O jornal “Terras do Homem” também deu a notícia da luta dos terrabourenses (e não só) contra o despotismo dos homens de fato engomado e de sapatos de verniz que, tal como diz o jornalista Costa Guimarães, querem ditar “ordens como se os habitantes e residentes no Parque Nacional da Peneda-Gerês fossem filhos de um deus menor”.
"Nem Salazar nos tratou assim!" Por isso, estamos contra todos aqueles que querem conferir um estatuto selvagem ao parque nacional, mas, para desgraça nossa, esqueceram-se que o Parque Nacional da Peneda-Gerês tem gente a viver lá. Não é uma gente qualquer, mas é gente boa, trabalhadora e digna. E é isso que nos querem tirar: a nossa dignidade.
"Nem Salazar nos tratou assim!" Por isso, estamos contra todos aqueles que querem conferir um estatuto selvagem ao parque nacional, mas, para desgraça nossa, esqueceram-se que o Parque Nacional da Peneda-Gerês tem gente a viver lá. Não é uma gente qualquer, mas é gente boa, trabalhadora e digna. E é isso que nos querem tirar: a nossa dignidade.
Nem o mau tempo
afastou os manifestantes, que desfilaram nas ruas de Braga!
"O mau tempo que se fez sentir não foi suficiente para demover as dezenas de pessoas da Peneda-Gerês que, empunhando cartazes diversos, resolveram manifestar-se mais uma vez, em Braga, contra a entrada em vigor, em Abril, do novo Plano de Ordenamento do Parque Nacional Peneda Gerês e contra das diversas “limitações” por este impostas.O protesto, que teve lugar no passado dia 22, começou na Avenida Central, terminando no Governo Civil. Pelo caminho, podiam ler-se frases como “Queremos um Parque Nacional com gente” ou “Proibir a Caça não é proteger a natureza”.
O novo Plano de Ordenamento esteve em discussão pública até 2 de Dezembro e aberto a propostas de alteração. Contudo, as alterações introduzidas no documento não terão sido suficientes para ‘calar’ os populares que se sentem lesados nos seus direitos.
Entre outras coisas, o Movimento ‘Peneda-Gerês com Gente’ reclama a suspensão do processo de revisão do Plano de Ordenamento do PNPG e o início de um novo processo de revisão.
Os moradores querem ainda a consagração do estatuto das populações locais no novo regulamento, a defesa dos direitos e interesses das populações, a defesa de um plano de ordenamento que valorize o território e as populações, assim como a reformulação dos vectores do desenvolvimento socioeconómico do território.
Em causa estará, no entender dos dirigentes do movimento, “o erro básico de se partir do pressuposto que é uma área selvagem, quando a riqueza que permitiu a classificação decorre da acção do homem”. José Carlos Pires, líder do movimento, classifica de “absurdo” o facto de a população “ter de pedir autorização para tudo, até para roçar o mato nas suas propriedades”.
Por outro lado, também o presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro, José Cracel, entende que “as pessoas não podem sair lesadas nos seus direitos” e que, embora seja necessária uma revisão do plano, há que garantir que são respeitados “os usos e costumes das populações do interior do parque”.
Antes de ser entregue ao representante do Governo Civil de Braga, foi aprovado por unanimidade o documento endereçado à ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território, onde as gentes da Peneda-Gerês manifestaram a sua “oposição a qualquer tentativa de imposição de taxas sobre as actividades em território privado”.
Em causa estarão taxas de cerca de 200 euros que a direcção do parque pretende ver pagas por quem desenvolva actividades dentro daquela área. Mas os moradores também estão contra a aplicação das ditas taxas aos turistas, até por uma questão de viabilidade económica dos negócios que existem na região.
Baldios de Vilar da Veiga com novo presidente
No dia que se seguiu à manifestação em Braga, contra o Plano de Ordenamento do Parque Nacional, tomou posse o presidente do Conselho Directivo dos Baldios de Vilar de Veiga, tendo feito aprovar uma moção contra o Parque Peneda Gerês, com base em diversos pressupostos.
Desde logo porque, entende o dirigente, o novo Plano de Ordenamento do Parque Nacional Peneda-Gerês “prejudica os compartes”. Além disso, alega igualmente o presidente dos Baldios de Vilar da Veiga, este documento “retira terreno aos baldios”, “proíbe as vezeiras” e retira usos e costumes aos compartes adquiridos ao longo de séculos. Refira-se, a este propósito, que 92% do território do parque é privado ou baldio".
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