Postamos texto do terrabourense José Guimarães Antunes publicado hoje no jornal Correio do Minho.
O jornal escolar deve resultar de um trabalho colectivo, feito por toda a Comunidade Educativa, permitindo, essencialmente, a divulgação de trabalhos dos alunos.
Espera-se que seja plural, disponibilizando as suas páginas para as opiniões de todos aqueles que têm coisas a dizer, dando voz aos seus leitores: professores, encarregados de educação/pais, funcionários e alunos.
Na crítica ou no aplauso, na contrição ou na réplica, no desabafo ou na lição, todos devem caber. Todos. Deste modo, cumprirá o seu desejo de servir de espelho e de eco do que se faz, diz e pensa nas escolas de um Agrupamento.
Contudo, nos últimos anos, o jornal escolar foi perdendo terreno para outros meios de comunicação e de informação, principalmente os meios do ciberespaço. Verificamos que houve uma mudança de paradigma – a era digital veio afectar a produção do jornal escolar. As escolas abriram outras “janelas para o mundo” passando a disponibilizar informação nos seus sites, nos seus blogues e até nas redes sociais, entre as quais o Facebook.O jornal escolar continua a oferecer uma visão ampla, mas pouco actualizada e tem dificuldades em garantir o seu espaço, pois a informação disponibilizada na Internet, nomeadamente nos blogues escolares, circula de forma quase instantânea. Muitas das vezes, o receptor apropria-se da informação quase em tempo real.
Se observarmos alguns dos blogues escolares, podemos verificar que muita da informação é facultada unicamente em suportes fotográficos, o que parece ser muito pouco!
Se por um lado, a actualidade da informação é um aspecto positivo, por outro, cada vez menos se pede aos nossos jovens que escrevam e reflictam sobre o que realmente aconteceu. A escrita, principalmente a reflexiva, para além de permitir disciplinar o espírito e escrever com apropriação, permite, também, o desenvolvimento das autonomias individuais e um maior conhecimento da realidade, nomeadamente dos problemas, das dúvidas e das angústias…
Ao longo do seu processo de construção, o jornal escolar contribui para a formação do cidadão crítico, permitindo a pertinência reflexiva e crítica e, consequentemente, a construção de conhecimentos significativos, tão importantes na formação cívica.
Ao constituir-se como uma oportunidade para a abordagem de temas emergentes, abre espaços para o desenvolvimento da subjectividade, para a vivência da afectividade e das emoções, podendo dar ser um contributo muito importante para o desenvolvimento de novas sensibilidades nas nossas crianças e jovens.
Por todas estas razões, devemos continuar a considerar a experiência da escrita e, em particular, a elaboração de um jornal escolar como uma experiência construtiva, inovadora e muito gratificante e que, devido à sua transversalidade, deverá ocupar um lugar de destaque em igualdade com outras formas de comunicação, pois constitui-se como uma mais-valia para as escolas.
Fonte: Correio do Minho, em 23-06-2011
O jornal escolar deve resultar de um trabalho colectivo, feito por toda a Comunidade Educativa, permitindo, essencialmente, a divulgação de trabalhos dos alunos.
Espera-se que seja plural, disponibilizando as suas páginas para as opiniões de todos aqueles que têm coisas a dizer, dando voz aos seus leitores: professores, encarregados de educação/pais, funcionários e alunos.
Na crítica ou no aplauso, na contrição ou na réplica, no desabafo ou na lição, todos devem caber. Todos. Deste modo, cumprirá o seu desejo de servir de espelho e de eco do que se faz, diz e pensa nas escolas de um Agrupamento.
Contudo, nos últimos anos, o jornal escolar foi perdendo terreno para outros meios de comunicação e de informação, principalmente os meios do ciberespaço. Verificamos que houve uma mudança de paradigma – a era digital veio afectar a produção do jornal escolar. As escolas abriram outras “janelas para o mundo” passando a disponibilizar informação nos seus sites, nos seus blogues e até nas redes sociais, entre as quais o Facebook.O jornal escolar continua a oferecer uma visão ampla, mas pouco actualizada e tem dificuldades em garantir o seu espaço, pois a informação disponibilizada na Internet, nomeadamente nos blogues escolares, circula de forma quase instantânea. Muitas das vezes, o receptor apropria-se da informação quase em tempo real.
Se observarmos alguns dos blogues escolares, podemos verificar que muita da informação é facultada unicamente em suportes fotográficos, o que parece ser muito pouco!
Se por um lado, a actualidade da informação é um aspecto positivo, por outro, cada vez menos se pede aos nossos jovens que escrevam e reflictam sobre o que realmente aconteceu. A escrita, principalmente a reflexiva, para além de permitir disciplinar o espírito e escrever com apropriação, permite, também, o desenvolvimento das autonomias individuais e um maior conhecimento da realidade, nomeadamente dos problemas, das dúvidas e das angústias…
Ao longo do seu processo de construção, o jornal escolar contribui para a formação do cidadão crítico, permitindo a pertinência reflexiva e crítica e, consequentemente, a construção de conhecimentos significativos, tão importantes na formação cívica.
Ao constituir-se como uma oportunidade para a abordagem de temas emergentes, abre espaços para o desenvolvimento da subjectividade, para a vivência da afectividade e das emoções, podendo dar ser um contributo muito importante para o desenvolvimento de novas sensibilidades nas nossas crianças e jovens.
Por todas estas razões, devemos continuar a considerar a experiência da escrita e, em particular, a elaboração de um jornal escolar como uma experiência construtiva, inovadora e muito gratificante e que, devido à sua transversalidade, deverá ocupar um lugar de destaque em igualdade com outras formas de comunicação, pois constitui-se como uma mais-valia para as escolas.
Fonte: Correio do Minho, em 23-06-2011
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