalificação do largo de S. Sebastião.
Ao nível do cemitério, também houve a necessidade de ampliar e melhorar as condições do mesmo, porque já começava a ser pequeno demais e corríamos o risco de o lotar totalmente.
TH: Acha que o Turismo poderá ser uma área através da qual a freguesia tem possibilidades de crescimento? Que medidas poderia a Câmara adoptar para ajudar a freguesia de Chorense, nesse sentido?
JD: Como em qualquer parte do país, o turismo é sempre uma mais-valia para o desenvolvimento de qualquer região. A freguesia de Chorense não será diferente, a atracção do turismo pode, de facto, desenvolver esta freguesia.
A Câmara deveria apostar na promoção turística da Geira Roma, já que esta freguesia possui o troço em melhor estado de conservação da referida via, a qual é muito procurada para passeios pedestres e em bicicleta. Uma outra medida passaria pela reorganização e melhoria de trilhos pedestres.
TH: Seguramente que esta é, à semelhança de freguesias vizinhas como Santa Isabel e outras do concelho, uma freguesia que tem sido atingida pela desertificação e fuga dos seus conterrâneos. A que acha que tal se deve? E como combater esse facto?
JD: O grande factor que contribui para a fuga das populações para outras zonas e que consequentemente nos leva à desertificação é, sem dúvida, a falta de postos de trabalho. Nos últimos anos, assistimos à fuga de muitos jovens para o estrangeiro, em busca de melhores condições de vida. E, também, de outros que vão trabalhar para outros concelhos, nomeadamente para concelhos do litoral.
Devido à distância e aos gastos com as respectivas deslocações, acabam por comprar casa nesses concelhos e consequentemente deixam a sua freguesia de origem.
O combate a esta diminuição da população só é possível pela criação de postos de trabalho, nesta freguesia. No entanto, não é a Junta que vai criar essas condições. O muito que pode fazer é ajudar. Quando falei, anteriormente, na construção do Centro social, tenho a convicção que seria uma das medidas capaz de travar esta diminuição da população, pois criaria muitos postos de trabalho.
“As Juntas são quem melhor conhece as verdadeiras carências das pessoas”
TH: Admite ter cometido algum erro enquanto presidente de Junta? Qual?
JD: Como em qualquer outro aspecto da nossa vida, cometemos sempre alguns erros dos quais nos vimos a arrepender. Como presidente da Junta, há alguns aspectos que hoje não faria igual, no entanto não os considero erros, simplesmente decisões menos certas. Facto é que nunca deixei de atender a todas as solicitações da população de Chorense, sem descriminação de ninguém.
TH: Admite voltar a ser candidato?
JD: Neste momento, ainda faltam dois anos e meio para terminar o presente mandato, consequentemente ainda tenho muitos objectivos para serem concretizados. Por isso, ainda não pensei nessa questão.TH: Concorda com a limitação de mandatos dos presidentes de Junta?
JD: Concordo, os três mandatos a que cada presidente se pode candidatar são suficientes para implementar as suas convicções e apresentar obra que ache necessária para o desenvolvimento da sua freguesia.
TH: De há uns tempos para cá, muito se tem falado na necessidade de uma reorganização administrativa do país. No seguimento das negociações do governo português com a Troika, é previsível até que se venha a extinguir algumas freguesias. Concorda com o fim dessas freguesias e a sua aglomeração num conjunto de freguesias que forme uma área administrativa maior?
JD: Com a possibilidade de se extinguir a freguesia não concordo. As freguesias não são um mero território físico, são muito mais que isso. Representam uma identidade e uma cultura própria, principalmente nas freguesias rurais. Logo, a identidade e a cultura é algo que não se aglomera de um dia para o outro.TH: Entende então que o caminho passa por atribuir mais poderes e verbas às juntas actuais, para que possam, cada uma, desenvolver o seu território?
JD: As Juntas de Freguesia são os organismos públicos que estão mais próximos das populações e são quem melhor conhece as verdadeiras carências das pessoas. Se as Juntas deixam de atender a estas necessidades das populações, mais ninguém o faz. Logo, o caminho passa pelo aumento das verbas e de determinadas competências para as Juntas, para que as desigualdades de região para região não aumentem, como temos vindo a assistir nos últimos anos.
