A prevenção de incêndios nas áreas protegidas tem o “dispositivo adequado”, garante o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) que, este ano, dá particular atenção ao Parque Nacional da Peneda-Gerês.
“Temos feito o reajustamento do dispositivo atendendo aos factores de risco nas áreas protegidas, mas também aos condicionalismos financeiros e orçamentais”, disse ontem à agência Lusa, Carlos Figueiredo, vice-presidente do instituto.
O ICNB tem “o dispositivo adequado aos factores de risco nas áreas protegidas, em função do histórico”, mas pontualmente poderá ter de reforçar viaturas ou equipas, admitiu o responsável, referindo que as condições meteorológicas são decisivas. Embora esteja integrado no sistema conjunto de prevenção e combate a incêndios da Protecção Civil, o ICNB tem cerca de 35 viaturas com kit adaptado a estas situações e mais alguns veículos de apoio e cerca de 30 equipas. Carlos Figueiredo explicou que o dispositivo do instituto está mais direccionado para a vigilância e primeira intervenção, e procura principalmente apostar na silvicultura de prevenção nas áreas protegidas, trabalhando ao longo de todo o ano, com várias tarefas, como a limpeza das áreas.
Este ano, o ICNB está a dar particular atenção ao Parque Nacional da Peneda-Gerês, em articulação com a Protecção Civil para ter equipas a fazer vigilância em permanência, por turnos, focando-se nas zonas com valores naturais mais relevantes ou com mais povoamento florestal. De acordo com dados do ICNB, só em Agosto do ano passado arderam 8162 hectares no Parque Nacional, correspondendo a 11,7 por cento da área total daquela área protegida. Os maiores fogos aconteceram na Mata do Cabril, onde em 15 dias arderam 3529 hectares, no Soajo (2465 hectares), em Vilar da Veiga (1479 hectares) e em Fafião (689 hectares). Segundo os dados do ICNB, arderam 724 hectares em Zonas de Protecção Total (a maior parte na Mata do Cabril), correspondendo a 26 por cento da área de protecção total do Parque Nacional.
Ainda olhando para o histórico, o Parque Natural da Serra da Estrela também merece atenção especial, acrescenta o instituto responsável. Até ao final de Setembro do ano passado, tinham ardido nesta área protegida 5,6 por cento da sua área, o que corresponde a 5021 hectares. O fogo destruiu uma das áreas mais importantes do parque, a Reserva Biogenética, onde foram afectados 720 hectares.
De acordo com o ICNB, na última década, o ano de 2003 foi aquele que registou a maior extensão de área ardida na rede nacional de áreas protegidas, com 28.272 hectares queimados. Destes, 8971 hectares eram áreas prioritárias para a conservação da natureza.
A época mais crítica de incêndios - fase Charlie - começa a 1 de Julho e dura até 30 de Setembro, mobilizando um total de 41 meios aéreos, menos 14 que em 2010, e cerca de nove mil operacionais.
Fonte: Público, em 27-06-2011
“Temos feito o reajustamento do dispositivo atendendo aos factores de risco nas áreas protegidas, mas também aos condicionalismos financeiros e orçamentais”, disse ontem à agência Lusa, Carlos Figueiredo, vice-presidente do instituto.
O ICNB tem “o dispositivo adequado aos factores de risco nas áreas protegidas, em função do histórico”, mas pontualmente poderá ter de reforçar viaturas ou equipas, admitiu o responsável, referindo que as condições meteorológicas são decisivas. Embora esteja integrado no sistema conjunto de prevenção e combate a incêndios da Protecção Civil, o ICNB tem cerca de 35 viaturas com kit adaptado a estas situações e mais alguns veículos de apoio e cerca de 30 equipas. Carlos Figueiredo explicou que o dispositivo do instituto está mais direccionado para a vigilância e primeira intervenção, e procura principalmente apostar na silvicultura de prevenção nas áreas protegidas, trabalhando ao longo de todo o ano, com várias tarefas, como a limpeza das áreas.
Este ano, o ICNB está a dar particular atenção ao Parque Nacional da Peneda-Gerês, em articulação com a Protecção Civil para ter equipas a fazer vigilância em permanência, por turnos, focando-se nas zonas com valores naturais mais relevantes ou com mais povoamento florestal. De acordo com dados do ICNB, só em Agosto do ano passado arderam 8162 hectares no Parque Nacional, correspondendo a 11,7 por cento da área total daquela área protegida. Os maiores fogos aconteceram na Mata do Cabril, onde em 15 dias arderam 3529 hectares, no Soajo (2465 hectares), em Vilar da Veiga (1479 hectares) e em Fafião (689 hectares). Segundo os dados do ICNB, arderam 724 hectares em Zonas de Protecção Total (a maior parte na Mata do Cabril), correspondendo a 26 por cento da área de protecção total do Parque Nacional.
Ainda olhando para o histórico, o Parque Natural da Serra da Estrela também merece atenção especial, acrescenta o instituto responsável. Até ao final de Setembro do ano passado, tinham ardido nesta área protegida 5,6 por cento da sua área, o que corresponde a 5021 hectares. O fogo destruiu uma das áreas mais importantes do parque, a Reserva Biogenética, onde foram afectados 720 hectares.
De acordo com o ICNB, na última década, o ano de 2003 foi aquele que registou a maior extensão de área ardida na rede nacional de áreas protegidas, com 28.272 hectares queimados. Destes, 8971 hectares eram áreas prioritárias para a conservação da natureza.
A época mais crítica de incêndios - fase Charlie - começa a 1 de Julho e dura até 30 de Setembro, mobilizando um total de 41 meios aéreos, menos 14 que em 2010, e cerca de nove mil operacionais.
Fonte: Público, em 27-06-2011
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