Entre os habitantes de Terras de Bouro e redondezas, deve haver ainda muitos que se lembram da batalha vigorosa que foi travada pelo ex-presidente da Câmara terrabourense e também ex-Governador Civil de Braga, José Araújo, contra a prepotência dos senhores do sofá que ditavam ordens como se os habitantes e residentes no Parque Nacional da Peneda-Gerês fossem filhos de um deus menor.
Para avivar a memória de uns quantos, patrocinou a publicação de livros sobre a história e os direitos dos povos vizinhos da Portela do Homem, mas parece ter sido em vão.
Persistem os mesmos tiques dos senhores do ar condicionado que ignoram os verdadeiros defensores daquela riqueza paisagística, da flora e biodiversidade animal que é o Parque Nacional da Peneda-Gerês e tentam esconder debaixo do tapete os atentados que o estado perpetrou contra aqueles povos e este território.
Tudo o que o actual presidente da Câmara de Terras de Bouro, Joaquim Cracel, lamenta também — com o Plano de Ordenamento que querem impor, o envelhecimento do concelho e a sua desertificação — foi em devido tempo denunciado por José Araújo, ao ponto de o assemelharem ao sonhador D. Quixote que autarcas vizinhos deixaram a falar sózinho.
Já então, aquele autarca se manifestava contra as tentações restritivas que colidem com a lei dos baldios, que permite às populações usarem os baldios, direito que é, agora, posto em causa.
Mais de mil pessoas vieram a Braga gritar que não podem permitir que isto possa acontecer porque isso significa um retrocesso dos direitos que o pós-25 de Abril veio devolver às populações.
Acresce que o Plano vem contra "coisas ancestrais, usos e costumes dos habitantes e direitos como os de explorar a pedra ou as energias eólicas" semelhante a um assalto a valores como a propriedade comunitária.
Não há quem perceba que um Plano para preservar a natureza não pode ser feito contra os direitos seculares das pessoas que nele vivem?
Não haverá neste país quem vislumbre um contra-senso entre a propaganda ao turismo de natureza e um Plano que limita e quase proibir o turismo no concelho e nas freguesias do interior do Parque?
Se os representantes eleitos do povo terrabourense e da nação, desde o presidente da Assembleia Municipal de Terras de Bouro aos parlamentares eleitos por Braga, estão ao lado das populações, isto não chega para travar e parar este desvario fundamentalista?
A criação do Parque Nacional da Peneda-Gerês (a 8 de Maio de 1971) visou a realização nessa área montanhosa de "um planeamento capaz de valorizar as actividades humanas e os recursos naturais, tendo em vista finalidades educativas, turísticas e científicas".
Face a esta vaga fundamentalista, há que refundar o Parque Nacional e torná-lo fiel aos objectivos centrais que presidiram à sua criação, há quase 40 anos, os quais não excluem a valorização das actividades humanas, antes as valorizam.
Para avivar a memória de uns quantos, patrocinou a publicação de livros sobre a história e os direitos dos povos vizinhos da Portela do Homem, mas parece ter sido em vão.
Persistem os mesmos tiques dos senhores do ar condicionado que ignoram os verdadeiros defensores daquela riqueza paisagística, da flora e biodiversidade animal que é o Parque Nacional da Peneda-Gerês e tentam esconder debaixo do tapete os atentados que o estado perpetrou contra aqueles povos e este território.
Tudo o que o actual presidente da Câmara de Terras de Bouro, Joaquim Cracel, lamenta também — com o Plano de Ordenamento que querem impor, o envelhecimento do concelho e a sua desertificação — foi em devido tempo denunciado por José Araújo, ao ponto de o assemelharem ao sonhador D. Quixote que autarcas vizinhos deixaram a falar sózinho.
Já então, aquele autarca se manifestava contra as tentações restritivas que colidem com a lei dos baldios, que permite às populações usarem os baldios, direito que é, agora, posto em causa.
Mais de mil pessoas vieram a Braga gritar que não podem permitir que isto possa acontecer porque isso significa um retrocesso dos direitos que o pós-25 de Abril veio devolver às populações.
Acresce que o Plano vem contra "coisas ancestrais, usos e costumes dos habitantes e direitos como os de explorar a pedra ou as energias eólicas" semelhante a um assalto a valores como a propriedade comunitária.
Não há quem perceba que um Plano para preservar a natureza não pode ser feito contra os direitos seculares das pessoas que nele vivem?
Não haverá neste país quem vislumbre um contra-senso entre a propaganda ao turismo de natureza e um Plano que limita e quase proibir o turismo no concelho e nas freguesias do interior do Parque?
Se os representantes eleitos do povo terrabourense e da nação, desde o presidente da Assembleia Municipal de Terras de Bouro aos parlamentares eleitos por Braga, estão ao lado das populações, isto não chega para travar e parar este desvario fundamentalista?
A criação do Parque Nacional da Peneda-Gerês (a 8 de Maio de 1971) visou a realização nessa área montanhosa de "um planeamento capaz de valorizar as actividades humanas e os recursos naturais, tendo em vista finalidades educativas, turísticas e científicas".
Face a esta vaga fundamentalista, há que refundar o Parque Nacional e torná-lo fiel aos objectivos centrais que presidiram à sua criação, há quase 40 anos, os quais não excluem a valorização das actividades humanas, antes as valorizam.
In jornal o “Correio do Minho”, em 2/02/2010, por Costa Guimarães
1 comentário:
Não será fundamentalismo ver um só lado da barricada. O bom senso precisa-se em todas as negociações.
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