O monumento ontem celebrado pelo arciprestado de Terras de Bouro, mais conhecido por
Bom Jesus das Mós, é uma iniciativa integrada na devoção ao Sagrado Coração de Jesus, muito propagada em Portugal entre os finais do século XIX e as primeiras décadas da centúria seguinte.
Localizado no alto do monte das Mós, na freguesia da Carvalheira, local encravado entre as serras Amarela e do Gerês, o monumento completou no passado sábado o seu centenário, em memória do dia 13 de julho de 1913, quando uma multidão se juntou para escutar a bênção apostólica assinada pelo Papa Pio X.
Erguido por iniciativa de Martins Capela, incansável sacerdote natural da Carvalheira, este monumento é constituído por uma torre granítica, coroada com uma imagem em mármore do Sagrado Coração de Jesus.
O objetivo da sua construção não foi apenas o incentivo a uma devoção que ia alastrando desde a segunda metade do século XIX por todo o território nacional, mas serviu também como baluarte da presença do cristianismo na sociedade, numa altura em que a Igreja era alvo de perseguição pelas autoridades do novo regime republicano.
Hoje, junto do monumento, que também serve de miradouro privilegiado sobre o vale do Homem e serranias do Gerês, existe um pequeno espaço de lazer e uma capela.
Apesar de S. Bento da Porta Aberta, segundo maior santuário em número de peregrinos, se localizar nos limites de Terras de Bouro, a peregrinação anual das paróquias do arciprestado realiza-se em direção ao Bom Jesus das Mós, ressaltando a sua importância como ícone de fé para os terrabourenses.
O programa de comemorações do centenário do monumento, iniciado no passado dia 8 de julho, incluiu conferências, uma exposição, celebrações religiosas e momentos musicais. Além destas iniciativas, na passada quinta-feira à noite, foi apresentado o livro “Senhor Jesus do Monte das Mós - Cem anos da fé e devoção”.
Fonte: Diário do Minho, em 15-07-2013
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