Manuel José Martins Capela terá sido o mais ilustre filho da paróquia da Carvalheira e um dos mais significativos terrabourenses da história.
Nascido a 28 de outubro de 1842, foi um padre, professor e arqueólogo, que se destacou em diversos âmbitos religiosos, académicos e sociais.
A ideia da construção do monumento ao Sagrado Coração de Jesus, cuja inauguração solene apenas se deu em 1913, haveria de iniciar-se a partir de 1907, tendo-se consumado a partir de 1912, altura em que Martins Capela regressou à sua terra natal para passar a velhice.
Esta ideia estará relacionada com o facto de ter seguido bem de perto as obras da basílica dedicada à mesma devoção, levantada no monte de Santa Luzia em Viana do Castelo, cidade onde foi professor entre 1888 e 1896.
Não se poderá dissociar também esta iniciativa, da sua participação política ativa no partido Nacionalista Católico, num tempo particularmente difícil para a Igreja.
O filósofo tomista desenvolveu ainda um trabalho significativo na arqueologia, tendo sido colaborador de Francisco Martins Sarmento.
Para além dos vários artigos publicados em diversos órgãos de comunicação, publicou ainda alguns títulos, um deles a respeito dos miliários da antiga via romana (a Geira) que atravessava Terras de Bouro. Em 1903, recebeu a comenda de Oficial da Ordem de Santiago e, em 1908, foi nomeado membro da Comissão de Salvaguarda dos Monumentos da Cidade de Braga. O padre Martins Capela faleceu em 1925, com 83 anos, em Carvalheira, tendo sido alvo de inúmeras homenagens a partir desta data, a última das quais decorreu nestas comemorações centenárias do monumento ao Bom Jesus das Mós.
Em sua memória ergue-se uma estátua junto da igreja paroquial da Carvalheira.
Fonte: Diário do Minho, em 15-07-2013
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