Um outro motivo está no facto das verbas que actualmente são destinadas às freguesias não desequilibrarem as contas públicas e serem elas que mais desenvolvem as pequenas localidades do território nacional. Por isso, a distribuição da riqueza e do investimento tem que ser feita, cada vez mais, equitativamente, para que ninguém fique para trás no que diz respeito ao desenvolvimento.TH: Se fosse presidente da Câmara, qual seria a medida que considerava mais importante para desenvolver o concelho?
JD: A melhor medida seria a promoção do concelho a nível turístico, será esta valência que melhor poderá desenvolver o concelho de Terras de Bouro e, consequentemente, levar à criação de postos de trabalho e à fixação da população no nosso concelho.
Uma outra medida passaria pela melhoria das acessibilidades, de forma a conseguirmos atrair mais investimento para o concelho, nomeadamente ao nível da indústria.
TH: E se fosse primeiro-ministro, qual a área em que actuaria em primeiro lugar para mudar o rumo do país?
JD: As melhores medidas passam pela reorganização da máquina do Estado, para terminar com o desperdício das verbas públicas em bens não necessários e supérfluos dos ministérios e reencaminhar a riqueza do nosso país para serviços como a saúde, justiça e criação de emprego.
Terras do Homem, em 7-07-2011
“Só se pode travar a desertificação das aldeias criando-se postos de trabalho”
Terras do Homem: Qual é a grande prioridade para Chorense para o que resta cumprir do actual mandato?
José Dias: A grande prioridade para esta freguesia passa pela conclusão da rede de saneamento. Apesar da freguesia já estar coberta, em grande parte, pelo saneamento básico, ainda há muito a fazer nesta área, principalmente nos lugares de Emaus, Real, Devesa e Cruzes. Para além disso, há que concluir a instalação das estações elevatórias nos lugares de Aldeia e Casal, pois sem elas não é possível concluir esta infra-estrutura, depois do grande investimento já ter sido realizado.
TH: Que outros empreendimentos, para além desse, pretende ver concretizados nos próximos anos?
JD: Na rede viária, um dos grandes empreendimentos prende-se com a pavimentação, em tapete betuminoso, do acesso a muitos lugares. Principalmente, aqueles que se encontram pavimentados em calçada à portuguesa.
No plano desportivo e cultural, uma obra que gostaria de ver concretizada era a construção de um polidesportivo, junto à sede da junta e da Associação Desportiva desta freguesia, para que os nossos jovens possam ter as mínimas condições para a prática de desporto.
Por último, elejo como grande prioridade a construção de um novo Centro Social. Mesmo não sendo uma competência da junta, seria de extrema importância a sua construção. Nós, enquanto Junta, apoiaremos, dentro do nosso limitado orçamento, a referida construção.TH: Qual a maior obra que considera ter feito na sua freguesia, até ao momento?
JD: Sem dúvida que foi a instalação da rede de saneamento em parte da freguesia e a requalificação do largo de S. Sebastião.
Ao nível do cemitério, também houve a necessidade de ampliar e melhorar as condições do mesmo, porque já começava a ser pequeno demais e corríamos o risco de o lotar totalmente.
TH: Acha que o Turismo poderá ser uma área através da qual a freguesia tem possibilidades de crescimento? Que medidas poderia a Câmara adoptar para ajudar a freguesia de Chorense, nesse sentido?
JD: Como em qualquer parte do país, o turismo é sempre uma mais-valia para o desenvolvimento de qualquer região. A freguesia de Chorense não será diferente, a atracção do turismo pode, de facto, desenvolver esta freguesia.
A Câmara deveria apostar na promoção turística da Geira Roma, já que esta freguesia possui o troço em melhor estado de conservação da referida via, a qual é muito procurada para passeios pedestres e em bicicleta. Uma outra medida passaria pela reorganização e melhoria de trilhos pedestres.
TH: Seguramente que esta é, à semelhança de freguesias vizinhas como Santa Isabel e outras do concelho, uma freguesia que tem sido atingida pela desertificação e fuga dos seus conterrâneos. A que acha que tal se deve? E como combater esse facto?
