O concelho de Terras de Bouro comemora, de 8 a 14 de Julho, o primeiro centenário da solene inauguração do monumento ao Bom Jesus do Monte das Mós, situado na freguesia de Carvalheira.
Cem anos de fé e devoção ao Bom Jesus do Monte das Mós, o município assinala o centenário tendo como figura central o Padre Martins Capela.
Padre, professor e arqueólogo, Manuel José Martins Capela nasceu a 28 de outubro de 1842, na freguesia da Carvalheira, em Terras do Bouro.
“Um homem à frente no seu tempo” disse, ontem, o presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro, Joaquim Cracel Viana, numa conferência sobre o “O Monumento ao Bom Jesus das Mós”. “Martins Capela foi o grande mentor, impulsionador, dinamizador desta grandiosa obra do Bom Jesus do Monte das Mós. Uma figura ímpar que merece o empenho das pessoas na comemoração deste centenário” disse o autarca terrabourense que ao longo da conferência foi traçando o longo percurso que Martins Capela teve de percorrer (com inúmeras adversidades pelo caminho) até à inauguração do monumento do Bom Jesus do Monte das Mós no dia 13 de Julho de 1913.
Joaquim Cracel Viana recorda nos seus tempos de infância “a grande peregrinação que era ao Bom Jesus das Mós. Era muito concorrida, vinham todas as freguesias com as suas bandeiras”.
Uma tradição que se foi perdendo no tempo e que agora, o autarca gostaria de recuperar a vontade de outrora em que as pessoas participavam activamente nos actos religiosos do Bom Jesus das Mós que fora uma grande peregrinação do Arciprestado de Terras de Bouro, a seguir ao S. Bento”.
Na conferência, o professor Ernesto Português falou do ‘Pensamento Educacional de Martins Capela’ caracterizando-o como um homem pleno, um pedagogo exímio.
Martins Capela , dedicou-se ao magistério, a partir de 1880, sendo professor em vários estabelecimentos escolares, como o Colégio do Espírito Santo (Braga), o Liceu de Viana do Castelo e o de Braga e o Seminário Conciliar (Braga). Neste último estabelecimento, introduziu a disciplina de Filosofia Tomista, filosofia essa que considerava ser a melhor de entre todas as filosofias contemporâneas. Defendeu esta ideia no seu livro, Oportunidade da Filosofia Tomista em Portugal (1892).
Fonte: Correio do Minho, em 11-07-2013
Sem comentários:
Enviar um comentário