Acabou de ser aprovado o orçamento de estado para 2013 do governo central, onde o próprio ministro das finanças, Vítor Gaspar, afirma que tem um brutal aumento de impostos, com destaque para o aumento do IRS para os reformados e para os que estão no activo. Este mantém na prática os cortes dos subsídios de férias e de Natal dos trabalhadores públicos e corta um ou mais subsídios aos trabalhadores do sector privado. O IVA mantém-se em valores elevados, em especial o da restauração que continuará em 23%, o que para a nossa região coloca muitas dificuldades. Como sabemos, o vale do Homem e alto Cávado tem uma forte componente turística.
O governo, a fim de ganhar tempo, anunciou que vai criar uma comissão para estudar a questão do IVA na restauração, o que nos parece uma falsa proposta, pois sabemos que quando essa comissão concluir o que tiver de concluir muitos serão os restaurantes que já estarão falidos e muitos trabalhadores do sector desempregados.
O desemprego transformou-se no maior problema da população portuguesa e a crise alastra-se a todos os sectores, mesmo à área social. É num ambiente de depressão e recessão que se vão realizar as próximas eleições autárquicas em setembro ou outubro de 2013. No concelho de Terras de Bouro o PSD vai apostar, outra vez, na candidatura de António Afonso. É uma aposta fraca porque já esteve na Câmara de Terras de Bouro durante 19 anos, 11 como vereador e 8 como presidente e «foi assim que ganhou a sua reforma antecipada». Em tempos de maior desafogo financeiro e de vacas mais gordas que as de agora, não teve capacidade para fazer nada de importante e de marcante para os terrabourenses, muito menos fará alguma coisa de jeito agora que o tempo é muito mais difícil. Isto é, quando alguém se candidata a um determinado cargo é porque traz consigo uma forte convicção consubstanciada em ideias e projectos que pode por em prática a favor das populações e da terra onde vai ser presidente. Não é o caso do Dr. António Afonso, pois está sem convicção, sem chama, sem motivação, pois já percebeu que não tem capacidade e força para dinamizar o concelho que há muitas décadas tem estado bastante parado.
Estamos convencidos que ele já reconheceu que não tinha grande jeito nem grandes convicções para ser o líder que o concelho precisa e, portanto, é só por nunca ter aceite a derrota que sofreu em 2009 que se apresenta às urnas. O Dr. Afonso pensa que vai acertar certas contas pessoais e que se por acaso ganhasse a sua missão estava cumprida. Porque demonstrava que afinal a razão estava do seu lado e não da maioria do povo que não votou nele nas últimas eleições autárquicas. Toda a gente sabe que … nada de novo tem para fazer pelo concelho e pelo povo.
Aliás, já ouvi dirigentes distritais e nacionais do PSD, incluindo deputados, a defender que a candidatura de António Afonso é repetir o cromo dos últimos anos e que era melhor para o PSD de Terras de Bouro candidatar a Dra. Teresa Fernandes, ex-deputada do PSD, que deixou saudades entre os seus companheiros mais próximos e que sonharam vê-la liderar a lista do PSD à câmara de Terras de Bouro para expandir toda a sua simpatia, dinâmica e conhecimento técnico.
Por tudo isto, há uma grande perplexidade em muita gente próxima do PSD, porque quando o partido precisava de apresentar alguém que ainda não estivesse politicamente gasto e fosse portador de esperança num futuro melhor para o concelho, isso não vai acontecer. E se por azar ganhasse as eleições, as muitas e célebres potencialidade do concelho de Terras de Bouro continuariam a ficar sem aproveitamento e o concelho a desertificar-se, a envelhecer e a passar ao largo de um desenvolvimento e progresso que a terra e as suas gentes bem precisam.
Dr. Ricardo Gonçalves – Presidente da Assembleia Municipal de Terras de Bouro
Fonte: Terras do Homem, em 6-12-2012
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