JD: O grande factor que contribui para a fuga das populações para outras zonas e que consequentemente nos leva à desertificação é, sem dúvida, a falta de postos de trabalho. Nos últimos anos, assistimos à fuga de muitos jovens para o estrangeiro, em busca de melhores condições de vida. E, também, de outros que vão trabalhar para outros concelhos, nomeadamente para concelhos do litoral.
Devido à distância e aos gastos com as respectivas deslocações, acabam por comprar casa nesses concelhos e consequentemente deixam a sua freguesia de origem.
O combate a esta diminuição da população só é possível pela criação de postos de trabalho, nesta freguesia. No entanto, não é a Junta que vai criar essas condições. O muito que pode fazer é ajudar. Quando falei, anteriormente, na construção do Centro social, tenho a convicção que seria uma das medidas capaz de travar esta diminuição da população, pois criaria muitos postos de trabalho.
“As Juntas são quem melhor conhece as verdadeiras carências das pessoas”
TH: Admite ter cometido algum erro enquanto presidente de Junta? Qual?
JD: Como em qualquer outro aspecto da nossa vida, cometemos sempre alguns erros dos quais nos vimos a arrepender. Como presidente da Junta, há alguns aspectos que hoje não faria igual, no entanto não os considero erros, simplesmente decisões menos certas. Facto é que nunca deixei de atender a todas as solicitações da população de Chorense, sem descriminação de ninguém.
TH: Admite voltar a ser candidato?
JD: Neste momento, ainda faltam dois anos e meio para terminar o presente mandato, consequentemente ainda tenho muitos objectivos para serem concretizados. Por isso, ainda não pensei nessa questão.TH: Concorda com a limitação de mandatos dos presidentes de Junta?
JD: Concordo, os três mandatos a que cada presidente se pode candidatar são suficientes para implementar as suas convicções e apresentar obra que ache necessária para o desenvolvimento da sua freguesia.
TH: De há uns tempos para cá, muito se tem falado na necessidade de uma reorganização administrativa do país. No seguimento das negociações do governo português com a Troika, é previsível até que se venha a extinguir algumas freguesias. Concorda com o fim dessas freguesias e a sua aglomeração num conjunto de freguesias que forme uma área administrativa maior?
JD: Com a possibilidade de se extinguir a freguesia não concordo. As freguesias não são um mero território físico, são muito mais que isso. Representam uma identidade e uma cultura própria, principalmente nas freguesias rurais. Logo, a identidade e a cultura é algo que não se aglomera de um dia para o outro.TH: Entende então que o caminho passa por atribuir mais poderes e verbas às juntas actuais, para que possam, cada uma, desenvolver o seu território?
JD: As Juntas de Freguesia são os organismos públicos que estão mais próximos das populações e são quem melhor conhece as verdadeiras carências das pessoas. Se as Juntas deixam de atender a estas necessidades das populações, mais ninguém o faz. Logo, o caminho passa pelo aumento das verbas e de determinadas competências para as Juntas, para que as desigualdades de região para região não aumentem, como temos vindo a assistir nos últimos anos.
Um outro motivo está no facto das verbas que actualmente são destinadas às freguesias não desequilibrarem as contas públicas e serem elas que mais desenvolvem as pequenas localidades do território nacional. Por isso, a distribuição da riqueza e do investimento tem que ser feita, cada vez mais, equitativamente, para que ninguém fique para trás no que diz respeito ao desenvolvimento.TH: Se fosse presidente da Câmara, qual seria a medida que considerava mais importante para desenvolver o concelho?
JD: A melhor medida seria a promoção do concelho a nível turístico, será esta valência que melhor poderá desenvolver o concelho de Terras de Bouro e, consequentemente, levar à criação de postos de trabalho e à fixação da população no nosso concelho.
Uma outra medida passaria pela melhoria das acessibilidades, de forma a conseguirmos atrair mais investimento para o concelho, nomeadamente ao nível da indústria.
TH: E se fosse primeiro-ministro, qual a área em que actuaria em primeiro lugar para mudar o rumo do país?
JD: As melhores medidas passam pela reorganização da máquina do Estado, para terminar com o desperdício das verbas públicas em bens não necessários e supérfluos dos ministérios e reencaminhar a riqueza do nosso país para serviços como a saúde, justiça e criação de emprego.
Terras do Homem, em 7-07-2011
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